De Moreira a Turim, pela Boavista

1. A chegada do Prof. Jesualdo aos vizinhos da rotunda é uma boa notícia para o nosso campeonato. Não só porque vai encontrar qualidade - não sei se quantidade - para nos presentear com a sua griffe, mas também porque voltaremos a ter um Senhor na análise dos jogos e das incidências da Liga. Se lhe será dado tempo suficiente ou não, logo veremos. Para já, é desfrutar desta segunda tentativa da malta da rotunda, sendo que a primeira foi travada pelo dedinho que adivinha de Jorge Nuno Pinto da Costa.

A saída de Vasco Seabra não surpreende, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com Ricardo Soares. Em 5 jornadas o seu Moreirense tinha feito 8 pontos e era quinto no campeonato. O que pensaram os dirigentes? Epá, bora despedir este gajo, isto é uma vergonha! Para o comum dos mortais, como este vosso criado, é uma decisão estratégica no campo do oculto e paramágico. Um tipo ainda pensa: bom, tiveram a oportunidade de contratar o treinador que sempre desejaram e que só agora, de repente, está livre. E assim apresentam José Mour... César Peixoto! Nos três jogos seguintes para o campeonato, o Moreirense somou um ponto, feito em casa, contra o... treinador despedido. Na Taça de Portugal, eliminou o fortíssimo Merelinense por 1-0 e o colosso Cova da Piedade, no prolongamento, com 3 golos de canto.

A que propósito? Qual a motivação para este tipo de decisões? É que não parece possível que seja pela razão. Ou então são génios da bola, o que é muito possível. Porque se há coisa que abunda no país é gente que é autênticos génios.

2. Fiquei muito satisfeito com o sorteio para os oitavos da Champions, aquela competição que nem se compara à Liga Europa, essa sim, recheada de belas equipas e já com uma final antecipada marcada. Ouvi dizer.

Torci para que nos tocasse a Juve não por achar que é uma equipa pior do que as outras muito boas que nos podiam ter calhado. Quero sempre a Juve, até ajustarmos as contas que temos pendentes desde 1984. Infelizmente, com VAR, é pouco provável que possamos eliminá-los com um golo de penalty, assinalado por uma falta cometida aí a meio do meio campo, ou assim. Poderia finalmente soltar a piada preparada desde 1985: Boniek, teremos sempre Basileia.

Por outro lado, acredito que Sérgio Conceição terá um gostinho especial por dar cabo da paciência a estes amigos. Para além de que é um campeonato que conhece bem e um estilo de jogo com o qual se identifica. Melhor, só se fosse a Roma.

Em resumo, lamento as lágrimas da nação de ronaldetes, mas é a vida. Muita força nessa hora, amigas. Venham os tubarões dos quartos.