O Vitória Futebol Clube, comummente conhecido como Vitória de Setúbal, é um dos históricos do futebol português que, pese as dificuldades que pairam em redor do clube praticamente todos os anos, tem sido capaz de segurar-se no principal escalão.
Com maior ou menor dificuldade, os setubalenses lutam há 15 anos consecutivos pela manutenção na Liga e este ano os esforços vão no sentido de carimbar esse objetivo de forma mais atempada, sem que seja preciso o recurso à calculadora nas últimas jornadas.Sandro Mendes substituiu Lito Vidigal no decorrer da temporada passada e continua no comando técnico dos sadinos, embora nos últimos tempos a sua continuidade tenha sido questionada na imprensa nacional, que tem dado conta de uma alegada ruptura entre treinador e Direção.
O certo é que os discursos parecem divergentes no que diz respeito à constituição do plantel para 2019/20.
Em termos de saídas, Rúben Micael, Allef e Vasco Fernandes deram por terminada a passagem por Setúbal. Carlinhos, Hachadi, Mansilla e Guedes foram os primeiros a chegar ao Bonfim, mas ainda não conseguiram confirmar todas as credenciais.
O último dia de mercado foi mais generoso para Sandro e os três reforços que chegaram - Jubal, Leandrinho e Nabil Ghilas - têm condições para serem presença regular no onze ao longo deste ano.
Os primeiros jogos mostraram uma aposta clara no 4x4x2, com um avançado mais fixo (Hachadi) e outro mais móvel (Zequinha), que se transforma num 4x5x1 nos momento de transição defensiva, em que o internacional marroquino fica como único homem mais adiantado e aquele que exerce a primeira pressão sobre o adversário.
Hildeberto é o elemento mais vertiginoso, aquele que aposta mais no 1x1 e nas incursões da faixa para o interior, enquanto Nuno Valente é um falso extremo, até porque Zequinha acaba por aparecer muito pelo corredor e obriga o médio a fechar mais no meio.
Os nomes apresentados são apenas referências tendo por base as apostas que têm sido feitas nestas quatro primeiras jornadas. Há mais soluções, boas soluções, diga-se.
No entanto, neste momento, há ainda um longo caminho a percorrer. Numa equipa que vale (ainda) muito das suas individualidades, em vez do coletivo, falta algum equilíbrio e organização ao conjunto de Sandro e isso é evidente pelos espaços concedidos aos adversários.
A finalização também tem sido um problema - zero golos marcados na Liga - e o mais preocupante é que a equipa não tem criado muitas oportunidades de golo. Posto isto, há muito trabalho pela frente.
O Vitória de Setúbal é um dos históricos do futebol português, mas também aquele clube que muitos apontam como forte candidato à descida praticamente em todos os anos. O certo é que os sadinos, com maior ou menor dificuldade, vão ultrapassando todos os problemas (e crises) e continuam pela Liga. São já 16 anos consecutivos no principal escalão do futebol português.