O país, o continente, o mundo, estão suspensos da incerteza. Vivemos dias de ansiedade e justificada apreensão. As notícias são contraditórias; os analistas praticam as suas habilidades favoritas: o wishful thinking e o ceticismo infundado; os especialistas tomam partidos opostos, especializando-se na demagogia; e as massas ora rejubilam, ora se descabelam.
Nos entretantos, o racismo e a xenofobia rastejam pelas cidades, o obscurantismo ganha contornos de religião, a saúde deteriora-se e os ditadores ditam despudoradamente. Mas entende-se, primeiro o mais importante: a quantas horas de Carnide está o Cavani?
Esta espécie de Godot que domina a atualidade tem efeitos engraçados na malta da bola: uns, compreensívelmente, fazem contas ao Dream Team imbatível, comandado por um sapo de proporções jurássicas que lá tiveram de engolir. Daqui até outubro, se tudo correr conforme previsto, já esqueceram tudo o que no final da última época deram por certo; outros, um pedacinho invejosos das roupas de marca dos rivais, anunciam o descalabro, o fim, a bancarrota das cigarras gastadeiras, esquecendo as dezenas de vezes que já viram este mesmo filme e, ainda mais, ignorando o estado de calamidade que vivem as finanças de sua própria casa.
Entretanto, vamos construindo plantel e isso é uma boa estratégia. Cláudio é uma excelente opção para fechar a baliza, implicando a venda de Marchesin ou o empréstimo de Diogo Costa, o futuro número 1. Futuro muito próximo, diga-se. Carraça é upgrade na lateral direita. Um suplente de Tomás Esteves muito fiável. Oh sim, eu sei, eu sei, mas posso acreditar no que me apetecer, não posso?
Até ver é isto e tudo o resto são rumores. Uns quantos acabarão analisados nestas linhas, isso é certo, mas só a seu tempo, nunca quando estão por horas.
A propósito, tenho que me ir atualizar. Já chegou?