Para a família é Ronaldo, na escola sempre foi conhecido por Cristiano mas para o amigo Miguel Paixão continua a ser, como sempre foi... o Ron. O Ron dos tempos de Alvalade, o Ron das correrias pelas principais artérias da capital portuguesa, o Ron dos tempos em que o Real Madrid ainda era apenas um sonho e uma meta. O Ron dos tempos em que os olhares andavam perdidos pelas luzes da cidade com exigências estranhas, aferrolhado num camarim secundário antes do palco principal.
A idade traz a aceitação e Ronaldo, que nunca foi menino de coro, entra hoje na casa dos 30, tendo o mundo da bola a seus pés. Com «muita coisa conquistada, há ainda tanto para conquistar»... crença de Miguel Paixão, amigo do Melhor Jogador do Mundo quando ele era apenas um miúdo que sonhava conquistar o mundo com uma bola nos pés.
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— Cristiano Ronaldo (@Cristiano) 12 janeiro 2015
Cristiano continua a ser «o mesmo de sempre». Dos tempos em que Miguel Paixão e o agora Melhor Jogador do Mundo iam calcorreando estrada por Lisboa em busca de um futuro melhor até hoje muita coisa mudou. Ronaldo fez-se grande, tão grande como os maiores da bola. E Miguel - que continua a sua ligação com o amigo Ron - ficou sempre a acompanhar o crescimento do atual capitão de Portugal.
Na conversa com o zerozero.pt, Miguel Paixão revelou que Ronaldo «não mudou na humildade e vontade de melhorar sempre mais e mais» e, por isso, continua a ver o mesmo rapaz com quem dividiu quarto no Marquês de Pombal, quando a Academia de Alcochete ainda era um sonho no mundo verde e branco.
Ao relembrar os idos tempos, Paixão (como Ronaldo sempre o trata) lembra com alegria os momentos em que ambos, depois do jantar, corriam para aprimorar a técnica e a velocidade. Ronaldo sempre incentivava o amigo, grande que era a sua ambição de crescer mas também «de ver os outros crescerem». «O Cristiano mudou muito em muita coisa mas a humildade, a amizade e a vontade de trabalhar continuam intactas. Tem os pés bem assentes na terra», reforçou Miguel Paixão nesta entrevista ao zerozero.pt.Neste dia 5 de fevereiro, o tal dia em que o Melhor Jogador do Mundo entra na casa dos 30, o amigo Miguel fará questão de lhe dizer (na mensagem de parabéns que lhe vai enviar) que Ronaldo «é como o vinho do Porto; quanto mais anos passam fica melhor. A idade é apenas um número para ele [risos]».
Para o futuro, um objetivo que continua inalterado. «Ele quer deixar a sua marca no futebol. Não quer ser igual a ninguém», avisou Miguel Paixão, ele que ouviu tantas e tantas vezes esse desejo da boca do próprio Cristiano. Filho de um roupeiro e de uma cozinheira, Ronaldo tem hoje milhares de seguidores por todo o mundo e é uma das bandeiras maiores do país que o viu nascer precisamente há 30 anos.