Fica para os registos mais um triunfo do FC Porto, em noite longe de encantar. Contra um competitivo Rio Ave, os dragões sentiram muitos problemas e venceram pela margem mínima, com o golo de Toni Martínez já perto do descanso a ser decisivo para a aproximação ao Benfica (1-0).
Vitórias morais valem pouco, mas Luís Freire tem de estar satisfeito com a exibição dos seus homens, que voltaram a competir bastante bem contra um competitivo rival. Nos campeões nacionais, as muitas ausências tiveram peso na exibição cinzenta e de sofrimento até final. A intranquilidade de algumas unidades, contudo, acabou por surpreender.
Valeu pelo golo a primeira parte do FC Porto. A fase de muitas ausências justifica alguma fase de entrosamento, mas não foi apenas isso que faltou aos dragões até ao descanso. Lentidão de processos e pouca agressividade deram confiança aos visitantes, que foram mesmo a equipa mais perigosa e obrigaram Diogo Costa a um par de difíceis defesas.
Organizada, a equipa de Luís Freire esteve solta na transição e contou também com o perfume da dupla Guga Rodrigues/João Graça, muito inteligente na definição dos lances. A meia-distância de Guga foi uma grande arma e assustou os dragões. Um Rio Ave cada vez mais competitivo contra este tipo de adversários, prova da evolução ao longo da época.
Conceição foi mostrando natural insatisfação e aproveitou várias pausas fazer pequenas reuniões entre jogadores, na procura de acertar dinâmicas. De bola parada acabou por aparecer a inspiração, com Wendell a cruzar para a finalização colocada de Toni Martínez. Eficácia total, num lance entre figuras que até estavam a revelar grande desinspiração.
Subiu o ritmo, porém, o FC Porto continuou a revelar pouca inspiração no regresso dos balneários. Nas vezes em que conseguiu romper em zona avançada, as más definições começaram e levar o sempre exigente público do Dragão ao desespero. Do outro lado, o perigo continuava a espreitar.
Servido por João Graça, o avançado Boateng atirou às malhas laterais, em mais um susto para os azuis e brancos. Minutos mais tarde, foi um desentendimento entre o recém-entrado Zaidu e Diogo Costa a criar barulho na área azul e branca.
Com um forte apoio do seu público, os homens de Conceição lá conseguiram segurar o objetivo, mesmo em sofrimento até ao último apito. Venha lá a Europa e a certeza do nível precisar de subir em Milão.
Este 1-0, frente ao Rio Ave, foi o resultado mais magro dos dragões em 2022/23, a primeira vez que venceu em casa com apenas um golo marcado.
— Playmaker (@playmaker_PT) February 18, 2023
Só por duas vezes não marcou no Dragão esta temporada, nas duas derrotas frente a Benfica e Club Brugge.#LigaPortugalbwin #FCPRAFC pic.twitter.com/oRf36a9Pek
Alguns reparos à noite de Vítor Ferreira, que procurou geriu de forma tranquila uma partida quase sempre disputada a um ritmo baixo. Pepe arriscou e podia ter sido marcada uma grande penalidade contra o FC Porto na primeira parte, tendo também sido assinalada uma mão duvidosa - anulou a jogada - num lance perigoso de Hernâni.
Não levam pontos, mas Luís Freire teve mais uma grande resposta do seu Rio Ave. A equipa esteve organizada, competiu e com outra eficácia podia ter saído com um resultado mais favorável. É verdade que o FC Porto não esteve inspirado, mas é preciso dar mérito aos vila-condenses.
Faltou velocidade ao jogo azul e branco, num duelo de pouca inspiração e muito sofrimento. A ausência de várias peças teve impacto, com Conceição a necessitar de uma resposta mais forte do seu plantel nos próximos desafios. Valeu pela vitória.