Na batalha pelo domínio minhoto, ganhou o Braga, por 1x0, num jogo não muito espetacular e decidido mais com o coração do que com a cabeça.
Os bracarenses tiveram mais oportunidades de golo e demonstraram uma melhor mentalidade competitiva do que o grande rival, algo desinspirado no relvado da Pedreira.
Os clássicos, sim, porque os dois clubes (e a própria rivalidade, a tal saudável) já ganharam o direito à nomenclatura, trazem consigo, por diversas vezes, uma certa aversão ao risco e à criatividade. Durante a primeira hora, Braga e V.Guimarães desconfiaram muito um do outro, tendo o resultado sido uma quase ausência de oportunidades e alguns lamentos vindos da bancada face à pouca coragem das formações minhotas.
O Braga, até ao golo que fez despertar uma Pedreira tristemente a meio gás, teve quase sempre mais bola, mas, por outro lado, demonstrou mais nervosismo e instabilidade mental do que o adversário, essencialmente preocupado em manter o controlo posicional sem bola e orquestrar lances ofensivos capazes de deixarem a organização defensiva arsenalista desorientada.
No período já assinalado, no que toca a verdadeiras oportunidades de golo, apenas registo para uma bela jogada individual de Dyego Sousa, culminada com um remate que passou a rasar a barra de Miguel Silva. Tudo começou, convém dizer, com um escorregão de um dos melhores elementos dos primeiros 45 minutos, Osorio.
O brasileiro, pouco depois, teve tempo e espaço para amortecer na direção de Fransérgio, que obrigou Miguel Silva à defesa da tarde...incapaz, ainda assim, de impedir a recarga vitoriosa de Horta. O Vitória foi para cima, criou uma ocasião por Welthon, mas não houve tempo para mais.
Um pouco na sequência dos últimos 10 minutos da primeira parte, o segundo tempo começou com sinal mais para o Vitória. A equipa de Luís Castro, perante um Sporting de Braga algo apático - apesar da oportunidade logo no primeiro minuto, criada por Dyego Sousa (de cabeça) e defendida por Miguel Silva -, teve mais bola, mais iniciativa e uma oportunidade, na sequência de um pontapé de canto, com Osorio a desviar para as mãos de Tiago Sá.
Com o decorrer do segundo tempo, a equipa de Abel foi controlando cada vez melhor este domínio de pouca dura. A melhor versão vitoriana durou pouco tempo na Pedreira e o Braga chamou-lhe um figo. E as mexidas de Luís Castro não ajudaram muito, diga-se de passagem - Rochinha e Ola John não acrescentaram.
Até ao final, os comandados de Luís Castro obrigaram o Braga a um posicionamento muito baixo no terreno, mas, aí, falou mais alto a solidariedade e o espírito de entre-ajuda dos bracarenses, perante um Vitória com muita vontade, mas com uma ausência peocupante de ideias no momento da definição. Fransérgio atirou ao poste, Viana e Murilo fizeram brilhar Miguel Silva, mas o jogo acabou com uma espécie de certeza: não ganhou o coletivo mais brilhante, ganhou o coletivo mais competente.