Eis a primeira vitória da era Jesualdo no Boavista. Os axadrezados viajaram até ao sul país para sorrir pela primeira vez em dois meses, naquela que foi a segunda vitória na Liga para a equipa.
Uma excelente entrada na segunda parte resultou no golo da reviravolta, numa partida com toque do Professor. Paulinho foi o autor, Angel Gomes também foi protagonista e as panteras mostraram alguma vida.
O estatuto de lanterna vermelha pesa e não há como negar. Este Boavista, com os executantes que têm, não precisava de ser fora de série para conseguir estar numa posição tranquila, mas a verdade é que também não parecia conseguir desbloquear. O problema começa na defesa, a mais batida à entrada para a jornada, mas não fica por aí.
A equipa de Paulo Sérgio, mais tranquila na tabela, quis assumir o controlo da partida, mas as ideias eram escassas e o resultado foi um jogo muito lento, com as constantes faltas a não ajudarem ao espetáculo. Muita luta, mas pouca capacidade para criar perigo.
Na primeira vez que chegaram perigo perto da baliza de Léo Jardim, os algarvios não desperdiçaram. Fabrício cruzou para o reforço, mas bem conhecido, Ewerton regressar aos golos pelo Portimonense. E o Boavista, que nem tinha chegado ao lado contrário, respondeu antes do apito para o intervalo. Elis mostrou faro para aproveitar uma defesa incompleta de Ricardo Ferreira. Tudo empatado ao intervalo.
Os minutos finais deixaram um bom indício para o segundo tempo e o início não desiludiu. O ritmo estava bem mais alto e pairava a sensação de que, das duas equipas, alguma podia assumir protagonismo.
Jesualdo percebeu que tinha de fechar os caminhos da baliza e acabou por sacrificar o marcador para a entrada de Show. Com mais músculo no miolo adversário, Paulo Sérgio escolheu alterar a estratégia e retirou os criativos Luquinha e Ewerton da partida, escolhendo dar mais presença na área, para tentar jogo direto.
Acabou por resultar o central adaptado porque as panteras iam sendo capazes de cortar as bolas longas, ora pelo chão, ora pelo ar. O relógio tirou a clarividência do Portimonense e o Boavista aproveitou para sorrir, quase dois meses depois.
Foram quase dois meses de amargura para este Boavista. A equipa entretanto trocou de treinador e muito mudou, mas a vitória só chegou em Portimão, quase no fim da primeira volta. Qualidade não falta, agora falta continuar a justificar.
Apesar de a qualidade de jogo ter aumentado bastante na segunda parte, ninguém vai querer recordar o primeiro tempo. Muitas faltas e pouco ataque, num espetáculo difícil de cativar o simples adepto.
Vítor Ferreira conseguiu controlar o jogo durante grande parte do tempo, acabando por ser obrigado a puxar dos cartões nos minutos finais. Fora isso, exibição positiva, bem apoiada pelo VAR.