Gabriel transfigurado e a confirmação de um novo «J» com faro de golo

Se há jogador a quem a mudança técnica na Luz parece ter feito bem, esse jogador  é Gabriel. Depois de uma exibição positiva nos Açores, o médio brasileiro voltou a apresentar-se em muito bom plano em Guimarães. Para além da qualidade técnica, o salto do ex-Leganés viu-se sobretudo na intensidade que emprestou ao jogo, a atacar e a defender.

A Luz habituou-se aos golos de Jonas nas últimas temporadas, mas agora é a vez de outro “J” garantir a faturação encarnada. João Félix fez o golo decisivo frente aos vimaranenses, com uma receção e finalização dignas de um homem de área. E já vão três golos em três jogos desde que Bruno Lage lhe entregou a titularidade.

A presença de Davidson fez-se notar em praticamente todos os pontos campo, numa exibição marcada pela disponibilidade física e pelo inconformismo do brasileiro. Foi sempre o mais perigoso da equipa de Luís Castro e o impulsionador da ofensiva vitoriana nos últimos 20 minutos do encontro.

A noite de Guimarães mostrou novamente a melhor versão de Rúben Dias. O internacional português foi uma autêntica parede defensiva – numa exibição mais irregular de Jardel – e ainda teve olho para o momento que decidiu o encontro; foi dele o passe longo que encontrou João Félix, aos 14 minutos.  

Se de um lado Ruben Dias foi um travão constante às investidas do Vitória de Guimarães, do outro houve um Pedro Henrique ao mesmo nível. Um pronto-socorro à noite menos assertiva de Osório, que só não foi capaz de “limpar” o erro do parceiro de setor no golo do Benfica.

Com Bruno Lage, o Benfica vai procurar sempre mais o corredor central. Também por isso, o sérvio encaixa melhor na ideia de jogo, embora esta terça-feira tenha tido uma noite para esquecer. Fez quase sempre bem os movimentos pedidos, mas esteve quase sempre mal na definição.

Sem Tozé nem André André, pedia-se ao brasileiro que assumisse a batuta do meio-campo do Vitória de Guimarães, algo que acabou por não acontecer. Escondeu-se em demasia e pouco ou nada foi capaz de criar para que a formação da casa fosse mais perigosa para o Benfica.