O_Pestinha666 30-04-2024, 20:57
O Sporting joga, esta quinta-feira, o tudo ou nada na sua continuidade nas competições europeias esta temporada, depois de ter perdido a 1ª mãos dos quartos de final da Liga Europa com a Juventus por 1-0. Agora, os leões vão em busca daquela que pode ser apenas a sua 5ª presença em meias finais de provas europeias.
Ao nível de conquistas de troféus, o Sporting conta «apenas» no seu palmarés com dois troféus internacionais: a Taça das Taças de 1963/64 e a Taça Intertoto de 1968. Ora, isto é ainda suportado por um número algo redutor no que toca às fases finais de provas europeias. É que, contando com essa conquista da Taça das Taças - a Taça Intertoto referida não conta, porque era disputada apenas em duas fases de grupo -, os leões contam apenas com cinco presenças em meias finais de provas europeias.
A primeira de sempre foi precisamente a acima referida na Taça das Taças e foi, como é óbvio, de boa memória e sucesso, mas, desde aí, não mais a turma de Alvalade voltou a repetir tal feito. Precisamente dez anos depois, chegaram às meias da Taça das Taças novamente, mas acabaram a cair aos pés dos alemães do Magdeburg (1-1 e 2-1) e só após os anos 90 voltaram a esse tipo de palcos, sempre na Taça UEFA/LigaEuropa.
A primeira foi em 1990/91, caindo aos pés do Inter de Milão (0-0 e 2-0) e a seguinte foi de muito má memória para os leões, uma vez que falamos da final perdida de 2004/05, em pleno Estádio José de Alvalade, frente aos russos do CSKA Moscovo, por 3-1: Mas, afinal, quando foi a última meia final europeia do Sporting? Relembremos.
O ano era 2012. No campeonato, o Sporting batalhava por ficar no pódio - algo que acabou por falhar, terminando em 4º lugar - e até mudou de treinador a meio da época, com Ricardo Sá Pinto a substituir Domingos Paciência. Havia, no entanto, esperanças europeias, até porque o primeiro jogo do novo técnico no comando da equipa culminou na qualificação para os oitavos de final da Liga Europa, após vencer o Legia por 1-0.
Mas o Sporting não se ficou por aqui e logo na ronda a seguir chocou o mundo do futebol, ao eliminar o colosso milionário Manchester City (1-0 e 3-2) numa eliminatória épica, que ficou marcada pelo afamado Calcanhar de Xandão, isto antes da turma verde e branca eliminar, nos «quartos», os ucranianos do Metalist (2-1 e 1-1)
«No 1º jogo da meia final queríamos muito fazer o 3º golo e não conseguimos. Tínhamos esperanças de passar. Em Bilbao, um estádio muito bonito, o míster Sá Pinto passou à equipa a mensagem e a ideia que era possível passarmos. Começámos bem o jogo, mas caímos lá. Serviu para vermos que, afinal, tínhamos um grupo forte. Durante a época ficámos um bocado mais unidos e sentimos que ao fazer uma época daquelas na Liga Europa, podíamos ter feito algo mais no campeonato», acrescenta, lembrando com amargura aquela 2ª mão em Bilbao (3-1).
Agora com 41 anos, Evaldo já pendurou oficialmente as botas e começou por dedicar-se à carreira de treinador nas últimas duas épocas, ao serviço do AC Malveira, mas teve que fazer uma pausa por motivos pessoais e hoje, enquanto aguarda uma oportunidade de tirar o 2º nível de treinador, vai ajudando na loja da mulher, em Sintra, e a tratar dos filhos, que nutrem um sentimento especial pelo Sporting: «O Sporting é uma casa para mim. Os meus filhos são do Sporting. O meu filho mais novo joga nas camadas jovens.»
Questionado sobre esta eliminatória com a Juventus, Evaldo deixa rasgados elogios à forma como os leões jogaram na 1ª mão e a Rúben Amorim: «O Sporting fez um grande jogo. Conseguiu colocar a Juventus muitas vezes em bloco baixo. Isso é tudo mérito do treinador. Fizeram um grande jogo e mereciam algo mais, por aquilo que fez em campo. Parece um grupo unido, muito forte e isso é meio caminho andado. Agora, é preciso viver um dia de cada vez.»No total, Evaldo esteve ligado contratualmente ao Sporting quatro épocas, entre 2010 e 2014 - embora uma das quais tenha estado emprestado ao Deportivo da Coruña -, mas nunca deixou de acompanhar a turma de Alvalade de perto e considera que esta equipa de Rúben Amorim tem algo que os vários grupos pela qual passou não tinha: união e mística.
«Conseguiram fazer um grupo. Eu estive ligado ao Sporting quatro anos e nós não conseguimos fazer um grupo. O míster Leonardo Jardim tinha feito isso quando foram vice-campeões. Apostou em jovens como o João Mário. Acreditou neles, mostraram trabalho. Depois disso, surgiu o presidente Bruno de Carvalho, mas foi com a vinda do Frederico Varandas e Rúben Amorim que tudo mudou, conseguiu fazer um grupo. A estrutura que montou deu estabilidade e permite estar no lote de equipas sempre a lutar por títulos», conclui.