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    A preto e branco
    Luís Cirilo Carvalho
    2018/07/07
    E8
    "A Preto e Branco” é uma coluna de opinião que procurará reflectir sobre o futebol português em todas as suas vertentes, de uma forma frontal e sem tibiezas nem equívocos, traduzindo o pensamento em liberdade do seu autor sobre todas as questões que se proponha abordar.

    Este Mundial da Rússia já era estranho antes de ter começado por razões que vão desde a escolha das cidades que sediaram jogos, demasiado concentradas num país que é o maior do mundo, até às selecções que não conseguiram apurar-se.

    Foi, de facto, estranho constatar que a Itália, a Holanda e o Chile não marcaram presença num certame de que costumam ser, especialmente as duas primeiras, clientes habituais e, no caso dos italianos, com vários títulos já conquistados, sendo o último deles em 2006 no Mundial da Alemanha.

    Os chilenos, campeões sul-americanos em título, também não conseguiram lograr o apuramento não confirmando, na fase de qualificação, o domínio que mostraram na última Copa América.

    Quanto à Holanda, é a mais infeliz das selecções em termos de Mundiais, porque já perdeu três finais, sendo duas em casa do outro finalista (Alemanha em 1974 e Argentina em 1978 e nunca ganhou nenhuma), e, atualmente, encontra-se em fase de renovação de valores, mas sem craques de antigamente como Cruyff, Van Basten ou Ruud Gullit.

    E o Mundial continuou estranho depois de se iniciar a fase de grupos.

    Estranho porque as equipas teoricamente favoritas não tiveram prestações convincentes e sentiram grande dificuldades perante adversários teoricamente mais fracos, chegando ao ponto de, nalguns casos, nem os conseguirem ultrapassar quer nos jogos entre eles, quer na própria classificação dos grupos.

    E nessa estranheza insere-se, naturalmente e com grande destaque, o facto de a Alemanha, campeã mundial em título e por muitos apontada como grande favorita a revalidar o triunfo na prova, ter ficado pela fase de grupos e num impensável último lugar do seu grupo depois de derrotada por México e Coreia do Sul.

    Foi um aviso aos outros favoritos.

    Porque nos oitavos de final a razia continuou em termos de equipas com pretensões de chegar mais longe, até ganharem a prova.

    Portugal, o actual campeão europeu, ficou pelo caminho frente a um Uruguai que soube levar a água ao seu moinho e afastou da prova uma selecção que não se assumia como favorita, mas tinha as suas pretensões e apresentava como bandeira o “Bola de Ouro” Cristiano Ronaldo.

    No mesmo dia, a Argentina, duas vezes campeã mundial e com Messi como grande figura, não conseguiu resistir a uma forte selecção francesa e foi afastada depois de um dos melhores jogos deste Mundial.

    No dia seguinte também a Espanha, fragilizada pelo inacreditável episódio Lopetegui, abandonou a prova eliminada por uma selecção russa que soube sofrer e levar a disputa para penáltis onde foi mais competente, tendo eliminado uma das principais favoritas.

    E este estranho mundial, que começou sem Itália, Holanda e Chile chegou aos quartos de final sem o campeão mundial, sem o campeão europeu e sem dois ex-campeões mundiais o que, não sendo caso para abrir a boca de espanto, constitui sempre motivo para alguma surpresa.

    Mas os quartos de final não quiseram destoar do restante.

    E se a vitória da França sobre o Uruguai tem de se entender como normal a todos os títulos, tal a superioridade francesa, já a queda do Brasil aos pés de uma eficiente Bélgica significou o afastamento da selecção com mais títulos, a única que disputou todos os Mundiais e aquela que muitos viam como principal candidata depois da eliminação da Alemanha.

    E não deixa de ser...estranho saber que se França e Bélgica vão disputar uma das meias finais na outra estarão selecções como a Rússia, a Croácia, a Suécia e a Inglaterra o que significa que uma dessas quatro selecções disputará a final com o apurado do confronto franco-belga!

    Porque se trata de selecções que no início deste Mundial, por razões de ranking e histórico, ninguém esperaria vê-las a chegar à final da competição face ao que se supunha como maior poderio de outras equipas.

