O FC Porto divulgou, esta sexta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o seu Relatório e Contas relativo à época 2022/23 e o documento desvenda alguns detalhes sobre os negócios efetuados pela SAD dos dragões, entre os quais a venda de Otávio para o Al-Nassr e a chegada de Nico González proveniente do FC Barcelona.
No decorrer da descrição de movimentações feitas durante o período de mercado de transferências, os portistas fizeram menção às compras de Alan Varela, Fran Navarro e Iván Jaime, tal como os empréstimos de Francisco Conceição e Jorge Sánchez, mas não pormenorizaram as transações.
Recorde-se que, na manhã desta sexta-feira, foi divulgado o Relatório e Contas consolidado do emblema da cidade invicta, onde foi revelado um prejuízo de 47,6 milhões de euros.
Excluídos os movimentos que envolvem jogadores, o FC Porto divulgou que, a nível de proveitos operacionais, existiu um aumento face à temporada de 2021/22. Na temporada transata, o valor fixou-se nos 97.985 euros, enquanto, na última aumentou para 122.637 euros, com nota para a subida de lucro no que concerne às receitas das Provas UEFA e em publicidade e sponsorização.
Em suma, verificou-se um acréscimo de 13.625 euros face a 2021/22.
O FC Porto revelou que a administração da SAD recebeu um total de 3.629 milhões de euros, entre remunerações fixas e prémios oferecidos «em virtude do impacto financeiro muito positivo no exercício 2022/2023», resultante do apuramento direto para a fase de grupos da UEFA Champions League.
Pinto da Costa auferiu 672 mil euros, acrescentando 480 mil euros em gratificações, perfazendo um total de 1.15 milhões de euros. Os administradores Fernando Gomes e Adelino Caldeira receberam 661 mil euros pelas duas parcelas. Vítor Baía e Luís Gonçalves foram remunerados em 574 mil euros.
Na generalidade, os órgãos sociais receberam quase 4,2 milhões de euros que contribuíram para o prejuízo de 47,6 milhões de euros, já previamente anunciado pela SAD portista.
A remuneração globalizada dos atletas e técnicos aumentou dos 58 milhões de euros relatados em 2021/22 para 67,5 milhões de euros descritos no último Relatório e Contas. No total, aliando benefícios, seguros, indemnizações e outros encargos, o valor fixou-se em 95,4 milhões de euros, o que regista um aumento de quase 13 milhões de euros em relação a 2021/22
Apesar de terem sido várias as entradas e saídas de jogadores durante o período de exercício deste Relatório e Contas, o FC Porto detalhou apenas duas dessas movimentações que aconteceram após o termo, pois foram os únicos negócios que consideraram como «Factos Relevantes Ocorridos após o Termo do Exercício», como referente no ponto número cinco do mesmo, no que consta à atividade económica.
Relativamente a vendas de passes de jogadores, o FC Porto detalha que «atingiu apenas 13.981 milhões de euros no período em análise». O emblema define, ainda, o seguinte: «Os proveitos com transações de passes
de jogadores, que incluem transferências definitivas, empréstimos e outras receitas, como direitos de solidariedade relativos a jogadores que fizeram parte da sua formação no FC Porto, ascendem aos 23.493 milhões de euros.»
Em conjunto, as transferências de Francisco Conceição para o Ajax, por 5.065 milhões de euros e Diogo Leite para o Union Berlin por 7.279 milhões de euros, resultaram numa quantia associada de 9.512 milhões de euros, depois de retirados valores «relativos à solidariedade, comissões de intermediação e o abate do valor contabilístico do 'passe' do jogador, assim como o fee pago aos clubes de origem pela cedência temporária de direitos desportivos ao FC Porto».
Este resultado representa uma queda de 69.755 milhões de euros face a 2021/22 - também devido às vendas de Luis Diaz, Fábio Vieira e Vitinha na temporada do exercício.
No que concerne à saída de Otávio para o Al-Nassr - movimentação após o termo do exercício -, o FC Porto revela ter chegado a acordo com o emblema árabe «pelo valor de 60.000 milhões de euros, deduzido do valor de solidariedade devido a terceiros».
«Na sequência da transação foram renegociados os direitos económicos do jogador que estavam na posse do Coimbra Esporte Clube (32,5%), passando estes para o valor fixo de 12.750 milhões de euros. Os encargos associados a esta transação já se encontravam imobilizados, aquando da renovação com o jogador em março de 2021.»
Os dragões deixaram o reparo adicional de que cederam, de forma definitiva, os direitos desportivos de Nanu e Tomás Esteves, para além do término do contrato de Fernando Andrade, Manafá, Rodrigo Conceição e Matheus Uribe, contando ainda com as rescisões de Bruno Costa e Carraça.
Relativamente a compras e chegadas por empréstimo de jogadores, o emblema portista apenas detalhou a compra de Nico González. O médio chegou proveniente do FC Barcelona por um total de 8.400 milhões de euros. Os blaugrana ficam com direito a receber 40 por cento da mais valia obtida numa futura transferência do jogador, sendo que o valor do investimento do FC Porto é dedutível, e ficam, ainda, com a opção de recompra por 30 milhões de euros até 30 de junho de 2025.
A cláusula de rescisão do médio espanhol fixou-se nos 60 milhões de euros, denotando que assinou contrato com os azuis e brancos durante cinco épocas.
Sem grandes detalhes adicionais, o FC Porto notou as aquisições definitiva de Alan Varela, Fran Navarro e Ivan Jaime e entradas por cedência temporária de Francisco Conceição e Jorge Sanchez.