O fim do jogo entre o Chaves e o Sporting teve as habituais reações e análises à partida, mas houve espaço para mais do que isso. Sobretudo com Luís Castro, que olhou para o estado do futebol português.
Questionado pelo zerozero sobre o que achava em relação à lei que impede que os jogadores emprestados possam defrontar a equipa de origem (como aconteceu com Matheus Pereira e Domingos Duarte), o técnico juntou-se às opiniões sobre o clima de suspeita e de dúvida que paira no futebol nacional.
«Pressupõe-se que um jogador emprestado não tenha condições para jogar contra a equipa de origem, o que para mim é uma prova de desconfiança no ser humano. Como confio nas pessoas, jamais aprovaria uma lei dessas», começou por dizer, antes de passar para um âmbito mais global.
«Andamos neste momento cheios de desconfiança uns dos outros. Para travar que se fale mais de uma ou outra situação que possa acontecer de anormal no jogo, impossibilita-se que os jogadores joguem. Hoje em dia, no futebol português, o princípio que preside é o da desconfiança, que isto é tudo uma cambada de desonestos. Chegámos ao ponto de, se perdemos por três, quatro ou cinco, estamos vendidos não sei a quem, se ganhamos, fomos comprados por não sei quem», atirou.
Depois, a síntese própria do técnico: «Neste momento, deixámos de ser honestos intelectualmente. Somos uns atores nesta peça de teatro. A minha forma de me resguardar é treinar e levar a minha equipa a jogo até o futebol português querer. Quando não quiser, fechamos e há mais um ator a ir para casa».
1-2 | ||
Higor Platiny 90' (g.p.) | Bas Dost 62' 86' |