Muito longe de ter feito um grande jogo, o FC Porto vestiu o fato-macaco e foi a Paços de Ferreira ganhar um daqueles jogos em que se salvam, e de que maneira, os três pontos. Mbemba deu vantagem cedo e a equipa segurou-se a ela para, diante de um Paços combativo, garantir nova folga ganha na classificação ao Benfica. Com cinco jornadas pela frente, ainda não dá para festas... mas quase.
A saber que o Benfica tinha perdido na Madeira e que a liderança ia poder ser cimentada outra vez, o FC Porto não quis esperar por dúvidas e, aos 7 minutos, já ganhava, numa sobra bem aproveitada por Mbemba após canto. Um momento que serenou a equipa e que, essencialmente, ajudou a disfarçar várias debilidades de um primeiro tempo que teve muito pouco para contar.
Porém, do outro lado também pouco se viu. Com um meio-campo que procurou ser criativo com bola, várias foram as vezes em que se assistiu a um crescimento em campo da equipa de Pepa, a arriscar projetar os laterais (só um de cada vez) e a pedir o envolvimento dos extremos. Só que Hélder Ferreira e João Amaral estiveram bem abaixo dos colegas, sobretudo de Pedrinho, que se notou não ter companhia dos companheiros na velocidade de pensamento.
Num momento em alta, a formação pacense fez ver ao FC Porto que o jogo estava longe de estar ganho, apesar da vantagem portista, só que depois, na hora de criar para finalizar, viu-se muito pouco. Ou melhor, viu-se um meio-campo azul e branco com várias falhas posicionais, mas bem seguro pelo setor defensivo, onde Pepe e Mbemba se vão cimentando no centro.
Daí ter mexido na equipa, já depois de Pepa ter trocado, com sucesso, os dois extremos por outros frescos. Numa primeira fase, o Paços esteve por cima, ameaçador e a justificar um empate que Marchesín foi negando. Depois, o FC Porto reforçou a zona medular e, sem jogar melhor do que na primeira parte, encolheu-se para esticar em contra-ataque, forma em que quase Marega conseguia a tranquilidade.
Foi, portanto, com algum sufoco, mas total convicção que a equipa portista resistiu aos últimos minutos e pôde, depois, saborear um triunfo que deixa tudo cada vez mais favorável.
Primeiro, Pepa percebeu o subrendimento dos extremos e trocou-os, dando mais volume à equipa. Depois, Sérgio Conceição percebeu que não seria a expor-se ofensivamente que a equipa ia ter sucesso e recuou para segurar, com a entrada de Loum e a passagem para uma espécie de 4x5x1, com Marega só na frente.
Do ponto de vista artístico, foi um jogo sem grande nota. Sobretudo a primeira parte, que, para além do golo, praticamente não teve motivos de interesse, por não ter tido mais oportunidades. Melhorou na segunda, mas não o suficiente para se voltarem a ver golos.