É o maior detentor da Liga dos Campeões e uma das equipas mais experientes - e matreiras - na competição. Apesar disso, o Real Madrid não se livrou de uma grande dose de sofrimento para carimbar a passagem às meias-finais da prova milionária. Só no prolongamento e graças a um golo do suspeito do costume é que os merengues recuperaram de uma situação que, durante largos minutos, pareceu crítica dada a postura agressiva e intensa do rival. O Chelsea, atual detentor da competição, foi um digno vencido e esteve perto de conseguir uma reviravolta absolutamente épica.
Maior vencedor da Liga dos Campeões (13 títulos), o Real Madrid está nas meias-finais da Champions pela 2.ª época consecutiva
⚠31.ª presença dos merengues nas meias-finais da competição, a 10.ª nas 12 últimas temporadas pic.twitter.com/7pdpJTWtBq
— playmakerstats (@playmaker_PT) April 12, 2022
Os mind games de Thomas Tuchel provocaram o efeito desejado. O alemão havia dito que não acreditava numa reviravolta e a sua equipa chegou a consegui-lo aos 75 minutos de jogo, quando Werner fez o 0x3 que silenciou e colocou o Santiago Bernabéu com níveis altos de ansiedade.
A postura do Chelsea foi sublime. Intensos e pressionantes, os blues engoliram por completo o adversário que apenas a espaços criou algum perigo. Teve oportunidades, é certo, mas o Chelsea, com Mount e Werner em evidência, foi inteiramente superior durante grande parte do tempo regulamentar.
Com naturalidade, o conjunto inglês chegou à vantagem aos 15 minutos por Mason Mount, médio que culminou um belo desenho ofensivo da sua equipa com um remate sem hipóteses de defesa para Courtois. O belga, de facto, foi obrigado a aplicar-se por várias vezes e em muitas delas mostrou algum desespero face ao comportamento dos restantes companheiros.
O Real Madrid, por sua vez, apareceu apático. Sem reação, demasiado errático e certamente com um pensamento demasiado sobranceiro em relação à eliminatória. Esse comportamento trouxe más notícias: primeiro porque Rüdiger fez o 0x2 que deixou tudo empatado (eliminatória) e colocou muita pressão nos visitados.
Werner, com um trabalho individual sensacional, estabeleceu o 0x3 já depois de Alonso ter visto um golo anulado por mão na bola e os 1.700 adeptos dos blues entraram em êxtase completo, pelo que silenciaram os restantes milhares de apoiantes do Real Madrid.
O cenário era extremamente delicado e uma das cartadas de Ancelotti teve efeito imediato. Ao receber um passe magistral de Modric, Rodrygo fez o 1x3 e que devolveu a crença aos blancos de que era possível alterar a má imagem deixada até então.
Sempre frenética e com oportunidades de parte a parte, a partida foi para prolongamento e, aí, a sociedade Vini-Benzema fez das suas. Pormenor delicioso do brasileiro, cabeceamento do francês e uma derrota com sabor a vitória. Resta saber quem aparecerá pela frente: Atlético ou Manchester City.
Estavam com dificuldade - sobretudo o brasileiro - em aparecer, mas quando o fizeram foram absolutamente decisivos. Vini Jr e Benzema são os grandes responsáveis por mais de metade dos golos do Real Madrid marcados esta temporada e, tal como na primeira mão, tiveram influência direta no resultado.
O famoso «caiu, mas caiu de pé». O Chelsea esteve perto de escrever um dos momentos mais altos da sua história com uma reviravolta épica em pleno Santiago Bernabéu, mas acabou por «morrer na praia» no prolongamento.
Szymon Marciniak esteve à altura de um grande jogo de futebol, apesar de um ou outro lance que merecia um tipo de critério diferente.