Já com o quarto lugar como destino traçado e no jogo que marcou a despedida do Municipal de Braga em 2020/21, o SC Braga reencontrou-se com as vitórias na Liga num jogo em que apontou já nos descontos o 2x1 final diante do Moreirense, num penálti convertido por João Novais.
Ainda em busca do último sonho, o sonho europeu, os cónegos causaram enormes dificuldades aos guerreiros e chegaram a contrariar o golo inicial de Abel Ruiz através de um golo de Rafael Martins aos 87', mas viram o ponto fugir na marca dos onze metros.
Foi um castigo pesado para a equipa de Vasco Seabra, que assim fica perto de ver fugir essa última meta na temporada.
Com o objetivo da manutenção já antes garantido mas com um último sonho ainda ao alcance, Vasco Seabra manteve a base da equipa, embora com uma surpresa: Miguel Oliveira foi o guarda-redes escolhido e assim teve direito a estreia pelo Moreirense e na Primeira Liga. Também Carlos Carvalhal repetiu grande parte das escolhas, mesmo aproximando-se a final da Taça de Portugal, com a única novidade a ser a entrada de Raul Silva para o lugar do jovem Bruno Rodrigues no centro da defesa.
Rolava a bola, com um Braga bem favorito, certo? Na teoria sim, na prática vimos um Moreirense muito capaz de contrariar os bracarenses pela capacidade de organização e assertividade no contra-ataque, sendo que só o desacerto de Felipe Pires no momento de definição foi manteve a baliza de Matheus a zeros numa primeira fase e também já perto do intervalo.
Pelo meio, o SC Braga voltou a ter os seus momentos de atrapalhação no último terço - tem sido recorrente nos últimos jogos -, mas se Ricardo Horta não conseguiu acertar com a baliza de Miguel Oliveira, Abel Ruiz teve a pontaria certeira que andava a faltar: pelos 41', o espanhol aproveitou um cruzamento de Sequeira para deixar Miguel Oliveira batido e sem grandes hipóteses. Entretanto, os bracarenses iam segurando a baliza a zeros muito por cortes heróicos de Tormena.
Carvalhal trocou um homem ao intervalo, lançando Piazón, e durante boa parte do segundo tempo o Braga pareceu ter mais algum controlo do jogo. Durante certo período o Moreirense praticamente não atacou, precisando de alguns cortes de decisivos de homens como Ferraresi e de intervenções de qualidade do estreante Miguel Oliveira, que se viria a destacar em particular num cabeceamento de Tormena e no um para um contra Galeno.
A equipa de Vasco Seabra foi aguentando a desvantagem na margem mínima durante esse período de maior aperto e o treinador não abdicou de riscos... que dariam frutos: Rafael Martins saltou para o campo por troca com Gonçalo Franco - mais um grande jogo do jovem médio - e apareceu no sítio certo à hora certa para responder ao cruzamento de Abdu Conté e permitir ao Moreirense festejar um golo que parecia valer um ponto... até à sentença ditada nos onze metros.
Foi já dentro dos cinco minutos de descontos que uma bola no braço de David Simão levou a uma grande penalidade que João Novais, suplente utilizado, converteu com sucesso. Uma recompensa difícil de arrancar para o Braga, um castigo pesado para os bravos cónegos.
O jogo esteve vivo até ao último momento: o Moreirense assumiu os riscos que tinha para assumir e conseguiu arrancar o golo do empate perto do fim... mas o Braga não se quis deixar empatar e ainda mais perto do apito final arrancou os três pontos.
O Braga sai do encontro com dois golos e com três pontos, mas mais uma vez somou vários momentos de falta de assertividade no último terço. O Moreirense, embora descomplexado a jogar, também fraquejou nesse aspeto, em particular no primeiro tempo.
O lance que define o encontro é de difícil julgamento, mas face à alteração nas regras parece-nos justo aceitar a decisão da equipa de arbitragem. Uma arbitragem competente no geral.