Se tudo isto for um sonho que ninguém acorde Álvaro Pacheco e os adeptos do Vizela. O feito da escalada de divisões, em pouco tempo, já por si é louvável, mas esta quinta-feira juntou mais um feito: Os quartos-de-final da Taça, depois de elimanar o vencedor, o SC Braga. Que conto de fadas.
Completamente ligados à corrente: Vizela e SC Braga entraram em campo com um ritmo alucinante. Os guerreiros pegaram cedo no jogo, mas quando poderíamos prever um Vizela mais remetido à sua linha defensiva, a equipa de Álvaro Pachecou revelou, novamente, uma capacidade incrível de sair da pressão, através da construção pela linha mais recuada.
Os vizelenses descobriram o ouro e não perderam tempo até conseguir tocar nele. O golo de Nuno Moreira já tinha sido avisado, mas a defesa bracarense não quis saber e depois do atraso de Yan Couto, o extremo do Vizela fez uma obra de arte.
O bilhete de Nuno Moreira atirou o SC Braga para um filme idêntico ao que viveu no Bessa para a Taça da Liga. A equipa de Carvalhal sentiu uma crise de identidade e acumulou erros que podiam ter sido mais penosos, mas faltou eficácia a Cassiano.
A equipa de Carvalhal conseguir acentar ideias e crescer, naturalmente, no jogo. O Braga passou a jogar com maior rapidez, pressionar com as linhas mais curtas e a colocar o Vizela em sufoco. André Horta e Diogo Leite obrigaram Pedro Silva a defesas apertadas e aos poucos deu a entender que o empate estaria próximo.
A forma de jogar dos arsenalistas mudou radicalmente, pois a impetuosidade diminui e o Vizela ficou mais confortável no jogo.
Carlos Carvalhal teve de adaptar a estratégia e fez três mexidas para o início da segunda parte. As entradas de Mário González, Al Musrati e Bruno Rodrigues ajudaram a fazer com que o Braga desse mais liberdade aos manos Horta.
André Horta foi o que melhor aproveitou a mudança tática. Ao seu estilo vagabundo, o médio centro apareceu com enorme preponderância na construção pela zona central, tal como nas áreas de finalização, mas Pedro Silva respondeu, sempre, afirmativamente aos lances de maior perigo.
Os últimos minutos tornaram-se anárquicos, pois o Braga, ao estilo de Quinito, colocou toda a carne no assador, e Roger foi o mais inconformado e tentou diversas o empate, sempre com remate de longa distância, mas o guarda-redes do Vizela opôs-se sem grande dificuldades.
O Vizela conseguiu vencer e continuar a manter o conto de fadas: Em menos de três anos subiu do Campeonato de Portugal à Liga Bwin e agora está nos quartos-de-final da Taça de Portugal. O SC Braga, vencedor da última edição da Taça, ficou pelo caminho.
No meio de tanta tática e tanta ideia fresca para o jogo, ver um golo como o de Nuno Moreira continua a fazer acreditar que, quando há artistas, o futebol tem outra magia. Que golo.
Habituados a demonstrar, muitas vezes, a outra cara, o SC Braga voltou a ter muita dificuldade em colocar em prática o plano B. É certo que jogar com menos um jogador não é fácil, mas a estratégia foi muito previsível e fácil de controlar.