E lá vai o especialista...a caminho de mais um jogo decisivo. O Sevilla continua com uma apetência especial na Liga Europa. Desta vez foi o Manchester United a sofrer, num 2x1 que apura Lopetegui para a partida de todas as decisões.
Bruno Fernandes marcou, os red devils tiveram bem mais oportunidades, mas voltaram a esbarrar num grande guarda-redes. Suplente à partida para 2019/2020, Bono foi gigante em mais uma noite histórica do Sevilla.
A primeira parte do Manchester United x Sevilla foi, acima de tudo, um duelo pelo protagonismo. No relvado de Colónia desfilaram dois conjuntos que não aceitaram muito bem os melhores momentos dos adversários. Não faltaram artistas para dar ainda mais colorido, mas o que ficou dos primeiros 45 minutos foram mesmo as duas formas de jogar. Diferentes, é certo, mas igualmente fortes e eficazes.
Foram os red devils que entraram melhor, muito melhor na meia-final. O Sevilla, o seu nervosismo e a sua insegurança defensiva foram também ingredientes importantes para essa superioridade inglesa. Se juntarmos a isso a pressão e a objetividade do Manchester United...era bem provável que acabasse em golo. E ele apareceu, ainda antes dos 10 minutos, depois de uma grande penalidade cometida por Diego Carlos. Mas o que ficou verdadeiramente do lance foi a assistência brilhante de Martial para Rashford e a execução irrepreensível de Bruno Fernandes desde os 11 metros. Não é, de todo, uma questão de sorte ou azar.
Não podia ter sido melhor a reação do conjunto de Lopetegui. Os andaluzes mantiveram a identidade, roubaram a bola (e o domínio, por consequência) ao United, pressionaram, ameaçaram e chegaram ao golo com naturalidade, após uma das jogadas mais bem desenhadas dos primeiros 45 minutos. Começou em Diego Carlos, atrás, Ocampos recebeu e percebeu o timing certo de lançar Reguilón, que assistiu de forma primorosa o espanhol Suso para o empate. Se tudo isto foi bem defendido? Não.
Aconteceu novamente o que já tinha acontecido no final da primeira dezena de minutos. A equipa que chegou ao golo não se ficou a rir. O Manchester United voltou a assumir o protagonismo da partida, voltou a deambular mais vezes perto da baliza adversária, com Greenwood muito ativo, Martial irrequieto e Bruno Fernandes perigoso na meia distância. Começava, ao mesmo tempo, a destacar-se um gigante na baliza do Sevilla...
Se a primeira parte ficou marcada pela ideia de equilíbrio, de domínio repartido, o início do segundo tempo foi verdadeiramente desequilibrado, com o United a massacrar o Sevilla durante 15 minutos. Foram várias as oportunidades e também as grandes defesas de Bono, perante os suspeitos do costume. Mas o ataque inglês criava tanto como desperdiçava.
Era impossível continuar com aquele domínio. O Manchester United teve oportunidades mais do que suficientes para chegar ao golo, o Sevilla limitou-se a aproveitar a competência e a inspiração do seu guardião para, aos poucos, voltar a respirar e a trocar a bola noutras zonas que não a sua própria área. Jordán e Banega foram fundamentais, enquanto médios, para acalmarem a própria equipa...e o adversário.
O pior para Solskjær e companhia é que o adversário não só conseguiu subir uns bons metros no terreno como começou a aproximar-se da baliza de De Gea. Um livre perigoso aqui e ali, antes do golo, o segundo, o decisivo. Como tantas vezes fez na última década e meia, Navas apareceu na ala direita para decidir no cruzamento. A bola ressaltou em Williams e sobrou para uma finalização fácil de De Jong. Fácil porque Lindelof e Bissaka também não estiveram nada bem nas respetivas abordagens.
Em desvantagem, com pouco mais de dez minutos para jogar, o United mudou, mas não melhorou, bem pelo contrário. Descaracterizou-se e deixou o Sevilla confortável. Porque não passou só pelo guardião a passagem à final. Fernando e Jordán anularam todas as investidas de Martial ou Bruno. Não há quem trave este especialista. Luís Castro ou Conte têm a palavra.
Que grande exibição do guardião do Sevilla. Nem é o titular da equipa, mas tem aproveitado muito bem as oportunidades. Não conseguiu travar a grande penalidade, desta vez, depois de ser decisivo contra o Wolves, mas somou uma mão cheia de intervenções decisivas. Reflexos, segurança...acertou em tudo.
Os red devils fizeram o suficiente para ganhar. Ainda assim, faltou competência nos dois extremos do campo. Em vários lances, a equipa podia ter finalizado melhor e, atrás, os golos tiveram mérito do Sevilla, mas muito demérito da linha defensiva. Maguire, Lindelof, Bissaka, Williams...todos falharam.