Até pareceu fácil, mas peca por curto, num jogo onde a vantagem poderia ter sido bastante superior caso o Benfica tivesse tido outro tipo de atitude em certos momentos do jogo. Contudo, o mais importante para os encarnados foi conseguido e bateram o Dynamo Kyiv por 0-2, colocando pé e meio na fase de grupos da Liga dos Campeões e nos milhões que daí advêm.
Com muitos milhões em jogo, Roger Schmidt manteve-se fiel a si mesmo e apenas promoveu o regresso ao onze titular do extremo brasileiro David Neres, contando também com Gonçalo Ramos - esteve em dúvida até à hora do jogo. Já do lado do Dynamo Kyiv, a atravessar um ano atribulado face à invasão russa à Ucrânia, o histórico treinador Mircea Lucescu promoveu apenas duas alterações face ao último jogo.
Apesar de terem o mesmo número de jogos oficiais disputados nesta temporada, os primeiros minutos de jogo mostraram claramente que as duas equipas estavam num ritmo competitivo distinto e isso levou a que abordassem o encontro, de início pelo menos, de forma também distinta. O Dynamo Kyiv entrou sem pressionar muito intenso e a dar a iniciativa de jogo ao Benfica. A turma ucraniana tentou sobrepovoar a zona central por forma a tentar tirar do jogo de ligação do Benfica os médios Florentino Luís e Enzo Fernández.
Benfica - ⚽Marcaram 5 + golos nos 5 primeiros jogos realizados na época:
➡Rui Jordão
➡Nené
➡Vata
➡Magnusson
➡Hassan Nader
➡Cardozo
➡Nolito
➡Jonas
➡Pizzi
➡Gonçalo Ramos pic.twitter.com/rDWZC79CDN
— playmakerstats (@playmaker_PT) August 17, 2022
Contudo, o Benfica soube explorar a largura do campo e usou os seus laterais, que por norma já são bastante ofensivos, para criar desequilíbrios, especialmente a partir da direita, o lado mais frágil da turma de Kiev. Não foi, por isso ,de estranhar que o Benfica chegasse ao golo precisamente através desse aproveitamento das alas. À passagem do minuto 9, depois de uma boa variação de flanco e de uma jogada bem conseguida pela ala esquerda lusa, Gonçalo Ramos serviu de pivot ofensivo, tirando os centrais da jogada, e João Mário assistiu Gilberto para o golo inaugural.
Essa reação, contudo, acabou por durar escassos minutos e o ritmo de jogo baixou, para um ritmo quase enfadonho, e apenas através de um atraso completamente infantil e defeituoso de Tsygankov se voltou a festejar. O capitão do Dynamo fez um passe para a zona central da defesa para esquecer, David Neres recuperou, trabalhou a bola e assistiu Gonçalo Ramos para o 0-2.
Em vantagem no marcador, o Benfica podia ter procurado entrar forte na 2ª parte por forma a «fechar» quase por completo a eliminatória, mas a verdade é que o ritmo de jogo baixou consideravelmente e isso permitiu ao Dynamo Kyiv ter um pouco mais de iniciativa no jogo, embora os comandados de Roger Schmidt tenham conseguido tirar da manobra ofensiva ucraniana Shaparenko, o mais influente da equipa.
Na reta final do jogo, o Benfica foi aproveitando para gerir o ritmo do jogo, retirando qualquer tipo de iniciativa aos ucranianos, em grande parte devido ao tal «desaparecimento» de Shaparenko, e isso permitiu às águias ir gerindo esforços já a pensar nos próximos compromissos. O Dynamo Ainda ameaçou na meia distância, mas Vlachodimos esteve atento e segurou um 0-2 que coloca o Benfica em posição muito vantajosa para a 2ª mão, agendada para 23 de agosto, no Estádio da Luz. O Benfica já tem pé e meio na fase de grupos da Liga dos Campeões, até porque este Dynamo Kyiv não parece ter condições para contrariar os encarnados face à sua realidade competitiva, fruto das consequências geradas pela invasão da Rússia ao território ucraniano.
Com o miolo sobrepovoado, o Benfica soube explorar bem, a espaços, a procura da verticalidade nas alas e as subidas dos seus laterais. O 0-1 mostra bem, com o trabalho de Grimaldo na esquerda e o surgimento de Gilberto em posição de finalização. A equipa cresce com os laterais mais ativos.
É verdade que o cansaço deste arranque de época se pode estar a sentir, mas o Benfica podia ter saído deste jogo com a eliminatória fechada, caso tivesse imposto um ritmo de jogo mais elevado e constante, pelo menos durante mais algum tempo. O Dynamo mostrou estar bastante fragilidade e um nível competitivo abaixo.