O primeiro passo em direção ao troféu que teima em fugir aos dragões está dado! Não foi tão fácil quanto o resultado faz parecer, mas o FC Porto garantiu mesmo o último bilhete para a grande final da Taça da Liga ao vencer o Académico de Viseu por 3-0. Os homens de Conceição fizeram-se valer de uma entrada asfixiante para ganhar vantagem, aguentaram a resposta de um Académico personalizado e confiante ainda na primeira parte e acabaram com as dúvidas na segunda. O Bicho foi duro de roer, mas o Dragão foi ainda mais forte.
Sérgio Conceição tinha avisado na conferência de imprensa de antevisão à partida que encarava esta meia-final como se fosse um jogo de Liga dos Campeões. Ora, as palavras podiam ser só isso mesmo, mas a entrada comprovou que o FC Porto não estava para brincadeiras e estava avisado para a qualidade do Académico de Viseu, que vinha de uma série de 20 jogos sem perder. Foram, sobretudo, 15 minutos em que os azuis e brancos asfixiaram os viriatos.
O Académico tinha merecido muito elogios por parte de Conceição na antevisão, mas só os começou a justificar a partir dos 20 minutos. Foi aí que a defesa estabilizou, as recuperações a meio-campo começaram a surgir e Famana Quizera começou a aparecer no jogo, aproveitando o espaço concedido pela defesa subida dos dragões para criar perigo, tanto através de lances individuais que concluiu com remates perigosos como de passes para a velocidade de Ott ou à procura de André Clóvis. Apesar da boa resposta, o FC Porto aguentou a pressão – pelo meio até voltou a ameaçar o golo num lance de contragolpe – e o resultado não sofreu alterações até ao intervalo.
A segunda parte teve novo bom início do FC Porto, que ameaçou o 2-0 golo aos 49 minutos e só não festejou graças a mais um corte milagroso, desta vez de Rafael Bandeira. O momento, todavia, era distinto dos 15 minutos iniciais, algo que, de resto, não se repetiu no jogo. Ainda assim, era de superioridade portista e culminou mesmo no 2-0. Já depois de mais um grande corte, agora de André Almeida, João Mário descobriu Namaso sozinho na grande área com um belo passe e o avançado, que estava em jogo devido ao mau posicionamento de Bandeira, finalizou de forma exímia.
Agora sim, a partida estava decidida. Os últimos minutos ainda trouxeram um esforço final por parte do Académico, mas até foi o FC Porto quem ficou mais perto de aproveitar o espaço deixado livre pela equipa de Viseu e de chegar ao quarto golo na partida. O marcador, porém, não voltou a mexer e o FC Porto carimbou mesmo a passagem à final da Taça da Liga.
Mesmo sem a certeza dos números, a perceção visual e auditiva deixou bem clara a grande quantidade de adeptos que viajaram de Viseu para encherem praticamente uma bancada do Dr. Magalhães Pessoa. Ao contrário do que acontece em quase todos os jogos das provas nacionais, em que a equipa grande joga sempre em casa, desta vez não faltou apoio ao Académico, num dos momentos mais bonitos da final-four desta Taça da Liga.
Apesar da boa resposta do Académico, sobretudo na primeira parte, a verdade é que tanto o 2-0 como o 3-0 nascem de erros individuais - Bandeira não respeitou a linha de fora de jogo e Arthur cortou a bola contra Bernardo Folha junto à pequena área. São dores de crescimento naturais de uma equipa jovem, mas tiveram um impacto importante no resultado final.