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    Desde a época 2000/01

    Taça está de volta: desde o início do século, quantos tomba-gigantes existiram na 4ª eliminatória?

    2021/11/18 11:11
    Análise estatística por Vasco Sousa
    E0

    *Com Cristiano Tavares Faria

    A Taça de Portugal está de regresso ao calendário do futebol nacional. Por isso mesmo, o zerozero decidiu elaborar um artigo sobre os tomba-gigantes que desde a temporada 2000/01 esbateram as diferenças de escalão e afastaram emblemas da I Liga.

    Os tomba-gigantes

    Edição Equipas Resultado
    2000/01 Famalicão x Belenenses 3x2 (ap)
    2001/02 Vila Real x Beira-Mar 2x1 (ap)
    2002/03 Naval x Braga 0x0 (8x7 gp)
    2002/03 Chaves x Nacional 2x0
    2002/03 Santa Clara x SC Espinho 0x0 (2x4 gp)
    2002/03 Felgueiras x Moreirense 1x0
    2003/04 Vitória SC x Naval 0x2
    2003/04 Paços de Ferreira x Portimonense 0x1
    2003/04 Sporting x Vitória FC  0x1
    2004/05 Oliveira do Hospital x Moreirense 2x1
    2005/06 CD Aves x Braga 1x1 (4x2 gp)
    2006/07 Maia x CD Aves 1x0
    2009/10 Académica x Beira-Mar 1x1 (2x4 gp)
    2009/10 Freamunde x UD Leiria 2x2 (5x4 gp)
    2009/10 Aliados Lordelo x Leixões 1x0
    2011/12 Rio Ave x Torreense 2x3
    2011/12 CD Aves x Vitória SC 0x0 (3X2 gp)
    2012/13 Arouca x Rio Ave 2x1 (ap)
    2014/15 Oriental x Vitória FC 1x0
    2016/17 Feirense x Académica 0x0 (4x5 gp)
    2016/17 Vilafranquense x Paços de Ferreira 1x0
    2016/17 Torreense x Nacional 1x0
    2017/18 Santa Clara x GD Chaves 2x0
    2019/20 Moreirense x CD Mafra 1x3
    2019/20 GD Chaves x Belenenses SAD 1x0
    2020/21 Estoril x Boavista 2x1

    Em conta, tivemos o facto da atual 4ª eliminatória (nas contas da peça, desde 2009/10) corresponder à antiga 5ª eliminatória que, para todos os efeitos, é o mesmo que dizer 16 avos de final da Prova Rainha. 

    Com nove dos 16 desafios a contar para esta fase a serem jogados a partir desta quinta-feira - com o Sporting x Varzim à cabeça - ficam expostos os casos de maior sucesso de emblemas que se agigantaram, diante dos teóricos favoritos do primeiro escalão.

    2000/01

    O Famalicão x Belenenses desta temporada foi o primeiro caso de sucesso de um underdog frente a uma equipa da elite do futebol português. O emblema minhoto, então na extinta II Divisão B, surpreendeu o Belenenses de Marinho Peres que contava com nomes como Marco Aurélio, dono da baliza dos Azuis do Restelo durante oito épocas, Neca ou Cafú. Num jogo de contornos dramáticos dadas as expulsões de dois homens do Restelo, um tento de Djalmir (lembra-se dele?) para lá dos 90 minutos causou sensação nesta fase da prova e ditou o 3x2 a favor dos famalicenses.

    2001/02

    Também caso único na segunda época deste milénio, o Vila Real agigantou-se e fez do seu reduto uma fortaleza para ultrapassar o mau bocado que o Beira-Mar, então uma equipa consolidada de I Liga, fez passar o conjunto transmontano. Demétrios abriu o ativo logo no primeiro minuto a favor dos aveirenses e nada fazia prever que o Vila Real, na altura na II Divisão B, desse a volta ao contexto desfavorável. Ainda no primeiro tempo, Tiago Martins deixou tudo na mesma e o Vila Real ganhou alento para aguentar o ímpeto visitante, conseguindo arrastar o jogo para prolongamento, onde disferiu o golpe final. No último minuto do prolongamento, Nuno Freddy, pelo ar, imortalizou um novo momento marcante na Taça de Portugal.

    2002/03

    O caso mais abundante do século deste fenómeno da Taça. A Naval 1º de Maio, já num claro sinal de crescimento que viria a resultar na subida à I Liga três anos depois, recebeu e derrubou o SC Braga, na altura já uma equipa consolidada no primeiro escalão. O conjunto da Figueira da Foz ludibriou os arsenalistas com um nulo até ao final do prolongamento e superiorizou-se por 8x7 ao cabo de duas séries de grandes penalidades.

    Pela mesma altura, o Desportivo de Chaves carimbava uma excelente vitória frente a um Nacional de José Peseiro que começava a ganhar estrutura para lutar pelos lugares europeus. Um quarto de hora final totalmente letal carimbou a passagem dos Valentes Transmontanos com golos de Vítor Riça e João Alves no espaço de dez minutos.

