Daqueles jogos que ficamos cansados só de assistir! Em casa emprestada, o Vizela somou a sua primeira vitória neste regresso ao principal escalão do futebol luso ao bater por 2x1 o Tondela em cima do apito final, num encontro marcado por um festival de oportunidades para as duas equipas e um ritmo a fazer lembrar os melhores duelos britânicos.
A agressividade dos homens de Álvaro Pacheco acabou por ser premiada na compensação, com o reforço Schettine a sair do banco para servir de herói, num duro castigo para a exibição que os visitantes realizaram.
Conhecidas pelo futebol positivo e de ataque, as duas equipas justificaram esta reputação desde cedo e começaram a partida num ritmo louco. Com agressividade dos dois lados e dinâmica, rapidamente as oportunidades começaram a surgir em Paços de Ferreira, mas a definição não esteve no seu melhor.
A pressão do Vizela incomodava bastante os beirões, que não conseguiam organizar o jogo como gostam e perdiam algumas bolas em zona perigosa. Em lances rápidos, os minhotos colocavam vários jogadores na área adversária, com Guzzo e Nuno Moreira a desperdiçarem excelentes situações.
Ligado a isso ou não, após a interrupção para hidratação das duas equipas, o Tondela apareceu mais calmo e começou a praticar o futebol que tanto gosta. Na primeira jogada com cabeça, tronco e membros dos visitantes, o sempre irrequieto Daniel dos Anjos trabalhou com qualidade a conquistou uma grande penalidade ao ser derrubado no duelo contra Bruno Wilson.
João Pedrou acabou por dar a vantagem ao Tondela, mas o Vizela - o seu público reforçou o apoio depois do tento sofrido - não se deixou abalar e seguiu pressionante, com a dinâmica e qualidade de Nuno Moreira a causar problemas aos visitantes. Apenas a falta de acerto levou a equipa de Álvaro Pacheco em desvantagem para o intervalo.
Na mesma toada em que terminou o primeiro tempo, o Vizela entrou forte na segunda forte e com muita agressividade. Este empenho dos minhotos foi premiado na sequência de um canto, onde Kiko Bondoso aproveitou uma má intervenção de Pedro Trigueira para empatar o resultado de forma justa.
A igualdade acordou novamente o Tondela para o jogo, com um fantástico livre de Salvador Agra só a terminar no poste da baliza vizelense. Os beirões começaram a ter mais bola e o Vizela, naturalmente, não conseguiu manter o ritmo alto. Alguns sustos apareceram para o guardião Charles, no entanto, o empate seguiu no marcador.
Até ao final, no jogo entrou numa fase louca e de oportunidade nos dois lados, com Bruno Wilson a estar muito perto de marcar em duas ocasiões. Em cima do apito final e quando o resultado parecia já estar selado, a alma vizelense fez estragos e Schettine apontou o 2x1 num lance rápido e onde conseguiu bater Trigueira com um chapéu.
Num grande jogo de futebol, o Vizela teve o mérito de acreditar até ao final, já com muito coração. Além da qualidade, esta característica faz parte do ADN da equipa de Álvaro Pacheco, que viu o seu crer ser premiado com três pontos.
O Tondela tem elementos de grande qualidade, mas por vezes faltou algum nervo no jogo. Os beirões facilitaram várias vezes em zona perigosa e permitiram ao Vizela recuperar a bola muito perto da área adversária em diferentes lances. Situação a trabalhar por Pako Ayestarán.
Num jogo intenso e nem sempre fácil, teve o mérito de decidir bem nos lances de análise mais complica e controlar os acontecimentos com um critério justo. Ficam dúvidas numa jogada rápida já perto do fim na área do Vizela.