    Mas o encanto e o sortilégio do futebol estão precisamente no imprevisto dos resultados, no agigantamento dos supostamente mais fracos, nos vencedores inesperados das competições. Veja-se o Europeu 2016 como grande exemplo!

    E por isso neste Mundial da Rússia se há coisa que não arrisco são previsões quanto ao vencedor. Porque desconfio, e com bastas razões para isso, que este Mundial vai ser estranho até ao fim!

     
    Porque desconfio, e com bastas razões para isso, que este Mundial vai ser estranho atéEste Mundial da Rússia já era estranho antes de ter começado por razões que vão desde a
    escolha das cidades que sediaram jogos, demasiado concentradas num país que é o maior do
    mundo, até às selecções que não conseguiram apurar-se.
    Foi, de facto estranho, constatar que a Itália,a Holanda e o Chile não marcaram presença num
    certame de que costumam ser, especialmente as duas primeiras, clientes habituais e no caso
    dos italianos com vários títulos já conquistados sendo o último deles em 2006 no Mundial da
    Alemanha.
    Os chilenos, campeões sul americanos em título também não conseguiram lograr o
    apuramento não confirmando na fase de qualificação o domínio que mostraram na última
    Copa América.
    Quanto à Holanda, a mais infeliz das selecções em termos de mundiais porque já perdeu três
    finais sendo duas em casa do outro finalista (Alemanha em 1974 e Argentina em 1978e nunca
    ganhou nenhuma) , está em fase de renovação de valores não tendo hoje craques como
    Cruyff, Van Bastem ou Ruud Gullit.
    E o Mundial continuou estranho depois de se iniciar a fase de grupos.
    Estranho porque as equipas teoricamente favoritas não tiveram prestações convincentes,
    vendo-se com grande dificuldades perante adversários teoricamente mais fracos e chegando
    ao ponto de nalguns casos nem os conseguirem ultrapassar quer nos jogos entre eles quer na
    própria classificação dos grupos.
    E nessa estranheza insere-se, naturalmente e com grande destaque, o facto de a Alemanha
    campeão mundial em título e por muitos apontada como grande favorita a revalidar o triunfo
    na prova ter ficado pela fase de grupos e num impensável último lugar do seu grupo depois de
    derrotada por México e Coreia do Sul.
    Foi um aviso aos outros favoritos.
    Porque nos oitavos de final a razia continuou em termos de equipas com pretensões a
    chegarem longe e até a ganharem a prova.
    Portugal, o actual campeão europeu, ficou pelo caminho frente a um Uruguai que soube levar
    a água ao seu moinho e afastou da prova uma selecção que não se assumia como favorita mas
    tinha as suas pretensões e apresentava como bandeira o “bola de ouro” Cristiano Ronaldo.
    No mesmo dia a Argentina, duas vezes campeã mundial e com Messi como grande figura, não
    conseguiu resistir a uma forte selecção francesa e foi afastada depois de um dos melhores
    jogos deste Mundial.
    No dia seguinte também a Espanha, fragilizada pelo inacreditável episódio Lopetegui,
    abandonou a prova eliminada por uma selecção russa que soube sofrer e levar a disputa para
    penáltis onde foi mais competente e eliminou uma das principais favoritas.
    E este estranho mundial, que começou sem Itália,Holanda e Chile chegou aos quartos de final
    sem o campeão mundial, sem o campeão europeu e sem dois ex campeões mundiais o que
    não sendo caso para abrir a boca de espanto constitui sempre motivo para alguma surpresa.
    Mas os quartos de final não quiseram destoar do restante.
    E se a vitória da França sobre o Uruguai tem de se entender como normal a todos os títulos, tal
    a superioridade francesa, já a queda do Brasil aos pés de uma eficiente Bélgica significou o
     
