Desfecho muito duro para o Portimonense, na sempre relativa justiça futebolística. A equipa de Paulo Sérgio viu-se cedo em desvantagem numérica, mas mostrou organização e agressividade para equilibrar forças e ser até mais perigosa que o adversário. Contudo, o Vizela foi matreiro e chegou ao golo decisivo em cima do apito final, para sair do Algarve com os três pontos.
Fica o lamento para a equipa da casa da desconcentração final, num encontro quase perfeito no capítulo defensivo, o que acentua a negativa série de resultados. Por sua vez, o Vizela cumpre o objetivo apesar da tarde de desinspiração, com o salto à condição para o nono posto da Liga Portugal bwin.
Sempre versátil nos posicionamentos que escolhe para cada desafio, Paulo Sérgio optou por colocar o Portimonense a atuar como uma linha defensiva de cinco jogadores nesta partida. Em mau momento, os algarvios tiveram uma entrada forte no jogo e decidida a ferir o Vizela, que teve algumas dificuldades em estabilizar. Moustapha Seck destacou-se no processo ofensivo dos algarvios, com concentração a ser exigida ao guardião Buntic desde cedo no relógio.
A pressão aplicada pelo conjunto da casa, contudo, foi afetada por um erro do capitão. Em má abordagem, Pedro Sá entrou de forma muito em dividida com Kiki Afonso. Sem mais nada a fazer, após consultar as imagens do lance, o árbitro Hélder Carvalho mostrou cartão vermelho, num momento que alterou o equilíbrio de forças dentro das quatro linhas.
Com mérito - e o contrário em relação aos visitantes -, o Portimonense organizou-se de forma competente e não abdicou de atacar. O Vizela continuou a mostrar lentidão de processos e dificuldades para encontrar espaços, problemas que se prolongaram até muito perto do final da partida.
Na mesma toada, os algarvios seguiram mais perigosos no segundo tempo. A velocidade de Welinton Júnior foi várias vezes solicitada, com as bolas paradas a também serem uma importante arma dos homens de Paulo Sérgio. Neste aspeto, Filipe Relvas cheirou o golo num par de momentos.
Apesar da enorme vontade mostrada, o passar dos minutos revelou algum desgaste caseiro, sem, contudo, a estratégia apresentada pelo Portimonenses sentir grandes problemas. O jogo parecia controlado, no entanto, o Vizela teve sangue frio para aproveitar a flagrante oportunidade que surgiu até ao último apito.
Matheus Pereira, que entrou para o lugar de Kiki Afonso - de fora após a entrada de Pedro Sá -, cruzou de forma tensa para o segundo poste. Raphael Guzzo assumiu o papel de herói e decidiu a partida, num duro golpe para a entrega apresentada pelo futebol. Pontos para o Minho, numa tabela indiferente a resultados morais.
Desde os vinte minutos com menos uma unidade em campo, o Portimonense mostrou organização e vontade de chegar ao golo, criando até mais perigo que o rival na partida. Paulo Sérgio pouco mais podia pedir aos seus atletas. Com esta atitude, os bons resultados estão mais perto.
Um Vizela abaixo do que já apresentou na era Tulipa. Lentidão de processos e pouca capacidade para aproveitar a expulsão de Pedro Sá. O objetivo foi cumprido, mas Tulipa não pode estar totalmente satisfeito. Contudo, é muito mais fácil trabalhar após triunfos e, talvez, a equipa tenha sentido a goleada da última jornada.
Arbitragem positiva de Hélder Carvalho. Expulsão sem margem para discussão de Pedro Sá, mostrando coragem ao manter a sua decisão e não assinalar grande penalidade a favor do Vizela, num lance pouco claro entre Pedrão e Osmajic.