O duelo de equipas sensação da Liga NOS entre Rio Ave e Famalicão terminou empatado a duas bolas. O Fama foi quem começou por reclamar o título de equipa sensação na primeira parte e chegou a estar a vencer por dois golos de vantagem, mas uma segunda parte de grande nível dos vilacondenses, impulsionada pelas mudanças de Carvalhal, deixou o jogo e a discussão empatados.
A partida iniciou-se a bom ritmo, com a equipa do Rio Ave a começar melhor e a ficar perto de inaugurar o marcador logo aos cinco minutos, mas Taremi não chegou por pouco a um belo cruzamento de Matheus Reis. As duas equipas são reconhecidas pela saída de bola curta e pelo jogo apoiado e hoje não foi diferente, sendo que ambas utilizaram a pressão alta para tentar contrariar a saída de bola adversária.
O golo fez bem ao Famalicão e a Toni Martínez, que voltou a estar perto do golo em duas outras ocasiões, mas viu um defesa rioavista primeiro e depois Kieszek negarem-lhe a possibilidade. A equipa de João Pedro Sousa continuava por cima perante o desnorte do Rio Ave e foi com relativa naturalidade que surgiu o segundo golo da partida. Erro de Borevkovic, num passe à queima que sobrou para Toni Martínez - estava em todas - e o avançado a assistir Pedro Gonçalves para o 2x0, aos 37’.
Só já perto do intervalo é que a turma de Carvalhal conseguiu estabilizar novamente e ficou mesmo perto do golo, num lance de insistência. Nuno Santos conseguiu chegar primeiro a uma bola aparentemente controlada por Riccieli, mas a sorte não quis nada com o extremo luso e o desvio passou ligeiramente ao lado, naquela que foi a melhor oportunidade dos vilacondenses em toda a primeira parte.
O jogo não estava de feição para os vilacondenses e Carvalhal não foi em meias medidas e lançou Dala e Mané ao intervalo, alinhando agora num 3x5x2, com Mané e Nuno Santos como alas e uma defesa a três composta por Aderllan, Borevkovic e MAtheus Reis. No entanto, o primeiro sinal de perigo voltou a pertencer ao Fama, sendo que só uma bela intervenção de Kieszek negou o bis a Toni Martínez.
João Pedro Sousa sentia o jogo a mudar e lançou o talismã Anderson para o lugar de Toni Martínez. A resposta do Fama resultou num remate de Pedro Gonçalves a rasar o poste, mas era curta para um Rio Ave cada vez mais forte, que restabeleceu a igualdade à entrada para o último quarto de hora. Bom lance individual de Mané pela direita, com o extremo a temporizar e a entregar para Tarantini que finalizou de primeira para um golo de belo efeito.
Apesar do Rio Ave continuar por cima, o jogo ficou muito partido na parte final, com oportunidades de parte a parte - Vaná negou a melhor a Taremi -, mas sem que o marcador sofresse qualquer alteração.
É quase moda criticar o futebol português e a qualidade de jogo do nosso campeonato, mas Rio Ave e Famalicão são a prova de que há muito e bom futebol na nossa Liga. Um excelente jogo, duas ideias positivas e um espetáculo que valeu cada euro gasto no bilhete!
O Famalicão realizou uma bela primeira metade e chegou a uma vantagem aparentemente confortável, mas deixou-se empatar na segunda. É verdade que há muito mérito do Rio Ave, mas a verdade é que ficou um pouco a sensação de facilitismo do Fama perante a vantagem no marcador.
Critério largo de Artur Soares Dias, que deixou algumas dúvidas num ou noutro lance, mas não teve influência direta no resultado. Nota negativa para um dos assistentes, que cortou dois ataques promissores do Rio Ave quando podia ter deixado seguir e só depois confirmar o fora-de-jogo.