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    O Caldeirão
    Rodrigo Correia
    2018/11/13
    E4
    “O Caldeirão” é uma coluna de opinião onde serão “cozinhados” temas relativos ao futebol português, tentando descentralizar o foco dos mesmos três clubes. Os “ingredientes” deste espaço serão, naturalmente, verde-rubros, apresentando contudo imparcialidade e respeito por todos os outros emblemas.

    12 de junho de 2018. Cláudio Braga é apresentado como novo treinador do Marítimo. Substituir Daniel Ramos não é tarefa fácil, não só devido aos resultados obtidos mas também devido à simbiose que conseguiu manter com os adeptos durante o tempo que esteve ao leme dos verde-rubros.

    O novo timoneiro dos madeirenses promete uma equipa atacante, com um modelo de jogo dominador e com prioridade para a posse de bola. Ou seja, uma mudança radical com o estilo de jogo praticado nos últimos tempos, o que faz com que a expetativa seja grande, ainda que com algumas renitências devido à pouca experiência do treinador.

    12 de novembro de 2018. Sensivelmente 5 meses depois, Cláudio Braga já não tem as mínimas condições para continuar ao comando do maior das ilhas; aliás, há muito que não as tem, sendo que apenas duas pessoas parecem ainda acreditar neste “projeto” – o próprio e o presidente. A promessa de futebol atacante e atraente não passou disso mesmo – uma promessa. A qualidade de jogo apresentada nestes primeiros 13 jogos da temporada foi muito pobre. Demasiado pobre. Esta é uma opinião transversal a todos os adeptos do Marítimo, sem exceção, tal como podemos verificar nas redes sociais: não conseguimos fazer dois passes seguidos (onde está o futebol de posse?), temos apenas 6 golos marcados no campeonato (sendo 2 deles de grande penalidade), o processo defensivo é penoso (falhas graves de posicionamento e erros individuais absurdos), os jogadores estão completamente perdidos dentro de campo (tal como o treinador, no banco), uma leitura de jogo incompreensível por parte de Cláudio Braga (escolhas do 11 e substituições inacreditáveis), enfim... não há condições para mais.

    Porém, de um aspeto Cláudio Braga não tem culpa: da sua chegada ao Marítimo. Essa é do Presidente Carlos Pereira. Foi uma aposta pessoal que saiu completamente furada. Apenas 3 vitórias em 13 jogos – duas delas nos descontos!

    Compreende-se que, muitas vezes, a chicotada psicológica não é a melhor opção - sou o primeiro a defender essa perspetiva – mas a situação atual evoluiu de tal maneira que já não há outra alternativa. Há que colocar o orgulho de lado e avançar com a saída deste treinador enquanto ainda é tempo. Não há condições para mais.

    12 de novembro de 2018. Carlos Pereira tem toda a razão quando diz que os jogadores também têm a sua quota de responsabilidade e que devem “dar” mais em cada momento do jogo. Um jogador deste clube tem de “comer” relva em todos os jogos...

    O plantel do Marítimo não é dos melhores da primeira liga, no entanto, temos equipa para fazer um campeonato tranquilo. Jogadores como Bebeto, Jean Cleber, Valente, Correa, Danny, Pinho ou Joel estão muito aquém do que sabem fazer. Mas aquele que os treina, aquele que os orienta, aquele que os motiva, aquele que elabora a melhor estratégia (??) a seguir será sempre o responsável final...

    E o que é feito do Gamboa? Internacional Sub-21 por Portugal, será que não tem qualidade para ser convocado? O que se passou com o jogador? Perdeu qualidades? Teve algum atrito com o treinador ou presidente? Não há condições para mais.

    Em suma, ontem já era tarde para o Mister Braga sair. E a derrota na Choupana foi o culminar do desgaste a que se tem assistido entre adeptos e equipa técnica. No jogo contra o FC Porto o treinador abandonou (sim, abandonou) as quatro linhas sem dar a cara na hora da derrota. Não há condições para mais.

    Mas também é justo e pertinente realçar e questionar o porquê da entrada de alguns reforços (não no verdadeiro sentido da palavra) nos últimos anos, nomeadamente Everton, Ibson, Nikolaos, Abdullah, Marcão ou Lucas Áfrico (a lista é enorme...). Contratar por contratar, mais vale não contratar e optar pela aposta nos jovens da B ou dos Sub-23. É que, com tantas equipas que temos, estamos a impedir uma maior aposta na principal e, ao mesmo tempo, não estamos a retirar dividendos das restantes equipas. É necessário que a Direção tenha um maior acerto e uma maior ponderação na escolha dos jogadores, tendo em conta as dificuldades financeiras do clube. Afinal, de que realmente vivem os adeptos de um clube de futebol?

    13 de novembro de 2018. Cláudio Braga ainda é treinador do Marítimo e, ao que tudo indica, assim irá continuar.

    Não há condições para mais.



    Comentários

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    motivo:
    Cláudio Braga
    2018-11-13 15h14m por NunononRio
    Infelizmente o Sr Presidente a dar tiros nos próprios pés. O mesmo gosta de falar que dá oportunidades a jovens treinadores ambiciosos e temos de fato casos de sucesso, mas neste caso estamos falando de um treinador com pouco conhecimento de futebol portugues real e caiu no CSM de "para-quedas" Como comentado não tem 1 ativo do clube que esteja jogando melhor em comparação a época finda. De lembrar que para além da família estar distante do Mister Daniel Ramos foi o presidente quem interferiu...ler comentário completo »
    Carlos Pereira
    2018-11-13 12h41m por jfs79
    Tem a sua cota de responsabilidade, vi um jogo e meio do Marítimo, muito mau, o FCP teve o jogo mais fácil das últimas épocas no caldeirão contra uma espécie de equipa que estava ali só para não perder, como já mencionei anteriormente quem joga para não perder só tem dois resultados possíveis, empate ou derrota!
    10
    Artigo
    2018-11-13 12h30m por 10Valdo
    Subscrevo. O treinador não só e fraco, como também é possível enumerar vários reforços de qualidade dúbia. Esse Lucas Africo é para mim um choque
    CS
    Claudio Braga
    2018-11-13 10h45m por CS_Maritimo
    Faz-me confusão como este "treinador" fica literalmente de braços cruzados o jogo todo, sem dar uma única indicação para os jogadores, mesmo quando estamos a jogar mal.
    Não é capaz de gritar para um jogador para corrigir algo que esteja a fazer mal. Além disso tem aqueles momentos brilhantes em que decide não fazer qualquer substituição.
    Honestamente este individuo parece que não sabe o que anda ali a fazer.

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