Prometeu, cumpriu - a espaços - e o interesse ainda ficou maior para segunda mão. No embate inaugural na eliminatória de grandes candidatos ao título, Real Madrid e Manchester City empataram no Santiago Bernabéu (1-1), com o jogo a ser repartido e rasgos de grandes craques a mexerem com o marcador.
Os ingleses foram mais fortes no primeiro tempo, com os campeões europeus a assumirem o controlo após chegarem ao golo. De forma natural, maior posse de bola dos visitantes, o que não significa que os Blancos não tiveram vontade de vencerem a partida disputada no Santiago Bernabéu.
Sem surpresas, o embate rapidamente se estabeleceu num jogo de paciência e vontades semelhantes. Os ingleses gostam de ter bola no pé e tiveram essa oportunidade, com a desconfiança natural de quem conhece este Real Madrid, letal em transição e no aproveitamento de erros adversários. Quando os homens de Guardiola chegaram a zonas de finalização, Courtois disse presente e revelou a segurança habitual.
O safanão inaugural na partida foi dado por Vinícius Júnior, sem que antes os Merengues não tenham dado alguns avisos - nota para um corte decisivo de Rúben Dias. Numa jogada construída por um cada vez mais confortável lateral de nome Camavinga, o astro brasileiro recebeu em zona frontal e disparou sem hipótese de defesa para Ederson. Aos 36 minutos, era servido o prato típico do restaurante Blanco.
Em desvantagem, o Manchester City sentiu o golo e aumentaram as dificuldades para segurar as ´motas` adversárias. Por pressão do rival, mas talvez até por estratégia, os ingleses viram o Real Madrid subir linhas no segundo tempo e em vários lances rondar a sua área.
Os papéis inverteram-se e os Citizens começaram a ter espaço para as transições rápidas, com De Bruyne a travar um duelo interessante frente a Courtois. No primeiro momento, o guardião defendeu em grande estilo - o lance acabou anulado por fora de jogo - um remate cruzado, mas, mais tarde, nada conseguiu fazer para parar o belo remate do companheiro de seleção. Pressão alta dos ingleses a resultar, tendo Rodri recuperado a bola em zona avançada após passe arriscado de Camavinga.
Até ao final, a eliminatória entrou ainda mais no pensamento das equipas e os riscos foram muito controlados. Ainda assim, um grande momento ficou guardado para a reta final, com o disparo de Tchouaméni a ser travado por uma intervenção decisiva de Ederson. Tudo empatado e apetite ainda maior para ver o que acontece a 17 de maio, no Etihad Stadium.
🚨Depois de 8 vitórias consecutivas na fase a eliminar da ⭐️Champions League, os merengues voltam a ser travados pelos 'citizens':
— Playmaker (@playmaker_PT) May 9, 2023
E 1-1 vs Man. City [F], meias-finais ⭐️UCL 2022/23
D 4-3 vs Man. City [C], meias-finais ⭐️UCL 2021/22 pic.twitter.com/6sWSIhOXuV
O jogo teve alguns momentos mais aborrecidos, mas o talento apareceu - nota para os lances dos golos - e as equipas provaram que, mesmo com abordagens estratégicas muito diferentes, não falta sumo para apreciar também neste aspeto. Qualidade a justificar a presença nos momentos decisivos desta tão especial competição.
Dois grandes craques em momentos diferentes nas carreiras. Karim Benzema e Erling Haaland são figuras de muito importâncias nas respetivas equipas, mas estiveram apagados esta noite na capital espanhola. Um subida de rendimento pode ter caráter decisivo na segunda mão.
Trabalho seguro da equipa de arbitragem liderada por Artur Soares Dias. Bem a controlar os acontecimentos e a resistir aos cartões. Ficam dúvidas sobre uma eventual saída de bola no golo do Manchester City, mas o VAR não podia intervir na jogada.