«Bolas paradas podem ser decisivas.»
O selecionador sueco, Peter Gerhardsson, tinha deixado o aviso a Portugal na véspera do encontro entre as duas seleções, a contar para a 3.ª e última jornada da fase de grupos do Campeonato da Europa, decisivo para decidir a sorte das duas seleções na prova, e a verdade é que a sua premonição acabou mesmo por concretizar-se na Leigh Sports Village, para infelicidade da equipa das quinas.
Mesmo em alerta para as bolas paradas do adversário, até mesmo por ter sofrido muito nesse capítulo no jogo anterior, Portugal não teve capacidade para lidar com a superioridade da Suécia (5-0) e está fora do Euro.
Kika Nazareth é titular pela 1.ª vez neste Europeu: é a 2.ª jogadora + jovem a integrar o 11 neste Campeonato da Europa
Titulares + jovens no Euro 2022:
🇩🇰Kuhl (19 anos, 0 meses)
🇵🇹Kika Nazareth (19 anos, 7 meses)
🇩🇪Oberdorf (20 anos, 6 meses) pic.twitter.com/tHPnwumHFq
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A esperança de um apuramento inédito para a fase a eliminar do Campeonato da Europa alimentou a esperança das jogadoras portuguesas ao longo da semana, mesmo sabendo que a caminho estava a seleção europeia mais cotada e número dois do Mundo. Um desafio exigente, daqueles que fazem crescer (e aprender) qualquer jogadora.
Portugal aguentou-se muito bem durante os primeiros 20 minutos, até teve uma oportunidade muito boa, através de Carole, aos 17 minutos, mas sucumbiu, adivinhe-se, no primeiro lance de bola parada a favor do adversário. Canto batido na direita, Patrícia Morais socou a bola para zona proibida e Angeldal, sem oposição, rematou para o 1-0. Assim foi o filme do início do fim da caminha lusa em solo britânico.
Pouco depois da meia hora de jogo, mais uma contrariedade para Portugal, com Catarina Amado a sair por lesão e a obrigar Francisco Neto a passar Ana Borges para a lateral direita - a camisola 9 começou a partida como lateral esquerda, no lugar de Joana Marchão. Para piorar, um livre estudado pelas jogadoras suecas, que aproveitaram o péssimo posicionamento defensivo de Portugal, muito recolhidas, para dilatarem a vantagem.
Não há duas sem três. Nem mesmo no futebol. Depois de um canto e um livre darem origem à vantagem sueca, novamente um pontapé de canto a confirmar a superioridade das suecas, desta feita com Carole Costa a desviar a bola para o fundo da própria baliza, em cima do apito para o intervalo.
5-0: 🇵🇹Portugal sofre a sua maior derrota em Campeonatos da Europa (nunca tinha perdido por mais do que 2 golos) e está fora do Euro 2022 pic.twitter.com/MJ9tj41JMB
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Bolas paradas, alguma falta de agressividade e controlo emocional. Estes eram alguns dos aspectos a melhorar para o segundo tempo, mas o peso da desvantagem, ainda para mais contra uma equipa tão poderosa do ponto de vista físico e letal no aproveitamento das oportunidades, era demasiado grande para Portugal conseguir recuperar a alegria (e um pouco da esperança).
Aos 52 minutos, a Suécia beneficiou de uma grande penalidade, a castigar falta de Diana Gomes sobre Asllani, e tornou a missão da seleção portuguesa (ainda) mais impossível. Patrícia Morais ainda advinhou o lado, mas o remate de Asllani saiu muito colocado.
Andreia Norton ainda esteve perto de anotar o tento de honra de Portugal, aos 76 minutos, contudo seria a Suécia a fechar as contas, no primeiro minuto do tempo de descontos, num lance de transição rápida (desta vez, não foi de bola parada) a resultar numa finalização perfeita de Stina Blackstenius.
Quatro dos cinco golos da Suécia foram marcados na sequência de lances de bola parada. Cantos, livres indiretos e penálti. Impressionante a capacidade das suecas em tirarem dividendos desses momentos do jogo.
Se o melhor do jogo foram as bolas paradas ofensivas da Suécia, não é difícil perceber que o pior foi a forma como Portugal defendeu esses momentos. E nem com o aviso do selecionador sueco na antevisão à partida.