    Primeira equipa da II Divisão B da temporada a ser tomba-gigantes, mas a terceira desta contagem, o Sporting de Espinho deslocou-se a Ponta Delgada para defrontar o Santa Clara na última época dos açorianos entre os grandes até 2018 e selou a passagem à fase seguinte com a mesma receita da Naval. Nulo no final dos 120' e um 2x4 na marca dos 11 metros significou grande festa para as gentes de Espinho.

    O último caso da época teve lugar no Estádio Dr. Machado de Matos, reduto do Felgueiras que serviu de fortaleza para o conjunto a atuar na II Liga levar de vencido o Moreirense em estreia na divisão maior do futebol nacional. 

    2003/04

    De novo a Naval, de novo frente a um adversário minhoto, desta vez fora de portas. Num habitual Estádio D. Afonso Henriques em ebolição, dois golos de Baha - um em cada parte - trataram de gelar as hostes vitorianas e permitiram à formação figueirense ser tomba-gigantes pela segunda época seguida. 

    ©Liga Portugal
    Nesse mesmo ano, o Paços de Ferreira, de José Mota, foi eliminado pelo Portimonense. O tento solitário de Augusto, aos 52', iluminou o conjunto algarvio até à fase seguinte da Taça.

    O Sporting, na única vez que um grande saiu desta fase prematura da prova, também sucumbiu perante o Vitória FC de Carlos Carvalhal. O golo madrugador de Orestes chegou para os sadinos fazerem «taça».

    2004/05

    Novamente com uma equipa de divisões inferiores como carrasca, o Moreirense voltou a não ter uma deslocação feliz, desta feita ao recinto do Oliveira do Hospital. Os cónegos de Vítor Oliveira ainda se adiantaram fruto do golo de Jorge Duarte, mas uma última meia hora de grande crença, com golos de Bertinho e Paulo Alves, garantiu a passagem ao conjunto da II Divisão B.

    2005/06

    À imagem do Vitória de Setúbal da época 2003/04, também o Desportivo das Aves assegurou a subida ao primeiro escalão e, na mesma campanha, tombou um adversário de primeiro nível. A vítima foi o SC Braga de Jesualdo Ferreira que, com um empate a zero no fim do tempo regulamentar, foi obrigado a horas extra e não resistiu ao desempate por grandes penalidades, isto após ter anulado a desvantagem promovida por Miguel Pedro (100') com o golo de Rossato a dez minutos dos 120'. Mais assertivo na hora H, o Aves teve motivos de sobra para festejar no fim. 

    2006/07

    ©Rogério Ferreira
    De surpresa como ator secundário a desilusão como artista principal. O CD Aves vinha de uma época de sucesso sobre a batuta de Professor Neca, mas, no regresso ao convívio com os grandes, o conjunto nortenho caiu de novo com estrondo na I Liga e... na Taça de Portugal. Ao Maia da II Divisão Zona Norte «bastou» manter a consistência ao longo dos 90' e aplicar a única dose de adrenalina em todo o encontro, aos 93', através de um golo de Francisco Castro.

    2009/10

    Três temporadas depois do último caso de sucesso, mais uma equipa que garantiu a subida à Liga principal nessa época (como campeão) e que aproveitou a temporada de sucesso para chamar a si os holofotes mediáticos. O conjunto aveirense derrubou, no Estádio Cidade de Coimbra, a Académica por 2x4 no desempate por penáltis depois de uma igualdade com golos de Éder, para os estudantes, e Fangueiro para os aurinegros, sendo que  no banco também houve um interessante duelo André Villas-Boas x Leonardo Jardim.

    Nesta época, a situação voltou a repetir-se, desta vez com o Freamunde, da II Liga, que bateu o pé à UD Leiria. Cascavel adiantou os capões, Ronny e Elias viraram o rumo dos acontecimentos em dois minutos, mas Bertinho adiou todas as decisões para prolongamento e, posteriormente, grandes penalidades. Nessa altura, o Freamunde não perdoou e tratou de converter os castigos que lhe competiam. Resultado? 5x4 a favor dos anfitriões.

    O último caso da campanha teve logo a formação mais modesta dos três «Davids» apresentados. O Aliados Lordelo, a competir na II Divisão Zona Norte, despachou o Leixões de José Mota com um tento único de João Fernandes pouco antes do descanso.

    Os casos entre 2011/12 e 2020/21

    Na segunda década do século XXI, o Rio Ave europeu de Nuno Espírito Santo provou o veneno de Torreense e Arouca em épocas seguidas (2011/12 e 2012/13). Já o Vitória SC de Rui Vitória caiu frente ao Desportivo das Aves de Paulo Fonseca (2011/12).

    ©Bruno de Carvalho
    Seguiram-se três exemplos consecutivos de equipas da II Liga a deixar para trás os teóricos favoritos. Oriental, Académica e Vilafranquense ajudaram a reduzir o contingente de I Liga em fase tão precoce da competição, propósito também alcançado de novo pelo Torreense diante do Nacional (2016/17) então com um onze que contava com Tiago Esgaio Stephen Eustáquio do lado do conjunto de Torres Vedras.

    Santa Clara - na antecâmara da I Liga - Mafra, Chaves e, por fim,  Estoril na temporada passada, então emblemas de segunda, fizeram frente aos favoritos Desportivo de Chaves, Moreirense, Belenenses SAD e Boavista.

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