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Terra do Futsal com... Nuno Chuva

Vistam os casacos, porque a quarta edição desta rubrica leva-nos à Europa de Leste, mais precisamente à fria Polónia. Em Komprachcice, uma vila no distrito de Opole que fica a cerca de 350km de Varsóvia, jogam dois portugueses, um dos quais é o nosso entrevistado nesta edição.

Nuno Chuva, ala de 20 anos que tem dado que falar pelos grandes golos apontados no campeonato polaco, é o convidado para nos dar a conhecer mais uma Terra do Futsal.

Esta entrevista foi realizada no dia 9 de maio de 2021.

Raio X [Jogador]
na/o
Nuno ChuvaKomprachcice
13Jogos
10Golos Marcados
7Vitórias
3Empates
3Derrotas

zerozero: O que te levou a optares, aos 20 anos, por um campeonato de menor dimensão como o polaco?

Nuno Chuva: O principal motivo que me levou a tentar o estrangeiro foi que saí da formação, era o meu primeiro ano de sénior e iria ser muito difícil jogar numa primeira divisão em Portugal. Poderia estar a jogar numa equipa mas seria difícil ter minutos para jogar. Então, decidi optar pelo estrangeiro. A minha primeira opção e foi onde fui jogar foi França, que era um campeonato onde tinha chegado o Ricardinho, o Bruno Coelho e muitos outros jogadores, e onde era previsto que o campeonato fosse crescer e o futsal fosse crescer. Devido à pandemia, houve o cancelamento dos campeonatos secundários e eu tive que optar, juntamente com o meu empresário, Bernardo Gonçalves, tive que optar por uma segunda opção e acabei na Polónia.

ZZ: Tinhas mais convites em cima da mesa? A Polónia foi o que te agradou mais?

NC: Sim, eu tinha mais alguns convites. Não acompanhava muito, mas conhecia gente que jogava aqui e sempre me disseram que era um campeonato muito competitivo e eu vim a comprovar isso. Foi um dos motivos para eu também vir para aqui.

ZZ: Tinhas algum conhecimento do que era o campeonato polaco antes de chegares, para além dessas pessoas que conhecias?

NC: Não, não muito. Tinha visto apenas um, dois jogos da equipa que normalmente vai à Champions, que é o Rekord, mas não tinha muita informação. Sabia que é muito menos técnico que em Portugal, muito mais lento e o jogo era muito de defesa e físico. É um estilo de jogo aqui dos países do Leste, o jogo mais de contacto e mais de garra, não tão técnico ou tático. Ganha-se muitos jogos aqui na força.

©Arquivo Pessoal
ZZ: A adaptação a um novo futsal e a um novo país foi complicada?

NC: Sim, ao início foi um bocadinho complicado. Cheguei já quase em dezembro e eles já vinham a jogar, já tinham o grupo fechado desde junho. Então, quando cheguei foi uma surpresa para eles todos, mas acabei por ser bem recebido no grupo e a nível do futsal senti, até mesmo em relação a França, uma grande diferença. É um jogo muito parado, muito físico. Eles gostam de lutar dentro de campo, no bom sentido, e demorei alguns jogos a adaptar-me à equipa e ao campeonato daqui. Penso que agora já estou bem melhor e até mesmo a equipa mudou muito o seu estilo de jogo.

ZZ: Em França, chegaste a assinar contrato e não jogaste?

NC: Exato. Tinha assinado contrato com o Martel Caluire, do centro de Lyon.

ZZ: Também na Polónia, na mesma equipa que tu, está o Ricardo Fernandes, que chegou também este ano.

NC: Sim, também chegou na mesma altura que eu. Chegou uma semana antes.

ZZ: O facto de teres alguém ao teu lado que fala a mesma língua tornou a adaptação mais fácil?

NC: Sim, é muito mais fácil quando temos alguém que fala a mesma língua que nós, senão passávamos o dia todo sozinhos. A comunicação com as pessoas daqui é um bocado complicada, porque nem todos falam inglês, e ter uma pessoa em que eu posso falar português dentro e fora de campo é muito melhor, é uma ajuda tremenda.

ZZ: São muito unidos fora de campo?

©Arquivo Pessoal
NC: Sim, sim, muito. É a nossa vida. Moramos juntos, fazemos tudo juntos desde que estamos cá e acabamos por criar uma grande união e somos grandes amigos dentro e fora de campo. Tentamos ajudar-nos sempre ao máximo.

ZZ: O campeonato está a três jornadas do fim, o Komprachcice está no oitavo lugar e numa luta muito renhida pela manutenção. Era o principal objetivo da temporada?

