Há tardes assim. Em que corre tudo bem e onde se criam ídolos. Osmajic está a começar a ser um deles em Vizela, com dois golos na vitória contra o Marítimo (3-0) que sofreu a primeira derrota na era José Gomes.
O avançado montenegrino, com Tulipa ao leme da equipa, já leva três golos, contra o único que havia conseguido com Álvaro Pacheco. Mas mais que isso... este Vizela foi bem mais que os golos. E está cada vez mais longe da zona de aflição.
A odd para este início de jogo era, certamente, bem elevada. Vindo de uma derrota em Famalicão, os vizelenses entraram a todo o gás contra um Marítimo motivado pela vitória contra o Sporting. E não podiam pedir melhor início de jogo: cinco minutos, dois golos fabricados pela mesma sociedade: Samu no passe, Osmajic no golo.
Um começo que sonho para a equipa de Manuel Tulipa, que viu a confiança trazer para os minutos seguintes a qualidade de jogo e os pormenores que deixam os adeptos com um sorriso no rosto. O primeiro quarto de hora foi de elevada qualidade, com vários lances bem construídos pela objetividade do jogo vizelense. Um verdadeiro sufoco, que até podia ter outro colorido no campo dos golos.
A exploração do espaço entrelinhas do Marítimo foi evidente neste período, com os insulares a demorarem a perceber o porquê da bola entrar sempre da mesma forma em busca da inspiração de Osmajic. Quando o percebeu, os caminhos fecharam-se e passou a existir outra clarividência para procurar dar a volta ao texto do marcador.
Esta fase coincidiu com o baixar de intensidade e pressão por parte de um super confortável Vizela, mas nem por isso foi suficiente para assustar. Depois de minutos de tormenta e de um completo controlo por parte do adversário, o Marítimo tinha razões para poder, pelo menos, sonhar. Mas era preciso fazer bem mais depois do intervalo...
As primeiras jogadas da primeira parte faziam querer num Marítimo mais determinado em chegar ao golo que relançasse o jogo. A ideia era boa, mas acabou boicotada por Matheus Costa, expulso nem dez minutos depois do intervalo.
Com uma intensidade diferente, própria de um jogo mais de controlo e de menos vertigem ofensiva, a equipa de Tulipa foi acumulando oportunidades de perigo, jogando de forma simples, eficaz e bonita. E no meio do desperdício lá apareceu Anderson Jesus a escrever o último capítulo de uma história bem bonita reservada para esta tarde...
Quem viu este Vizela e que o vê agora. É como do dia para a noite no que toca à confiança. Acima de tudo isto, que era o que faltava nos últimos tempos de Álvaro Pacheco, Os jogadores são os mesmos, a qualidade já lá estava e só faltava o click que Tulipa conseguiu desbloquear.
Ao terceiro jogo, a primeira derrota de José Gomes sob o comando técnico do Marítimo. Os insulares tiveram um início de jogo, no mínimo, sofrível, e nunca conseguiram mostrar o que realmente jogam e têm de jogar para sair desta situação complicada.
O desenrolar do jogo fez com que tivesse poucas decisões importantes para tomar, mas na mais importante de todas tomou uma decisão discutível. O vermelho a Matheus Costa depois de ver o VAR aceita-se, mas...