Polícia brasileira indicia Rafael Ramos por injúria racial

A polícia brasileira indiciou Rafael Ramos por injúria racial contra Edenílson. O lateral português está agora dependente do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que vai analisar o caso e decidir se este avança, se é arquivado ou se são necessárias mais investigações.

«O caso foi concluído por mim e encaminhado ao Ministério Público. O promotor definirá se ingressa com ação, arquiva ou pede alguma diligência», referiu Roberto Sahagoff, delegado da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre, citado pelo Globoesporte.

Roberto Sahagoff já tinha, de resto, revelado a sua decisão na última semana e mereceu resposta por parte de Daniel Bialski, advogado do lateral luso de 27 anos: «Caso o delegado pretenda, contra a prova pericial taxativa, indiciar o Rafael, iremos tomar as devidas providências jurídicas, seja para evitar isso, seja para apurar o abuso de autoridade praticado. Não se tolerará novamente arbitrariedade».

O caso remonta 14 de maio de 2022, quando Rafael Ramos foi acusado de racismo por Edenílson na partida entre Corinthians e Internacional. O jogador foi mesmo detido no final do encontro, mas foi libertado depois do clube ter pago a fiança de 10 mil reais, quase dois mil euros, e garantiu não ter passado de um «mal entendido» - o jogador garante ter dito «f***-se cara***» e não «f***-se macaco». «Não fui, não sou e nunca serei racista.», concluiu.

Desde então, o vídeo do lance já foi analisado, mas a perícia considerou não ser possível identificar o que foi dito por Rafael Ramos, algo que motivou críticas de Edenílson: «Não nos iriam calar? Já nos calaram. Se ofendidos aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal, é uma luta inconclusiva».

Recorde-se que o caso também está a ser investigado na justiça desportiva, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Tanto Rafael Ramos como Edenílson já prestaram declarações e mantiveram as versões apresentadas anteriormente. - lateral luso negou acusação e terá garantido desconhecer que o termo «macaco» é preconceituoso.