Diz o hino dos minhotos que o verde da esperança lhes pertence. Foi nesse trecho em que os cónegos se agarraram para conseguir um ponto diante do Benfica. O início foi de grandes, o final foi de superioridade encarnada, mas sem poder de fogo. O Benfica empatou a zeros em Moreira de Cónegos, numa partida onde o Moreirense entrou com tudo, mas o Benfica foi superior no cômputo geral. Faltou poder de fogo e melhores decisões ao líder, que saiu do Minho sob assobios e lenços brancos.
Na ressaca do empate amargo diante do Inter, para a liga milionária, Roger Schmidt repetiu o onze do último encontro, mantendo a confiança em Morato à esquerda da defesa e Tengsted no eixo atacante. Já Rui Borges, treinador do meses de outubro e novembro, alterou apenas uma peça em relação à vitória diante do Vitória SC
O Moreirense entrou à equipa grande. Ainda dentro dos primeiros dez minutos, quatro oportunidades para o lado do cónegos. Alan, Madson, Kodisang e André Luís iam sendo as principais armas de arremesso ao campeão nacional. Valeu Trubin, a ineficácia do Moreirense e a barra, que negou o golo a Madson.
Perante a pressão indesejada, urgia a necessidade do Benfica reagir. Florentino, na sequência de um canto, quase inaugurou o marcador, contra a corrente do jogo. Logo depois, foi a vez de Di Maria, mas Kewin venceu o duelo inicial com o argentino. Jogo aberto em Moreira de Cónegos!
O Benfica cresceu e, com uma pressão mais eficaz, começou a criar perigo aos da casa, que nunca deixaram de olhar para a frente. André Luís marcou, numa fase trémula da sua equipa, mas a bandeira subiu e o VAR confirmou posição irregular.
Até ao fim do primeiro tempo, só deu Benfica. Di Maria abriu o livro e tentou desbloquear a partida, mas o Moreirense baixou linhas e conseguiu conter o presing dos encarnados, que jogaram 15 minutos no meio-campo adversário.
O resultado não estava de feição para os encarnados e Roger Schmidt mexeu no miolo ao intervalo, lançando Chiquinho e Kokcu para os lugares de João Neves e Florentino.
A abrir o segundo tempo, Di Maria foi o primeiro a criar perigo. De fora da área, atirou centímetros acima da barra. Seguiram-se insistências pelos flancos, mas pouca acutilância e Kewin atento iam mantendo tudo como começou.
O Benfica foi dominando, mas o último terço não estava a carburar. Di Maria, por dentro, tentou procurar desequilíbrios para os corredores, principalmente pelo direito, onde Aursnes aparecia desde trás. Foi mesmo assim que o Benfica inseriu a bola na baliza adversária. Aursnes recebeu dentro da área e serviu João Mário para o primeiro... que acabou por não ser o primeiro. O VAR entreviu e descortinou um fora de jogo do norueguês.
Com Ponck no meio campo, o Moreirense ia resistindo como conseguia. Já sem fulgor para transições vertiginosas, os cónegos baixaram as linhas (à semelhança do fim do segundo tempo) e mantiveram-se organizados. Franco foi incansável e os centrais irrepreensíveis.
O Benfica saiu de Moreira de Cónegos debaixo de um mar de assobios e lenços brancos.
Foi incansável. O verdadeiro tampão do meio campo do Moreirense. No primeiro tempo, ajudou com critério a equipa a chegar ao ataque. No segundo, segurou as tropas e fez com que o Moreirense conquistasse um ponto ao campeão
Florentino voltou a ser aposta, mas 45 minutos pouco conseguidos fizeram com que não voltasse para a segunda parte. Errou muitos passes e pareceu um pouco à parte na pressão. Não era o que o Benfica precisava.