O comboio dos candidatos ao título arrancou a todo o gás nesta nova temporada e o FC Porto continua a demonstrar argumentos mais do que suficientes para não o perder. Ao terceiro jogo, a terceira vitória no campeonato, agora com o Moreirense como uma vítima que nunca conseguiu de facto ameaçar um resultado distinto. Foram três golos sem resposta, todos com o regressado Aboubakar como autor.
Antes de mais, falemos da questão que marcou o pré-jogo: Ricardo Pereira não jogou no lado direito da defesa portista. Não jogou em qualquer posição, aliás, e o seu nome nem apareceu na ficha de jogo. Qual a razão? Logo saberemos. Por agora, diga-se apenas que num jogo como este, com claro domínio portista, o facto de ter jogado Maxi Pereira no lugar de um mais explosivo Ricardo acabou por não ter propriamente efeitos negativos.
Se não corre tão rápido como Ricardo, Maxi tem pelo menos uma arma conhecida a seu favor: os lançamentos longos. Fez uso disso logo no arranque e assim surgiu a primeira ocasião do encontro. Um lançamento que mais parecia um pontapé de canto levou Felipe a cabecear à baliza, obrigando Jhonatan a uma defesa complicada.
Pouco seria necessário esperar para surgirem os golos. O FC Porto encontrava um Moreirense muito fechado, a permitir que os portistas circulassem a bola a seu bel-prazer, precisando apenas de procurar as oportunidades certas no último terço. Era uma questão de tempo, e essa questão teve resposta em menos de 25 minutos.
Dois lances separados por apenas três minutos e com o mesmo finalizador, mas inteiramente distintos, encaminharam o FC Porto rumo à vitória que não escaparia. No primeiro, um cruzamento tenso bem ao estilo de Alex Telles encontrou Aboubakar solto por entre os centrais e a resposta foi inequívoca. Cabeça na bola com o timing certo e estava desbloqueada a situação.
O segundo golo, por sua vez, já foi mais confuso. Um erro de Aberhoune permitiu a Marega tentar a sorte mas Jhonatan defendeu a primeira tentativa. Óliver fez a segunda, contra um defesa, e Aboubakar, por fim, lá conseguiu empurrar para o segundo festejo, muito pouco depois do primeiro.
Bem encaminhado e dominante, o FC Porto bem podia ter continuado a empilhar golos no marcador até ao intervalo. Uma vantagem superior não teria surpreendido, até porque a estratégia do Moreirense não parecia alterar-se. O espaço a meio-campo continuava a pertencer aos portistas, que iam gerindo o ritmo confirme convinha. Remates de longe de Danilo e Alex Telles ameaçaram, mas não tanto como Aberhoune, central do Moreirense que por pouco não colocou a bola na própria baliza.
Com naturalidade, o FC Porto voltou para o segundo tempo sem vontade de abdicar da supremacia em campo, embora com um ritmo menos frenético no arranque (o forte calor sentido esta tarde já parecia deixar algumas marcas). Otávio rendeu Brahimi mas nada mudou na estratégia portista e as ocasiões voltaram a acumular-se depois da passagem da hora de jogo.
Marega teve tudo para voltar a marcar, como na primeira ronda, mas fez a bola desviar em Aberhoune e, mais tarde, acertou no ferro da baliza adversária, assistido por Aboubakar. Pelo meio, Corona tentou brilhar com um chapéu mas falhou por pouco o alvo.
Os outros elementos da equipa tentavam, com toda a legitimidade, brilhar, mas a tarde era mesmo de Aboubakar, que antes do apito final conseguiria completar um merecido hat-trick num lance rápido e acabar com todas as dúvidas a respeito da figura dos dragões nesta jornada.
⚡️Há 20 anos que o FC Porto não tinha um arranque tão demolidor na 🇵🇹Liga:
— playmakerstats (@playmaker_PT) 20 de agosto de 2017
17/18 3J, 3V, 8-0 Gls - Treinador
97/98 3J, 3V, 8-0 Gls - Jogador pic.twitter.com/mzFbsbSeIq