    afastamento da selecção com mais títulos , única que disputou todos os mundiais e aquela que
    muitos viam como principal candidata depois da eliminação da Alemanha.
    E não deixa de ser...estranho saber que se França e Bélgica vão disputar uma das meias finais
    na outra estarão selecções como a Rússia, a Croácia, a Suécia e a Inglaterra o que significa que
    uma dessas quatro selecções disputará a final com o apurado do confronto franco-belga!
    Porque se trata de selecções que no início deste Mundial, por razões de ranking e histórico,
    quase ninguém esperaria ver chegarem à final da competição face ao que se supunha maior
    poderio de outras equipas.
    Mas o encanto e o sortilégio do futebol estão precisamente no imprevisto dos resultados, no
    agigantamento dos supostamente mais fracos, nos vencedores inesperados das competições.
    Veja-se o Europeu 2016 como grande exemplo!
    E por isso neste Mundial da Rússia se há coisa que não arrisco são previsões quanto ao
    vencedor.
    Porque desconfio, e com bastas razões para isso, que este Mundial vai ser estranho atéEste Mundial da Rússia já era estranho antes de ter começado por razões que vão desde a
    escolha das cidades que sediaram jogos, demasiado concentradas num país que é o maior do
    mundo, até às selecções que não conseguiram apurar-se.
    Foi, de facto estranho, constatar que a Itália,a Holanda e o Chile não marcaram presença num
    certame de que costumam ser, especialmente as duas primeiras, clientes habituais e no caso
    dos italianos com vários títulos já conquistados sendo o último deles em 2006 no Mundial da
    Alemanha.
    Os chilenos, campeões sul americanos em título também não conseguiram lograr o
    apuramento não confirmando na fase de qualificação o domínio que mostraram na última
    Copa América.
    Quanto à Holanda, a mais infeliz das selecções em termos de mundiais porque já perdeu três
    finais sendo duas em casa do outro finalista (Alemanha em 1974 e Argentina em 1978e nunca
    ganhou nenhuma) , está em fase de renovação de valores não tendo hoje craques como
    Cruyff, Van Bastem ou Ruud Gullit.
    E o Mundial continuou estranho depois de se iniciar a fase de grupos.
    Estranho porque as equipas teoricamente favoritas não tiveram prestações convincentes,
    vendo-se com grande dificuldades perante adversários teoricamente mais fracos e chegando
    ao ponto de nalguns casos nem os conseguirem ultrapassar quer nos jogos entre eles quer na
    própria classificação dos grupos.
    E nessa estranheza insere-se, naturalmente e com grande destaque, o facto de a Alemanha
    campeão mundial em título e por muitos apontada como grande favorita a revalidar o triunfo
    na prova ter ficado pela fase de grupos e num impensável último lugar do seu grupo depois de
    derrotada por México e Coreia do Sul.
    Foi um aviso aos outros favoritos.
    Porque nos oitavos de final a razia continuou em termos de equipas com pretensões a
    chegarem longe e até a ganharem a prova.
    Portugal, o actual campeão europeu, ficou pelo caminho frente a um Uruguai que soube levar
    a água ao seu moinho e afastou da prova uma selecção que não se assumia como favorita mas
    tinha as suas pretensões e apresentava como bandeira o “bola de ouro” Cristiano Ronaldo.
    No mesmo dia a Argentina, duas vezes campeã mundial e com Messi como grande figura, não
    conseguiu resistir a uma forte selecção francesa e foi afastada depois de um dos melhores
    jogos deste Mundial.
    No dia seguinte também a Espanha, fragilizada pelo inacreditável episódio Lopetegui,
    abandonou a prova eliminada por uma selecção russa que soube sofrer e levar a disputa para
    penáltis onde foi mais competente e eliminou uma das principais favoritas.
    E este estranho mundial, que começou sem Itália,Holanda e Chile chegou aos quartos de final
    sem o campeão mundial, sem o campeão europeu e sem dois ex campeões mundiais o que
    não sendo caso para abrir a boca de espanto constitui sempre motivo para alguma surpresa.
    Mas os quartos de final não quiseram destoar do restante.
    E se a vitória da França sobre o Uruguai tem de se entender como normal a todos os títulos, tal
    a superioridade francesa, já a queda do Brasil aos pés de uma eficiente Bélgica significou o
     
