Esta é a primeira vez em 124 anos de história que o Kongsvinger chega à final da Taça, onde no próximo dia 20 vai defrontar o crónico campeão Rosenborg. Um caminho ascendente que está a criar enorme expectativa junto do país escandinavo, surpreendido também pela nacionalidade da equipa técnica do clube que ainda está na luta pela subida à primeira liga. O caro leitor já deve estar a imaginar onde queremos chegar. É verdade, o principal responsável por esta escalada notável chama-se Luís Pimenta, tem 35 anos e é português.
Luis Pimenta OBOS-ligaen 2016 |
«Quando vim para Portugal já tinha bem claro na minha cabeça que queria ser treinador. Decidi que queria seguir esse caminho quando percebi que não ia ser jogador. Foi bastante cedo, aos 15 anos [risos]. Não havia qualidade suficiente para ser jogador [risos]», recorda Luís Pimenta ao nosso jornal.
Antes de partir para a Noruega, Luís Pimenta trabalhou com Rui Jorge e Romeu, que estão agora no comando da seleção portuguesa de sub-21, no Belenenses. «Aprendi muito com eles», conta quem em 2011 vislumbrou uma janela de oportunidades. Começou por trabalhar junto dos juniores e como segundo adjunto do Honefoss, mas um choque de ideias com o treinador que entrou em 2013 motivou a sua saída.
«Sinto-me muito orgulhoso, sobretudo porque fizemos isto tudo com uma base de jogadores jovens e locais, ao que juntamos alguns jogadores experientes, caso do Hélio Pinto, português que já jogou, por exemplo, uns quartos-de-final da Liga dos Campeões. Somos três portugueses no Kongsvinger: eu, o Hélio e o Gonçalo Pereira, que é treinador adjunto», completa.
A temporada na Noruega está a chegar ao fim, faltando cumprir o play-off de subida. A primeira batalha está marcada para este sábado, às 17 horas (Portugal), e depois, se tudo correr bem, o Kongsvinger ainda tem mais dois jogos pela frente até garantir o regresso à primeira divisão. Além disso, atenção ainda para a final da Taça com o Rosenborg.
«Ainda não pensamos no jogo da final porque primeiro temos o play-off. Mas não sentimos grande pressão para jogar a final. Temos tudo a ganhar. Os jogadores sabem que no final os adeptos vão estar de pé a aplaudir. Vai ser um jogo para desfrutar», garante o treinador português que não teve dificuldades para se adaptar a um país «organizado» e com «grandes condições» de trabalho.
«Foram dois anos muito bem-sucedidos, tenho despertado interesse, mas ainda não me debrucei sobre isso. Temos as finais do play-off, mais a final da Taça para jogar. Depois no final do ultimo jogo tenho imenso tempo para pensar onde vou estar no próximo ano», confessa.
«Portugal? Não acredito que o meu próximo passo seja Portugal. Os meus filhos vivem aí e é lógico que estar mais perto deles será sempre uma opção. Tenho um nome muito forte na Noruega e em Portugal ainda não. Aqui tenho projetos fortes. De Portugal não acredito que me ligassem de um projeto tão forte e que valesse a pena», sentencia.
0-4 | ||
Pål André Helland 12' 63' 65' Tore Reginiussen 51' |