Mats Hummels marcou o golo que carimbou a passagem da Alemanha às meias-finais do Mundial. Num jogo entre duas equipas disciplinadas taticamente, o golo do central alemão ao minuto 13 foi o momento de azar francês. Mesmo com mais minutos nas pernas, a equipa germânica foi mais fria e astuta para superar um adversário que está em crescendo nos últimos anos, mas que não soube escolher a melhor forma de bater o primeiro grande adversário que apanhou nesta competição.
Com mais 30 minutos de competição que o seu adversário, Joachim Löw foi quem mais mexeu: trocou duas peças (Khedira por Mertesaker e Klose por Götze), tantas quantas o seu adversário (Sakho por Koscielny e Griezmann por Giroud), mas retocou o alinhamento de Philipp Lahm, desta vez no seu habitat natural - do lado direito da defesa - em vez de atuar no meio-campo.
Os resultados foram claramente visíveis. Griezmann, o francês com mais aptidão para desequilibrar no um-para-um, não correspondeu às expectativas e foi completamente secado pelo capitão germânico, que ainda teve tempo para se aventurar inúmeras vezes no corredor ofensivo, à sua imagem.
Do individual para o celtivo, a Alemanha entrou melhor no jogo. Mais agressiva no miolo, a equipa de Joachim Löw demorou a criar perigo e até foi a França a primeira a ameaçar, só que Hummels foi mais esclarecido, primeiro a defender, depois a finalizar.
13 minutos de jogo e a Alemanha estava na frente do marcador, depois de um belo cabeceamento do central do Borussia Dortmund após um livre batido desde a esquerda. Fica apenas a dúvida se o alemão não terá feito falta sobre o jogador que o marcava.
A França demorou a reagir e só depois da meia hora chegou com clareza à baliza do adversário. A um excelente remate de Valbuena, Manuel Neuer correspondeu com uma soberba intervenção e a bola acabou por ser cortada para canto.
Muito querer, pouco poder dos Bleus
Tirando esse lance, a equipa francesa pouco mais acrescentou a uma primeira parte que fechava com justa vantagem da armada alemã. Era preciso um abanão por parte de Didier Deschamps, porque os 45 minutos seguintes podiam ser fatais se uma reação não existisse.
As palavras do antigo capitão francês tiveram efeitos imediatos. Os franceses apareceram no segundo tempo com a corda toda sobre o adversário. Só que, como diz o ditado, palavras leva-as o vento. Não terá sido necessariamente isso que aconteceu, só que os gauleses não conseguiram ser acutilantes e persistentes como tinham sido contra a Nigéria - até porque o adversário era outro.
Provavelmente com o melhor guarda-redes do Mundo na baliza e com uma defesa organizada (que diferença quando Lahm está atrás!), a Alemanha soube gerir o jogo de forma a que nunca se verificasse um massacre.
É certo que a França teve alguns lances em que o golo esteve perto, mas a segunda parte até foi repartida em ocasiões e os alemães só não ampliaram a vantagem porque Schürrle falhou um golo quase feito, em que era preciso apenas escolher o lado para onde enviar a bola. Decidiu-se por acertar em Hugo Lloris.
Já com Remy e Giroud em campo, os franceses foram muito crentes no jogo direto para os homens dianteiros. Perderam critério no centro do terreno e fiou-se no coração. Não chegou, até porque Mats Hummels estava imperial e Neuer foi monstruoso nos descontos a tirar o golo a Benzema.
A Alemanha está nas meias-finais pela quarta vez consecutiva.
0-1 | ||
Mats Hummels 13' |