Não queremos partir para conclusões precipitadas, como as de afirmar que, devido aos resultados de um par de jogos, uma liga pode assumir-se como melhor em relação a outra. Essa é uma discussão bem mais subjetiva. No entanto, as meias-finais da Champions de 2019/2020 já nos oferecem dados bem objetivos e até anormais sobre a derrota dos espanhóis e a vitória muito particular dos alemães.
Começando pelos que mais desiludiram, esta foi uma Liga dos Campeões onde as equipas espanholas não conseguiram ser competitivas como habitualmente são. Na verdade, é a primeira vez em mais de dez anos que não há nenhum clube do país de nuestros hermanos presente entre as quatro melhores formações do continente. Atlético, Barcelona e Real Madrid partiam com expectativas, mas nenhum deles atingiu o objetivo.
É preciso recuar mesmo até à temporada 2006/2007 para encontrar uma meia-final da principal prova de clubes europeus sem qualquer representante espanhol. Na altura, nem o campeão europeu em título Barcelona conseguiu chegar ao patamar alcançado por Manchester United, Chelsea, Liverpool e AC Milan. A partir daí, e nos últimos anos, os principais emblemas do maior país da Península Ibérica fartaram-se de triunfar no Velho Continente, através de Sevilla, Barcelona e Real Madrid, estes dois últimos na Champions.
Mas não é só o futebol espanhol que sofreu nesta edição da Champions. Cabe ao Manchester City, diante do Lyon, confirmar o favoritismo e impedir uma outra marca histórica importante nesta edição da Liga dos Campeões. É que temos mesmo de recuar ao formato de Taça, no início da década de 90, para encontrar uma meia-final sem representantes de Itália, Inglaterra e Espanha. Isto depois de um ano em que os quatro finalistas das provas europeias foram britânicos...
Se o futebol espanhol, de certa forma, foi o principal derrotado nesta Liga dos Campeões, o futebol alemão provou que sabe catapultar e trabalhar para o mais alto nível os seus melhores treinadores. E nem foi preciso Klopp aparecer...
Mesmo sem o ainda campeão europeu em título a partir dos quartos, a Alemanha terá três representantes em quatro nos bancos das meias-finais da atual Liga dos Campeões. Tuchel, no comando do PSG, Flick, no comando do Bayern, e Nagelsmann, no comando do Leipzig, fizeram história, uma vez que nunca três técnicos germânicos ocuparam tanto protagonismo nesta fase.
Tudo pode mudar já a partir do próximo ano. Afinal, há quase um ano, todos elogiavam a clara superioridade de Inglaterra face às outras principais ligas do continente europeu.
Pela 1.ª vez desde 2007, não há qualquer equipa 🇪🇸 nas meias-finais da Champions
— playmakerstats (@playmaker_PT) August 15, 2020
➡Semifinalistas Champions 2007: Milan, Man. United, Liverpool, Chelsea
➡Semifinalistas Champions 2020: Bayern, PSG, RB Leipzig, Man. City/Lyon pic.twitter.com/fj0S3GFzRG
2-8 | ||
Luis Suárez 57' | Thomas Müller 4' 31' David Alaba 7' (p.b.) Ivan Perisic 21' Sèrge Gnabry 27' Joshua Kimmich 63' Robert Lewandowski 82' Philippe Coutinho 85' 89' |