A Tasca do Silva é o espaço de opinião sobre e à volta do FCP, dinamizado por Paulo Silva, um dos podcasters responsáveis por A Culpa é do Cavani, o podcast de referência do universo portista.
Com o cigarro eternamente colado ao canto da boca, o meu avô Alvarim, anarquista de Rio Tinto fugido para África, passou muitos dos seus dias do último exílio - aquele que verdadeiramente o haveria de matar - a ver passar as pessoas na rua, empoleirado numa varanda nos arrabaldes de uma cidade dormitório da capital do Império caído.
A esta distância, consigo perceber que se tratava de uma sala de aulas e desejava ter faltado menos. Não que estivesse perante o exemplo da sensibilidade, inclusão ou direitos equitativos, que não estava. Mas hoje, sabendo destrinçar o que era conselho bom e exemplo para fazer ao contrário, o avô Alvarim parece-me um catedrático. Como os avós todos.
Lá de cima, repetia duas vezes ao dia, vendo-me sair, bola debaixo do braço, para mais uma manhã ou tarde de Champions Sarjeta a Sarjeta:
- Uma porrada nas canelas e um golo logo a abrir, não te esqueças. Despacha o importante no início, para aproveitares o resto do jogo.
Seja, vovô, despachemos: 2 jogos e 1 ponto, são estas as contas desde a última vez que por aqui nos cruzámos. Empatar em Alvalade não é péssimo, pior é perder em casa com o Marítimo, explicam-me. Pois eu acabei a derrota menos triste do que o empate. Porque me pareceu que uma série de pequenas infelicidades a ditou. Procurámos sempre chegar lá, mas o dia não estava para azuis. 10 jogos daqueles e ganharemos 9, 8 dos quais de goleada.
Já o empate - resultado tipo nas visitas ao Campo Grande - deixou-me triste e irritado. Assim como ficamos com as nossas crianças quando as vemos repetirem o mesmo estúpido erro vez sobre vez. Foi um empate muito merecido, contra uma equipa pior do que a nossa, num jogo que metemos no bolso e depois...entregámos de volta sem motivo. Outra vez. Já vi isto acontecer contra o Paços de Ferreira, contra o Young Boys, contra tantos de tantas proveniências. Uma suposta opção pelo controlo que passa por não controlar coisa nenhuma. E suspiro por uma exibição desta mesma equipa em pleno estádio da Luz e não percebo o que curto-circuita o nosso treinador e o faz desistir desta forma.
Agora vem o City e eu espero que da sua varanda etérea o bom do Alvarim dê uma palavrinha ao seu amor azul e branco. Uma porradinha e um golinho. Depois é SABER desfrutar.
Não esqueçam, este não é o clube que iria longe se não tivesse perdido logo de entrada. Não somos feitos dessa massa mole e gostamos de nos levantar no meio do fogo, cobertos de cinza, azuis, brancos, imortais. Vamos!
A esta distância, consigo perceber que se tratava de uma sala de aulas e desejava ter faltado menos. Não que estivesse perante o exemplo da sensibilidade, inclusão ou direitos equitativos, que não estava. Mas hoje, sabendo destrinçar o que era conselho bom e exemplo para fazer ao contrário, o avô Alvarim parece-me um catedrático. Como os avós todos.
Lá de cima, repetia duas vezes ao dia, vendo-me sair, bola debaixo do braço, para mais uma manhã ou tarde de Champions Sarjeta a Sarjeta:
- Uma porrada nas canelas e um golo logo a abrir, não te esqueças. Despacha o importante no início, para aproveitares o resto do jogo.
Seja, vovô, despachemos: 2 jogos e 1 ponto, são estas as contas desde a última vez que por aqui nos cruzámos. Empatar em Alvalade não é péssimo, pior é perder em casa com o Marítimo, explicam-me. Pois eu acabei a derrota menos triste do que o empate. Porque me pareceu que uma série de pequenas infelicidades a ditou. Procurámos sempre chegar lá, mas o dia não estava para azuis. 10 jogos daqueles e ganharemos 9, 8 dos quais de goleada.
