Salvação no limite para a turma de Nuno Manta Santos. Com dificuldades sérias nesta última jornada, o Feirense assegurou a manutenção na Liga NOS e continuará no convívio entre os grandes do futebol português, ao contrário do Estoril-Praia, que com este nulo em Santa Maria da Feira deixa o principal campeonato pela primeira vez desde 2012.
Não havia troféu no relvado, mas era uma espécie de final, e o ambiente estava de acordo com isso mesmo: o espaço dos adeptos da casa totalmente lotado, com longas filas no acesso ao estádio, e também os canarinhos com uma grande falange de apoio numa das bancadas. Cânticos constantes de parte a parte e um ambiente como tanto gostaríamos de ver em todos os jogos do campeonato, embora também com alguns excessos no arranque do segundo tempo.
A equipa do Estoril entrou forte no encontro, criou muito perigo no primeiro quarto de hora e desde logo aproximou-se do golo. Aliás, houve mesmo quem gritasse golo na bancada canarinha quando Matheus Sávio fez a bola passar rente ao poste da baliza de Caio Secco, mas o golo foi apenas ilusão de ótica (embora o marcador no estádio tenha chegado a atribuir o golo, voltando ao 0x0 depois). Ewandro ameaçou também com um chapéu que caiu na malha superior da baliza.
A custo, o Feirense reordenou as tropas, reequilibrou o ritmo e instalou-se no meio-campo adversário, embora sem grandes efeitos práticos. Faltava imaginação no ataque fogaceiro, o Estoril não tremia na defesa e de quando em vez fazia por merecer a vantagem. De qualquer forma, o empate a zero que perdurou até ao intervalo só agradava à equipa da casa.
O arranque do segundo tempo contou com sérias perturbações externas, vindas da bancada atrás do guarda-redes Renan Ribeiro, que viu os adeptos lançarem para a sua zona do campo rolos de papel higiénico sem fim, petardos, tochas... enfim, um monte de complicações que mantiveram o jogo parado durante largos minutos. Tenha ou não sido afetado por essa pressão, Renan atrapalhou-se com a bola no fim do primeiro quarto de hora do segundo tempo e ainda houve um calafrio para os estorilistas, mas o guardião lá resolveu a situação.
Do lado oposto, voltava a ser o Estoril que de forma mais séria ameaçava um «golo de ouro»: Caio Secco afastou com dificuldade um livre de Pêpê e viu Kakuba salvar a situação a remate de Ewandro. Um pouco depois, Matheus Sávio tentou concluir uma jogada de insistência do Estoril mas atirou por cima. A pressão estava toda ela na zona de Caio Secco, que sabia que era essencial segurar o nulo.
A precisar urgentemente do tal golo, o Estoril reforçou a aposta num futebol mais direto, colocou mais elementos na frente de ataque, mas não quebrou a resistência de Caio Secco e os estorilistas ainda ficaram reduzidos a dez elementos, face à agressão de Halliche a Luís Machado. Foi assim de forma inglória que o Estoril se despediu da Liga NOS, seis anos depois da subida.
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