Sabe-se que jogar em Vila do Conde não é fácil e esta temporada, com Carlos Carvalhal, as equipas com maiores ambições no nosso campeonato sabem que vão ter no Rio Ave um adversário com quem vão jogar olhos nos olhos. Foi isso que o FC Porto enfrentou este domingo. Os dragões venceram (0x1), num jogo em que tiveram de saber sofrer.
Depois de bons resultados na Taça da Liga, ambos os treinadores voltaram à fórmula campeonato, ainda que o treinador dos azuis e brancos tenha feito uma ligeira alteração ao 11 mais utilizado na Liga.
Foi assim que o FC Porto entrou no jogo a causar problemas à equipa de Vila do Conde. Os primeiros 10/15 minutos foram de muito jogo ofensivo e oportunidades para a equipa de azul e branca. Por isso, não foi uma grande surpresa quando Marega aproveitou da melhor forma um canto do inevitável Telles para marcar de cabeça.
O golo serviu quase de travão para uma entrada a todo o gás de um FC Porto ele próprio a todo o gás. Depois do golo a equipa de Conceição baixou de forma considerável o ritmo de construção ofensiva e as oportunidades quase que terminaram, com exceção para um lance no qual Uribe ficou perto do 2x0.
Por seu lado, o Rio Ave teve sempre grandes dificuldades em fugir à teia de pressão e intensidade montada pela primeira e segunda linha defensiva do adversário. Juntando a isso o facto de os portistas nunca se terem desequilibrado, e a primeira parte terminou sem uma clara ocasião para a equipa de Carlos Carvalhal.
Apesar dessa postura de risco, até voltou a ser o FC Porto a entrar melhor no segundo tempo. Novamente muito forte na exploração do jogo interior, os dragões estavam claramente a tentar matar rápido o jogo para começarem a olhar para a Liga Europa e para a viagem à Holanda. O Rio Ave soube aguentar essa pressão e com o passar dos minutos passou a ser o mais perigoso.
Essa mudança no paradigma do jogo aconteceu depois de Carvalhal fazer subir Tarantini para as costas dos dois avançados, dando a Filipe Augusto e a Nikola Jambor a tarefa de construir na primeira fase. Isso levou o Rio Ave para cima dos azuis e brancos e só os 64 centímetros da deslocação de Taremi impediram o golo do empate.
Por seu lado, o FC Porto e Sérgio Conceição não tiveram problemas em recuar colocando Mbemba em campo para atuar com terceiro central. Alex Telles esteve perto do 0x2, num livre que bateu na barra, mas estava destinado que os dragões tivessem mesmo de sofrer para sair de Vila do Conde com uma vitória por 0x1.
É uma daquelas vitórias que Sérgio Conceição costuma considerar de ouro. Marcar, saber sofrer e não deixar o adversário marcar. Os dragões cumpriram perante uma das equipas mais positivas da Liga NOS e somaram a oitava vitória seguida.
Por vezes vemos os clubes mais «pequenos» estarem mais preocupados em não sofrer o segundo golo do que em procurar o empate. O Rio Ave não foi assim e mesmo sem ter muitas oportunidades claras de golo não teve complexo em procurar encostar o FC Porto à sua área na reta final.
É certo que é uma daquelas coisas que ninguém tem culpa e que está a ser resolvida, mas o facto de só haver adeptos de um dos lados do estádio retirou um pouco ambiente. Esperemos que a direção da equipa de Vila do Conde consiga resolver a situação do estádio o mais rápido possível.