Pedro Moreira: «Com muito orgulho, pago para ser treinador»

Principal responsável pelo percurso do Portimonense do distrital à elite do futsal português, Pedro Moreira não esconde o “orgulho” por ter realizado o sonho de comandar os algarvios à 1ª Divisão. Numa conversa tranquila, o técnico, de 40 anos, aproveitou o futsal para dar um exemplo de vida ao assegurar que não é o dinheiro que o move a andar na modalidade. Pelo contrário.

Com a euforia da (inesperada) subida mais controlada, o técnico reconhece que foi difícil acreditar na promoção, após a segunda derrota com o Olho Marinho, e aproveita para deixar um recado ao clube e região do Algarve, sublinhando que é preciso muito mais para o Portimonense se conseguir fixar entre os grandes do futsal português.

Subida à 1ª Divisão: «Sonho tornado realidade. Começou com uma equipa toda criada por mim e fui falar com o Portimonense sobre a possibilidade de ter futsal. Foram cinco anos de grandes sacrifícios, quase sempre com jogadores da terra. No primeiro ano, fomos campeões distritais e era a quarta vez que estávamos a tentar subir. Já tínhamos morrido na praia e, agora, subimos quando já pouco acreditávamos».

Última jornada: «A seguir à derrota com o Olho Marinho não foi nada fácil. Fomos abaixo e deixámos de acreditar. No entanto, seguimos o nosso caminho com o objetivo de dignificar ao máximo o clube e tentar realizar a melhor época de sempre. Depois desse jogo, foram quatro jogadores embora, por falta de compromisso, e lutámos até ao fim com menos recursos. Os jogadores foram uns verdadeiros heróis».

Sentimento: «De alívio. É inexplicável. Já tínhamos perdido a subida por segundos e tornava-se mais difícil acreditar. Quando acabou o nosso jogo, estivemos 1.20 minutos à espera de saber o resultado do Olho Marinho. Olhámos para a bancada e estava toda a gente a sofrer. Depois, a explosão de alegria dos adeptos foi indescritível. É um momento que ficará para sempre gravado na memória. Estarei eternamente grato ao São João».

Comandante: «Orgulho imenso por realizar um sonho, ainda por cima quando pouco já se acreditava ser possível. É um exemplo de superação que ficará para a história do Portimonense e do futsal português. Sinto-me o comandante desta história, mas não posso esquecer quem nos acompanhou nestes cinco anos. Todos tiveram importância e foram uns verdadeiros campeões».

Estreia na elite: «Sonho realizado por colocar o clube da minha terra na Liga SportZone. Agora, o mais importante é conquistar o título da 2ª Divisão. Depois, iremos pensar na próxima época. É um campeonato que exige maior investimento, estrutura e mais apoios. Não faz sentido ir para descer. Tenho feito muitos sacrifícios. O Portimonense é totalmente amador e na Liga Sportzone é impensável isso acontecer».