12 de junho de 2018. Cláudio Braga é apresentado como novo treinador do Marítimo. Substituir Daniel Ramos não é tarefa fácil, não só devido aos resultados obtidos mas também devido à simbiose que conseguiu manter com os adeptos durante o tempo que esteve ao leme dos verde-rubros.
O novo timoneiro dos madeirenses promete uma equipa atacante, com um modelo de jogo dominador e com prioridade para a posse de bola. Ou seja, uma mudança radical com o estilo de jogo praticado nos últimos tempos, o que faz com que a expetativa seja grande, ainda que com algumas renitências devido à pouca experiência do treinador.
12 de novembro de 2018. Sensivelmente 5 meses depois, Cláudio Braga já não tem as mínimas condições para continuar ao comando do maior das ilhas; aliás, há muito que não as tem, sendo que apenas duas pessoas parecem ainda acreditar neste “projeto” – o próprio e o presidente. A promessa de futebol atacante e atraente não passou disso mesmo – uma promessa. A qualidade de jogo apresentada nestes primeiros 13 jogos da temporada foi muito pobre. Demasiado pobre. Esta é uma opinião transversal a todos os adeptos do Marítimo, sem exceção, tal como podemos verificar nas redes sociais: não conseguimos fazer dois passes seguidos (onde está o futebol de posse?), temos apenas 6 golos marcados no campeonato (sendo 2 deles de grande penalidade), o processo defensivo é penoso (falhas graves de posicionamento e erros individuais absurdos), os jogadores estão completamente perdidos dentro de campo (tal como o treinador, no banco), uma leitura de jogo incompreensível por parte de Cláudio Braga (escolhas do 11 e substituições inacreditáveis), enfim... não há condições para mais.
Porém, de um aspeto Cláudio Braga não tem culpa: da sua chegada ao Marítimo. Essa é do Presidente Carlos Pereira. Foi uma aposta pessoal que saiu completamente furada. Apenas 3 vitórias em 13 jogos – duas delas nos descontos!
Compreende-se que, muitas vezes, a chicotada psicológica não é a melhor opção - sou o primeiro a defender essa perspetiva – mas a situação atual evoluiu de tal maneira que já não há outra alternativa. Há que colocar o orgulho de lado e avançar com a saída deste treinador enquanto ainda é tempo. Não há condições para mais.
12 de novembro de 2018. Carlos Pereira tem toda a razão quando diz que os jogadores também têm a sua quota de responsabilidade e que devem “dar” mais em cada momento do jogo. Um jogador deste clube tem de “comer” relva em todos os jogos...
O plantel do Marítimo não é dos melhores da primeira liga, no entanto, temos equipa para fazer um campeonato tranquilo. Jogadores como Bebeto, Jean Cleber, Valente, Correa, Danny, Pinho ou Joel estão muito aquém do que sabem fazer. Mas aquele que os treina, aquele que os orienta, aquele que os motiva, aquele que elabora a melhor estratégia (??) a seguir será sempre o responsável final...
E o que é feito do Gamboa? Internacional Sub-21 por Portugal, será que não tem qualidade para ser convocado? O que se passou com o jogador? Perdeu qualidades? Teve algum atrito com o treinador ou presidente? Não há condições para mais.
Em suma, ontem já era tarde para o Mister Braga sair. E a derrota na Choupana foi o culminar do desgaste a que se tem assistido entre adeptos e equipa técnica. No jogo contra o FC Porto o treinador abandonou (sim, abandonou) as quatro linhas sem dar a cara na hora da derrota. Não há condições para mais.
Mas também é justo e pertinente realçar e questionar o porquê da entrada de alguns reforços (não no verdadeiro sentido da palavra) nos últimos anos, nomeadamente Everton, Ibson, Nikolaos, Abdullah, Marcão ou Lucas Áfrico (a lista é enorme...). Contratar por contratar, mais vale não contratar e optar pela aposta nos jovens da B ou dos Sub-23. É que, com tantas equipas que temos, estamos a impedir uma maior aposta na principal e, ao mesmo tempo, não estamos a retirar dividendos das restantes equipas. É necessário que a Direção tenha um maior acerto e uma maior ponderação na escolha dos jogadores, tendo em conta as dificuldades financeiras do clube. Afinal, de que realmente vivem os adeptos de um clube de futebol?
13 de novembro de 2018. Cláudio Braga ainda é treinador do Marítimo e, ao que tudo indica, assim irá continuar.
Não há condições para mais.