Favoritismo confirmado e um passo sólido na eliminatória. Não foi uma partida de sentido único, porém, o Real Madrid dominou e a vitória por 2-0 contra o Chelsea até tem um sabor curto para os campeões europeus. Tímidos em muitos momentos do jogo, a tarefa dos Blues complicou-se após a expulsão de Ben Chilwell.
Com várias unidades em baixo rendimento - João Félix pouco apareceu -, muito trabalho vai ter Frank Lampard para reanimar o seu conjunto. Do outro lado, exibição completa de uma equipa recheada de talento individual e com um coletivo perfeitamente oleado.
Frank Lampard, após a estreia com um desaire frente ao Wolverhampton, ajustou o sistema tático dos Blues e contou com o regresso surpresa de Thiago Silva. N´Golo Kanté também voltou a atuar nas competições europeias, num onze sem Kai Havertz. Nos minutos iniciais, o Chelsea revelou-se uma equipa perigosa em transição, apanhando fora de posição o adversário em algumas ocasiões. Courtois começou cedo a mostrar a sua valia.
O 🏴Chelsea já conseguiu virar 3 vezes uma eliminatória europeia em que perdeu por 2 golos de diferença fora de casa:
1970/71 Club Brugge
2011/12 Napoli
2013/14 PSG pic.twitter.com/Xd5MLVadO7
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De forma inteligente, o Real Madrid percebeu as dinâmicas adversárias e começou a pressionar com qualidade, o que originou recuperações em zonas avançadas. Os sinais foram surgindo e o golo apareceu num lance rápido. Dani Carvajal, num dos muitos movimentos interiores que acumulou, serviu Vinícius Jr num passe longo. Kepa ainda desviou, mas a bola sobrou para uma finalização fácil de Benzema. Os Merengues não perdoam.
Logo na resposta, Sterling voltou a testar a atenção da parede Courtois, no lance mais perigoso dos visitantes até ao descanso. O domínio pertenceu aos Blancos na reta final do primeiro tempo, com um acumular de aproximações perigosas e remates de longe. A curta desvantagem não era um mau resultado para os londrinos, tendo em conta o que vinha a acontecer.
No regresso dos balneários, o Chelsea pareceu hesitante em subir linhas, o que deixou o Real Madrid confortável na gestão do ritmo do encontro. A fantástica capacidade da equipa de Ancelotti em acelerar no momento certo fez novamente estragos num lance que resultou na expulsão de Chilwell, após travar o arranque de Rodrygo rumo à baliza de Kepa.
Se a tarefa já estava difícil, o objetivo para os Blues passou a ser saírem vivos da eliminatória no final deste jogo. Mesmo sem forçar muito o ritmo, os espanhóis aproveitaram a desconcentração adversária num canto curto. A bola chegou até Asensio, que utilizou a sua capacidade de remate para aumentar a vantagem do campeão europeu.
O jogo voltou a aquecer na compensação, com boas oportunidade de Benzema e Mount, mas o resultado não voltou a mexer. Difícil acreditar numa reação do Chelsea e não é pelo 2-0 na eliminatória: a equipa parece triste e sem confiança dentro das quatro linhas.
O Real Madrid venceu em 🏠 casa na 1.ª mão de uma eliminatória europeia por 47 vezes - foi eliminado em 7 ocasiões
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⚠ Última vez que Real Madrid foi eliminado depois de ganhar por 2 + golos na 1.ª mão: 2003/04, frente ao Mónaco pic.twitter.com/7pU4UkplPc
Equipa madura e recheada de qualidade. O Real Madrid demonstrou a muita experiência em comparação com o rival, gerindo de forma inteligente os momentos do jogo e a gestão entre risco/organização. Ajustes rápidos após um bom começo inglês permitiram um domínio até ao último apito.
Tanto talento preso e sem alegria no relvado. A estratégia até foi competente, mas o Chelsea raramente conseguiu colocar os seus argumentos individuais no jogo. Várias unidades influentes não conseguiram desequilibrar e estiveram apagadas, com alguma resignação perante a capacidade adversária.
Noite tranquila para a equipa de arbitragem. Critério justo e poucos lances de difícil análise.