Foi como uma viagem na montanha-russa, a vitória do FC Porto sobre o Vizela. Os dragões ganharam por 4-2, tiveram o jogo controlado numa primeira fase, depois tremeram e acabaram com o domínio total.
O ambiente, esse, mesmo parecendo de festa, era também de nervosismo, tal e qual como quando vamos andar no mítico carrossel. É sempre muita emoção e algum medo.
O título pode estar cada vez mais próximo, mas a equipa de Sérgio Conceição entrou em campo a saber que a única coisa que podia festejar, depois do jogo com o Vizela, eram três pontos. Nada mais.
Bem fiel à sua imagem, os dragões voltaram a ter uma entrada imperial. Com muito dinamismo e rapidez a construir, quase sempre com Vitinha, a equipa de Sérgio Conceição explorou da melhor forma a linha defensiva do Vizela.
Pedro Silva e Schettine foram o expoente máximo desses erros e Evanilson e Taremi fizeram o resto. O brasileiro com uma ação à ponta-de-lança batalhador, o iraniano na conversão de uma grande penalidade.
A confiança, por vezes, é inimiga da perfeição e o FC Porto sofreu disso, depois de conseguir ganhar dois golos de vantagem. O Vizela aproveitou o espaço que lhe deram, muito por força da falta de pressão da zona intermédia dos dragões e consegui fazer o empate, com um golo em cada parte.
O fenómeno das coincidências é sempre algo esotérico. Por mais que se vejam, a sensação vai ser sempre essa. No Dragão houve um novo episódio. Na mente de qualquer adepto portista Mbemba passou de vilão a herói no meio de nada.
O congolês teve o azar de ver o remate de Nuno Moreira bater em si aquando do golo do empate do Vizela, mas depois conseguiu colocar a equipa, novamente em vantagem. Na insistência de um pontapé de canto, o central portista, fuzilou Pedro Silva.
O FC Porto sentiu que não podia relaxar e o fato-macaco era o que tinha de manter vestido, até porque o Vizela não teve problemas em pegar na bola e explorar o lado direito portista. Os minhotos causaram calafrios, mas nunca perigo de grande valor.
À medida que o tempo avançou o Vizela acreditou que poderia chegar ao empate, mas esqueceu-se da forma rápida e eficaz como vinha jogando o FC Porto. Sérgio Conceição leu o pensamento de Álvaro Pacheco e com Francisco Conceição em campo o lado direito era o melhor para atacar.
O FC Porto aumenta a vantagem sobre o Sporting e pode festejar este domingo, basta uma escorregadela dos leões. Caso não acontece, os dragões têm duas fichas para gastar no carrossel do campeonato e só precisam de meia volta, um ponto, no caso.
Não é fácil reverter uma situação negativa no Dragão, mais difícil é reverter com dois golos de desvantagem, mas a equipa de Álvaro Pacheco soube ter serenidade e relançar um jogo que pareceu perdido, aos 28 minutos.
É, com certeza, um dos trabalhos de casa que Sérgio Conceição vai passar aos seus meninos, a forma como o meio campo deixou o Vizela jogar. Depois de estar a ganhar, o FC Porto perdeu agressividade, deu espaço para jogar e os minhotos agradeceram. Os golos não foram sorte, foram a inteligência de ver uma oportunidade.