Já o empate - resultado tipo nas visitas ao Campo Grande - deixou-me triste e irritado. Assim como ficamos com as nossas crianças quando as vemos repetirem o mesmo estúpido erro vez sobre vez. Foi um empate muito merecido, contra uma equipa pior do que a nossa, num jogo que metemos no bolso e depois...entregámos de volta sem motivo. Outra vez. Já vi isto acontecer contra o Paços de Ferreira, contra o Young Boys, contra tantos de tantas proveniências. Uma suposta opção pelo controlo que passa por não controlar coisa nenhuma. E suspiro por uma exibição desta mesma equipa em pleno estádio da Luz e não percebo o que curto-circuita o nosso treinador e o faz desistir desta forma.
Agora vem o City e eu espero que da sua varanda etérea o bom do Alvarim dê uma palavrinha ao seu amor azul e branco. Uma porradinha e um golinho. Depois é SABER desfrutar.
Não esqueçam, este não é o clube que iria longe se não tivesse perdido logo de entrada. Não somos feitos dessa massa mole e gostamos de nos levantar no meio do fogo, cobertos de cinza, azuis, brancos, imortais. Vamos!Com o cigarro eternamente colado ao canto da boca, o meu avô Alvarim, anarquista de Rio Tinto fugido para África, passou muitos dos seus dias do último exílio - aquele que verdadeiramente o haveria de matar - a ver passar as pessoas na rua, empoleirado numa varanda nos arrabaldes de uma cidade dormitório da capital do Império caído.
A esta distância, consigo perceber que se tratava de uma sala de aulas e desejava ter faltado menos. Não que estivesse perante o exemplo da sensibilidade, inclusão ou direitos equitativos, que não estava. Mas hoje, sabendo destrinçar o que era conselho bom e exemplo para fazer ao contrário, o avô Alvarim parece-me um catedrático. Como os avós todos.
Lá de cima, repetia duas vezes ao dia, vendo-me sair, bola debaixo do braço, para mais uma manhã ou tarde de Champions Sarjeta a Sarjeta:
- Uma porrada nas canelas e um golo logo a abrir, não te esqueças. Despacha o importante no início, para aproveitares o resto do jogo.
Seja, vovô, despachemos: 2 jogos e 1 ponto, são estas as contas desde a última vez que por aqui nos cruzámos. Empatar em Alvalade não é péssimo, pior é perder em casa com o Marítimo, explicam-me. Pois eu acabei a derrota menos triste do que o empate. Porque me pareceu que uma série de pequenas infelicidades a ditou. Procurámos sempre chegar lá, mas o dia não estava para azuis. 10 jogos daqueles e ganharemos 9, 8 dos quais de goleada.
Já o empate - resultado tipo nas visitas ao Campo Grande - deixou-me triste e irritado. Assim como ficamos com as nossas crianças quando as vemos repetirem o mesmo estúpido erro vez sobre vez. Foi um empate muito merecido, contra uma equipa pior do que a nossa, num jogo que metemos no bolso e depois...entregámos de volta sem motivo. Outra vez. Já vi isto acontecer contra o Paços de Ferreira, contra o Young Boys, contra tantos de tantas proveniências. Uma suposta opção pelo controlo que passa por não controlar coisa nenhuma. E suspiro por uma exibição desta mesma equipa em pleno estádio da Luz e não percebo o que curto-circuita o nosso treinador e o faz desistir desta forma.
Agora vem o City e eu espero que da sua varanda etérea o bom do Alvarim dê uma palavrinha ao seu amor azul e branco. Uma porradinha e um golinho. Depois é SABER desfrutar.
Não esqueçam, este não é o clube que iria longe se não tivesse perdido logo de entrada. Não somos feitos dessa massa mole e gostamos de nos levantar no meio do fogo, cobertos de cinza, azuis, brancos, imortais. Vamos!