*com Ricardo Rebelo
Para os mais supersticiosos, a chuva que se fez sentir inicialmente poderia abençoar a partida, mas uma exibição pobre em todos os aspetos marcou o Rio Ave x Belenenses (0x0). Durante os 90 minutos, só o Rio Ave demonstrou a vontade em levar de vencido o adversário. Já os azuis apresentaram-se bastante retraídos, com destaque para a linha de cinco montada por Petit, e, mesmo não tendo grande caudal ofensivo, ficaram satisfeitos com o ponto conquistado.
Como seria de esperar, a equipa anfitriã assumiu as rédeas da partida, negando qualquer oportunidade digna de registo aos forasteiros em toda a primeira parte. Já era expectável que a equipa de Petit não abdicasse da sua rígida organização defensiva, deixando a questão da iniciativa de jogo para os de Vila do Conde.
Oportunidades? Foram poucas, muito poucas e bastante tímidas. Os visitantes apresentaram um bloco compacto (5x3x2) e nunca permitiram a fluidez característica do jogo do Rio Ave. Raros foram os momentos em que a equipa de Vila do Conde pôde explorar o espaço entre linhas, sendo os principais lances de perigo encabeçados pela associação Matheus Reis-Nuno Santos no corredor esquerdo do ataque e por um Carlos Mané, novidade no 11, a justificar mais tempo de jogo depois de se apresentar bastante dinâmico.
A própria forma da equipa de Petit jogar demonstrou-se insuficiente em termos ofensivos. Sem nenhum lance digno de registo, as aparições de Cassierra e Varela no último terço nunca resultaram em nenhuma jogada de perigo. Do outro lado, em cima do último apito de Jorge Sousa, Taremi teve na cabeça a oportunidade mais flagrante.
Na segunda metade, talvez até os principais intervenientes se tenham cansado de tanta monotonia. Descontente com a sua equipa, Carlos Carvalhal mexeu cedo e trocou Taratini por Gelson Dala. Com o angolano veio também uma maior capacidade em conseguir desbloquear com mais facilidade a organização da equipa contrária. O extremo trouxe a capacidade individual que faltava para desequilibrar a defensiva adversária e foram vários os lances que protagonizou e que levaram perigo à baliza de André Moreira, no entanto, sem a melhor conclusão.
Apesar de melhor, a indefinição marcou o jogo ofensivo dos pupilos de Carlos Carvalhal. O controlo imenso até nem se traduziu numa avalanche de oportunidades, contudo, várias chances foram desperdiçadas devido à ineficácia no último passe embora ainda se tenha gritado golo nos momentos finais nos Arcos.
Uma bela jogada coletiva finalizada por Diogo Figueiras quase trouxe alegria aos adeptos caseiros, uma vez que o VAR, detetando um fora de jogo, não permitiu que o lateral fosse herói.
O jogador angolano trouxe emoção a uma partida pobre. Depois de substituir Tarantini, o extremo mexeu sem dúvida no encontro, protagonizando vários lances de perigo e demonstrando toda a sua qualidade perante um adversário sempre competente.
As duas equipas chegavam ao desafio num bom momento de forma, mas a verdade é que se alguém esperava um bom espetáculo, saiu mais do que desiludido. O choque de mentalidades trouxe um equilíbrio que não permitiu aos mais audazes aparecerem na partida, valeu a irreverência de Gelson Dala e pouco mais...
Não foi uma tarde/noite de muito trabalho para Jorge Sousa que apresentou um critério disciplinar algo discutível. Valeu o VAR a detetar a irregularidade no golo rioavista.