Cascarino voou e não deixou a águia voar

Não é a sua maior arma - foi apenas o oitavo golo da francesa nos últimos 34 jogos ao serviço do Lyon -, mas, diante do Benfica, teve a pontaria muito bem afinada. Inaugurou o marcador com um chapéu de qualidade e colocou, na segunda parte, o Lyon (mais uma vez) em vantagem num período em que o Benfica 'sonhava' com as meias. Matou o sonho do Benfica.

Fez um jogo completo e muito assertivo. A médio criativa norte americana esteve em grande plano nas bolas longas, mas foi no passe curto onde fez a maior diferença. Aos 51' assistiu Cascarino e aos 90+1' - de cabeça - assistiu Mbock. Em cima do apito final, Horan voltou a destacar-se com um grande passe para Diani, num lance em que Amado colocou a bola dentro da própria baliza.

Foi das mais inconformadas. Ofereceu apoio na primeira fase de construção - centrais do Benfica revelaram algumas dificuldades em sair da zona de pressão francesa -, mas também foi decisiva no último terço, tendo sido a mais capaz de abanar a defensiva do Lyon. Em cima disso, foi Kika quem desenhou o único golo das águias na partida. Classe tremenda no passe para Lúcia Alves.

Apesar de médio defensiva, a jogadora de 20 anos entrou para se juntar ao ataque e foi fundamental para baralhar as contas do trio de centrais das águias. Envolveu-se com qualidade no momento ofensivo e foi decisiva na pressão alta das francesas.

Fortíssima nos duelos, agressiva e concentrada, Mbock foi essencial para contrariar o talento individual do Benfica e, em adição - caso existissem dúvidas -, fez o 3-1, aos 90+1', que permitiu ao Lyon respirar (ainda) melhor para o que faltava jogar.

Sofreu quatro golos - podia ter feito melhor no lance do primeiro golo -, não obstante, foi a mais segura do ponto de vista defensivo do lado português. Defendeu 'n' remates e manteve o Benfica ligado ao jogo até aos 90'. Nota para duas belíssimas defesas: aos 33', a remate de Delphine, e aos 79' - a defesa da noite - ao defender o remate de Majri.

Cometeu vários erros no momento do passe - a par de Laís - e revelou-se incapaz de superar a pressão do Lyon. Melhorou com o jogo, mas - ainda assim - foi dos piores elementos do Benfica.

Do trio de centrais foi, à semelhança de Ucheibe, a menos capaz de impedir a voracidade das avançadas do Lyon. Cometeu vários erros - lance do primeiro golo esclarecedor - e foi a maior responsável pelo «excesso de liberdade» de Cascarino (culpas no lance do segundo golo do Lyon).