Foi pela maturidade e pela experiência que o Barcelona ganhou o jogo em Alvalade. Uma vez mais, é pela margem mínima que a equipa leonina se verga a um colosso europeu, num jogo onde o número de oportunidades não foi assim tão desequilibrado e onde uma infelicidade numa bola parada ditou o desfecho.
Convém enaltecer, ainda assim, a goleada que Alvalade voltou a protagonizar na bancada, com um ambiente frenético, fabuloso. Valesse isso pontos...
Ao olhar para Sergi Roberto, a grande novidade no onze do Barcelona, era possível encontrar nessa opção o espelho perfeito para a postura de Valverde: ter bola, claro, mas nunca descurar as prudências defensivas. Poder-se-ia esperar um Barcelona mais arrojado? Podia, só que esta não é (neste contexto) aquela equipa de pressão intensa e muito alta de há uns anos. É, isso sim, uma equipa mais cautelosa e com menos capacidade para rasgar uma defesa.
Há Messi e isso é, desde logo, garantia de vários desequilíbrios. Mas, por si só, não chega para ganhar jogos.
Nisto, convém focar no que o Sporting também quis fazer. Jorge Jesus sabia que não ia ter tanta bola como habitual, mas mesmo assim não recuou a linha defensiva. Permitiu que Suárez e Messi por aí andassem à procura de uma bola redonda de Iniesta ou Rakitic em profundidade, mas com a missão coletiva de anular esses momentos.
E aí residiu o sucesso inicial da equipa de Jorge Jesus, com especial destaque para Mathieu, absolutamente absorvido na ideia de mostrar que poderia ter sido valorizado de outra forma no clube culé.
Só que a estratégia leonina foi claramente afetada com a lesão de Doumbia. Não por qualquer falta de qualidade de Bas Dost, só que o costa-marfinense tinha características mais talhadas para o tipo de jogo que o Sporting tinha de fazer, razão pela qual se viu uma tranquilidade muito maior por parte dos catalães depois do intervalo.
Por isso e pelo golo, onde o avançado holandês não foi feliz.
O sabor não é novo. Os adeptos provaram-no a época passada contra Dortmund e Real Madrid: perder, mas sentir que podia ter dado para um pouco mais.
Jorge Jesus achou que era na esquerda, onde Semedo e Roberto estavam a ser de betão, que tinha que alterar e encontrar soluções. Tirou Coentrão e Acuña, lançou Jonathan e Bruno César.
Mas a experiência catalã prevaleceu e os três pontos foram para Espanha.