    afastamento da selecção com mais títulos , única que disputou todos os mundiais e aquela que
    muitos viam como principal candidata depois da eliminação da Alemanha.
    E não deixa de ser...estranho saber que se França e Bélgica vão disputar uma das meias finais
    na outra estarão selecções como a Rússia, a Croácia, a Suécia e a Inglaterra o que significa que
    uma dessas quatro selecções disputará a final com o apurado do confronto franco-belga!
    Porque se trata de selecções que no início deste Mundial, por razões de ranking e histórico,
    quase ninguém esperaria ver chegarem à final da competição face ao que se supunha maior
    poderio de outras equipas.
    Mas o encanto e o sortilégio do futebol estão precisamente no imprevisto dos resultados, no
    agigantamento dos supostamente mais fracos, nos vencedores inesperados das competições.
    Veja-se o Europeu 2016 como grande exemplo!
    E por isso neste Mundial da Rússia se há coisa que não arrisco são previsões quanto ao
    vencedor.
    Porque desconfio, e com bastas razões para isso, que este Mundial vai ser estranho até


    Comentários

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    motivo:
    Estranho?
    2018-07-11 12h33m por bmgb_bmgb
    Acontece em todas as grandes competições e momentos de futebol.
    Crónica com 0% de valor, novidade, opinião. . . não se percebe.
    Final inédita, não inesperada
    2018-07-11 11h51m por tato_gomes
    Tão "estranho" que a França alcança, com todo o mérito, uma vez mais a final e, provavelmente, será le neuf champión du monde! E como cita bludouro, "estranho é achar estranho", ora pois. . .
    Qualquer que seja o duelo decisivo, não sucederá nada que não tenha estado tão próximo de acontecer na história do futebol, inclusive nos anos mais recentes.
    Estranho é achar estranho . . .
    2018-07-08 13h59m por bludouro
    . . . e ter investido 10 minutos da minha vida a digerir este texto e com isso aprender nada de novo! Não existe nada de estranho em o quarteto - Rússia, Croácia, Suécia ou Inglaterra - providenciar um finalista neste Mundial. Tem tudo a ver com as nuances do sorteio e as circunstâncias de todos os tubarões acabarem a habitar o mesmo lago (passe o facto biológico de se tratarem de peixes de água salgada) - aliás tal como já se sucedeu no ultimo Euro! Se a saga tornou-se a repetir, sincerame...ler comentário completo »
    Finalmente. . .
    2018-07-07 23h57m por tato_gomes
    Sobre Portugal, apesar de ser o atual detentor do título europeu, no Mundial passado nem sequer ultrapassou a fase de grupos, ainda que liderado por um Cristiano Ronaldo já no auge da carreira. Infelizmente, de forma não tão prematura como no Brasil, acabamos por ficar pelo caminho frente à uma seleção com mais história que a nossa.
    Um Mundial NADA estranho
    2018-07-07 23h31m por tato_gomes
    "Estranho" só para quem anda por fora do futebol atual. Bélgica e Croácia, apesar de nunca terem conquistado um Mundial, já antes de iniciarem as respectivas campanhas que eram apontadas como candidatas a alcançarem tão adiantada fase, se não vejamos a posição privilegiada que ambas as seleções vêm ocupando nos mais recentes rankings da FIFA. Enquanto que França e Inglaterra são simplesmente dois históricos do futebol mundial, assim como os recém-eliminados Brasil e Uruguai. Como anfitriã...ler comentário completo »
    JO
    Rússia
    2018-07-07 18h18m por Josec78
    "Este Mundial da Rússia já era estranho antes de ter começado por razões que vão desde a escolha das cidades que sediaram jogos, demasiado concentradas num país que é o maior do mundo. . . "

    É o maior país do mundo, sem dúvida. De certeza que nenhuma selecção gostaria de jogar um jogo em Moscovo e o jogo seguinte em Vladivostok. Daí estar "concentrado" em "apenas" alguns bons milhares de quilómetros.
    BI
    dúvidas
    2018-07-07 17h27m por BILLYBOYPT
    Como se garante a competitividade das selecções mais cotadas numa prova que significa entrar na sexta ou sétima dezena de jogos da época para muitos dos seu jogadores?

    O tiki-taka além de ser o modelo de jogo mais aborrecido do mundo, em selecções, funcionou com a Espanha por causa do Barcelona. Implementar de raiz em selecções é um disparate que redunda em posse de bola sem objectividade. O que vemos cada vez mais, é selecções com 1000 passes por jogo e 70% de posse de bola,...ler comentário completo »
    . . .
    2018-07-07 16h37m por xithombo
    Estranho.

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