Com o balão da Primeira Liga a esvaziar-se, o Paços de Ferreira arranjou forças e arte para, em Vizela, vencer por 1-2. Gaitán e Paulo Bernardo marcaram para o emblema pacense, mas foi Marafona que agarrou a equipa ao jogo, permitindo apenas um golo solitário de Lacava ao minuto 77.
Em relação à partida, Tulipa operou duas mexidas no onze - Ivanildo Fernandes e Etim entraram para os lugares de Bruno Wilson e Osmajic -, enquanto Peixoto mudou quatro pelas: Marafona regressou às opções iniciais, ao passo que Maracás, Paulo Bernardo e Nigel Thomas também começaram de início.
Tensão, pressão, intensidade, desperdício e magia: as palavras que sintetizam 45 minutos de bom futebol, dois golos, mas também algumas falhas de ambas as partes. Começemos de forma diacrónica: o emblema vizelense entrou melhor, mais assertivo e aproveitou duas falhas defensivas do Paços para aquecer o jogo.
O problema - para os homens da casa - foi que Friday Etim não estava nos seus dias: primeiro, desperdiçou um passe de calcanhar de Kiko Bondoso (que classe) ao falhar na cara de Marafona e, nem um minuto depois, não aproveitou um erro grave de Paulo Bernardo que acabou por perder a bola em zona proibida, permitindo nova defesa ao guardião do Paços.
Desinspiração de um lado... total inspiração (e eficácia) do outro. Delgado ganhou o duelo a Bondoso, lançou Guedes que, num ataque rápido, serviu Gaitán. O argentino voltou a mostrar que está para as curvas e, ao minuto 16, de trivela, não deu hipóteses a Buntic.
Com o golo, a toada replicou-se - mais Vizela, mais oportunidades e mais um falhanço de Etim -, ao passo que, à passagem da meia hora, Paulo Bernardo - na sequência de um canto - apareceu no sítio certo para ampliar a vantagem. Depois disto, o nervosismo, a insegurança e a tensão nas bancadas.
No segundo tempo, o jogo arrefeceu de forma drástica e apenas avivou com o golo Matías Lacava ao minuto 77. Antes disso, 32 minutos intensos, mas escassos em ocasiões, sendo que a equipa minhota acabou por ter muitas dificuldades em decidir no último terço.
Não obstante algum adormecimento na partida, Zohi arrancou a todo o gás no corredor esquerdo e assistiu Lacava de forma decisiva que, de baliza aberta, só teve de encostar.
Com o golo, o conjunto orientado por César Peixoto acabou por baixar linhas, evitar arriscar muito do ponto de vista ofensivo e, para além disso, montou uma valente muralha amarela à frente de Marafona.
O calendário é muito complicado e a situação na tabela - mesmo com a vitória em Vizela - não deixa de ser insuficiente para manter o Paços na Primeira Liga. Contudo, uma vitória perante uma das sensações da Liga é, sem dúvida alguma, uma enorme bomba de oxigénio para o que falta jogar.
O primeiro tempo do Vizela ficou marcado pela incapacidade da equipa conseguir ferir a baliza de Marafona - mérito também para o guardião português -, pelo que, fica a sensação que esses falhanços deitaram a equipa à abaixo.
Cláudio Pereira fez uma exibição satisfatória: procurou deixar jogar e não cometeu nenhum erro flagrante. Apenas fica a dúvida no lance do segundo golo pacense, pelo que Paulo Bernardo parece entrar com o pé em riste.