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História da edição

Taça UEFA 98/99: O grande Parma

Texto por Jorge Ferreira Fernandes
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Poucas equipas marcaram a década de 90 do futebol italiano como o Parma. Com alguns milhões que já na altura faziam a diferença, porque permitiam a contratação de vários dos melhores craques que a Europa tinha para oferecer, o clube teve anos de brutal ascensão, num processo que teve como um dos pontos altos e mais brilhantes a conquista da Taça UEFA em 1999. Se nos anos anteriores, este coletivo tinha demonstrado qualidade e poder, a verdade é que a melhor versão apareceu na segunda conquista de uma prova europeia. 

O percurso do clube na Taça UEFA de 1999 foi, mesmo, quase perfeito. Apenas duas derrotas, pela margem mínima, ambas na primeira-mão e que não tiveram implicações decisivas, 25 golos marcados e triunfos de goleada nos quartos e na final. O Marselha, uma equipa de referência nas competições europeias naqueles anos, não teve hipótese para controlar um conjunto recheado de talento, ambição, com um espírito conquistador incontrolável. O pequeno Parma foi enorme naquele ano. 

A lenda Gigi Buffon começou no Parma @Getty /
Não faltaram, também, nesta edição, as equipas portuguesas. Sporting, Marítimo e Vitória de Guimarães chegaram à primeira eliminatória com ambições diferentes, mas o resultado foi o mesmo: eliminação. O Sporting, à partida, era quem tinha mais esperança em seguir em frente, mas duas derrotas contra o Bologna acabaram por ser fatais. O Vitória de Guimarães também não foi capaz de evitar dois desaires diante do Celtic e o Marítimo acabou por ser a equipa lusa com a participação mais honrosa. Diante do Leeds, que, poucos anos depois, chegaria à meia-final da Liga dos Campeões, os madeirenses bateram-se bastante bem, ganhando por 1x0 na segunda-mão, depois de uma derrota pelo mesmo resultado em Inglaterra. Só faltou maior competência nas grandes penalidades para levar adiante o sonho. 

Curiosamente, logo nessa primeira eliminatória, o futuro campeão Parma começou a sua participação da pior maneira, com uma derrota por 1x0 diante do Fenerbahçe. Os italianos até acabaram com duas expulsões, mas o adversário turco não conseguiu aproveitar a vantagem numérica. Mesmo sem Cannavaro e Dino Baggio, uma semana depois, a equipa de Malesani deu uma ótima resposta, com um 3x1 que garantiu a passagem à ronda seguinte. Chiesa não jogou, mas o outro avançado, Crespo, começava a dar que falar. 

Crespo foi dos que mais brilhou @Getty /
Este era um Parma diferente em relação aquele que tinha ganho com Nevio Scala a Taça UEFA em 1995. A meio da década de 90, brilhavam nomes como Zola, Fernando Couto, Crippa ou Di Chiarra. Em 1999 apareceu a juventude, a rebeldia, a irreverência de alguns dos jogadores que marcariam o futebol italiano (e não só) durante, pelo menos, os primeiros anos do século XXI. No fundo, aquilo que aconteceu em 99 foi a consequência de um processo longo, que começou bem antes e que permitiu ao clube abandonar a imagem de «pequeno». 

Num percurso tão positivo e consistente, onde, basicamente, brilharam quase sempre os mesmos protagonistas, é complicado destacar algum jogo, mas aquilo que aconteceu nos quartos de final, diante do Bordéus, ficará para sempre na história do Parma. A equipa perdeu o jogo em França, por 2x1, e, em casa, operou uma reviravolta que de repente se transformou em goleada. Nessa noite de 16 de março, a qualidade de jogo desta formação atingiu níveis altíssimos, com a dupla de ataque a dar a melhor sequência a um futebol combinativo, rápido, criativo. Crespo e Chiesa entenderam-se às mil maravilhas, a defesa, que contava também com Thuram, respondeu à altura e Verón e Baggio produziam muito na zona intermediária. Uma equipa em cheio, preparada para conquistar, outra vez, o Velho Continente. 

Claros 3x0 na final @Getty /
A final, diante do Marselha, acabou por respeitar todo o percurso. Crespo inaugurou o marcador, ao aproveitar da melhor forma um péssimo atraso de um defesa adversário para o guarda redes. Vanoli, ainda antes do final do primeiro tempo, efetuou um excelente cabeceamento que foi parar o canto inferior da baliza e Chiesa, com um remate portentoso, finalizou da melhor forma uma grande jogada coletiva, a fechar os primeiros dez minutos da etapa complementar. Caía o Marselha de Laurent Blanc ou de Robert Pires, com toda a naturalidade. Ao mesmo tempo, era o fim de uma era conquistadora para uma das grandes equipas de culto da história do futebol europeu. 

Comentários

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motivo:
Parma viciado
2020-05-12 20h41m por podolski7
O Parma venceu em condições muito duvidosas. Cannavaro foi filmado a dopar.

"Cannavaro: Questa è la prova che facciamo schifo!"
Doping Parma
2020-05-12 20h38m por podolski7
O Parma venceu em condições muito duvidosas. Cannavaro foi filmado a dopar.

"Cannavaro: Questa è la prova che facciamo schifo!"
Doping Parma
2020-05-12 20h37m por podolski7
O Parma venceu em condições muito duvidosas. Cannavaro foi filmado a dopar.

https://www. youtube. com/watch?v=RNv0hGKpVNQ
Doping Parma
2020-05-12 20h35m por podolski7
O Parma venceu em condições muitos duvidosas. Cannavaro até foi filmado a dopar.

https://www. youtube. com/watch?v=RTqk2Bt9H_M
Parma
2020-05-12 11h16m por Mestredofutebol2020
Equipa fantástica não há liga nenhuma no mundo com equipas tão históricas como em Itália : AC Milan, Juventus, Inter de Milão, Lázio, Roma, Nápoles, Parma, Fiorentina, Génova, Sampdoria, Torino e Pro Vetcelli
jogos históricos
U Quarta, 12 Maio 1999 - 19:45
Luzhniki Stadium
Hugh Dallas
3-0
Hernán Crespo 26'
Paolo Vanoli 36'
Enrico Chiesa 55'
Estádio
Luzhniki Stadium
Lotação80000
Medidas-
Inauguração1956