NC: Sim. Quando eu cheguei cá, o objetivo que propuseram foi a manutenção, visto que a equipa tinha subido na época anterior. O principal objetivo seria a manutenção para depois se pensar a longo prazo e poder ter umas classificações melhores. Este fim de semana conseguimos ter essa tal manutenção na vitória no jogo de ontem, que foi o dérbi. Garantimos a manutenção a faltar três jornadas. E sim, o campeonato aqui é muito... é o que eu disse, as equipas são muito instáveis, não é um campeonato muito regular. Tanto o último pode ganhar ao primeiro como perder logo com a equipa que está a seguir a eles.

ZZ: Vocês conseguiram conquistar apenas quatro pontos nos primeiros sete jogos, mas as coisas começaram a melhorar. O que é que esteve por detrás do mau arranque e também do crescimento da equipa?

NC: Eu acho que cheguei cá só em novembro, já cheguei com dez, 12 jogos que eles já tinham feito e mesmo depois de eu chegar, a equipa estava num período delicado. Mas na altura em que eu vim, também foi uma altura em que tivemos um novo treinador, entrei eu e o Ricardo e penso que o novo treinador trouxe novas ideias para a equipa, porque já vinha com experiência de equipas de primeira divisão, e conseguiu passar essas ideias para a equipa e conseguiu passar a sua sabedoria para a equipa. Penso que estamos muito melhores agora do que o que estávamos nessa altura.

ZZ: Faltava experiência à equipa.

NC: Sim, sobretudo experiência.

©Burinhosa Futsal
ZZ: Em que patamar está nesta altura o futsal polaco?

NC: Em termos de profissionalismo, pelo que sei, está cada vez a aumentar mais. Tem-se vindo a trabalhar para que possa vir a ser um campeonato profissional nos próximos anos, mas é um trabalho que ainda vai durar algum tempo. Em relação ao campeonato português, que é considerado um dos melhores, não tem comparação tanto a nível estrutural, como a nível de jogadores. Portugal está muito superior à Polónia.

ZZ: Pretendes ficar muito tempo pela Polónia? Qual é o passo seguinte?

NC: Por agora, tenho mais um ano de contrato, o qual vou cumprir. Depois, logo se verá o que vai acontecer. Estou a gostar, estou a gostar do campeonato, estou a gostar de jogar aqui. Penso que me adaptei bem e vou continuar aqui.

ZZ: Vês um regresso a Portugal nos próximos anos ou pretendes continuar pelo estrangeiro?

NC: Claro que eu pretendo voltar a Portugal, porque é o meu país e onde há o melhor futsal do mundo. Para isso tenho que trabalhar para que possa, quando voltar a Portugal, estar numa equipa em que possa ter minutos e jogar com regularidade, que é isso que pretendo.

ZZ: Fala-nos um pouco da época em que vences a Taça Nacional de Juniores pelo Burinhosa. O que recordas dessa altura?

NC: Foi no meu primeiro ano de júnior. Tinha subido do escalão de juvenis e, na época anterior, os juniores tinham descido à distrital. Tivemos que fazer o campeonato distrital e chegámos à Taça Nacional com zero derrotas e sei que acabámos, não sei ao certo o número, sem derrotas e apenas com dois, três empates numa época com 50 e poucos jogos. O nível de dificuldade não era muito, mas nós conseguimos fazer algo que não sei se no campeonato distrital de Leiria as equipas alguma vez fizeram, que foi vencer a Taça Nacional sem qualquer derrota.

ZZ: Fizeste a estreia na Liga pelo Burinhosa.

©FPF
NC: Sim, no Burinhosa cheguei a estrear-me, se não me engano, contra o Benfica, na Luz.

ZZ: Também no Leões chegaste a jogar na Liga.

NC: Sim, cheguei a fazer um, dois jogos.

ZZ: É um grande salto entre a formação e o escalão sénior? Sentiste dificuldades?

NC: Sim. É completamente diferente, mais pela intensidade, porque a qualidade os jogadores portugueses da formação têm. Mas a intensidade e o ritmo de jogo da formação para sénior é completamente diferente e é aí que, às vezes, há a dificuldade de adaptação.

ZZ: Foste internacional jovem por Portugal. Chegar à seleção A é uma ambição tua?

NC: Claro. É para isso que treino todos os dias. Um dos meus objetivos é um dia poder estrear-me pela seleção A, que é aquilo que qualquer jogador pretende atingir quando joga futsal.

ZZ: Nesse sentido, consideras que o facto de jogares num campeonato com menor visibilidade pode dificultar-te a tarefa?

NC: Não digo que é mais fácil para mim ir à seleção estando a jogar na Polónia. É óbvio que, estando a jogar aqui, vou ter que ter muita mais visibilidade e estar muito mais preparado para uma eventual chamada. Tenho que trabalhar muito para que isso aconteça.



Portugal
Nuno Chuva
NomeNuno André Loureiro Chuva
Nascimento/Idade2000-07-18(23 anos)
Nacionalidade
Portugal
Portugal
PosiçãoAla

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