Dois tinham de tombar, o Rio Ave foi um deles

O Gil Vicente já tinha a viagem para Braga cancelada à partida e o Rio Ave seguiu-lhe o destino nas contas finais do Grupo C da Taça da Liga. Uma derrota caseira, por 0x1, retirou à equipa de Carlos Carvalhal a possibilidade de lutar pelo título de inverno, em janeiro.

Jogo sem balizas

O ouvido no estádio de Portimão era apenas uma das preocupações do Rio Ave na tarde deste sábado, e do Algarve cedo chegaram notícias pouco animadoras (que seriam diferentes na segunda parte). Sobrava à equipa de Carlos Carvalhal a obrigação de cumprir com a própria missão, algo que esteve longe de ser tarefa fácil. 

A iniciativa esteve sempre nos pés dos vila-condenses, é certo, mas faltou baliza. Também porque Vítor Oliveira cumpriu com a palavra e montou um Gil Vicente competente e pouco dado a «brindes» natalícios, mesmo que as contas desta Taça da Liga já estivessem arrumadas para os gilistas antes do apito inicial. 

O tridente ofensivo constituído por Nuno Santos, Mehdi Taremi e Bruno Moreira bem tentou chegar a momentos de finalização, mas havia pouca inspiração e, do outro lado, um Gil Vicente bem organizado defensivamente. Por isso, e numa tarde de muito vento - uma tradição em Vila do Conde -, só um livre de Nuno Santos (14') trouxe sensação de perigo junto às redes de Denis na primeira parte.

Despreocupada, a formação de Barcelos foi, sobretudo, competitiva e séria, mas seguiu a tendência do jogo sem baliza. Ainda assim, Kraev voltou a sublinhar que o talento não engana, exibindo pormenores ricos num jogo que foi quase sempre pobre. Nota também para Lourency, uma espécie de ator secundário nesta equipa do Gil Vicente.

Paulo Ferreira, ex-internacional português e atual olheiro do Chelsea, esteve nas bancadas do Estádio dos Arcos

Mudanças sem efeito

Carvalhal moveu os peões rapidamente após o intervalo, retirando Diogo Figueiras, um lateral, e Bruno Moreira, lançando Carlos Mané e Ronan. A ideia era clara: chegar, finalmente, à baliza de Denis com capacidade para mudar o destino rio avista no jogo e na competição. Funcionou, em parte, mas faltou sempre o essencial. Taremi (65') teve a melhor ocasião no pé direito, mas a mancha de Denis foi perfeita.

De repente, os Arcos inflamaram-se. O Sporting virava o jogo em Portimão e ao Rio Ave bastava um golo para chegar a Braga. Com muito coração, a equipa da casa atirou-se à procura do golo de ouro, que podia ter chegado a oito minutos dos 90. A bola entrou na baliza de Denis, mas André Narciso viu falta de um homem da casa, numa decisão que mereceu muita contestação rio avista.

Contestação que subiu de tom aos 94 minutos, quando um lance entre Paulo Vítor e o avançado do Gil resultou na grande penalidade que Sandro Lima converteu em golo.