Bê Martins foi eleito o melhor do mundo: ao zerozero, falou em «dever cumprido»

Eis os vencedores da distinção

Madjer (duas vezes), Jordan Santos e agora... Bê Martins? É mais logo, pelas 18 horas portuguesas, que vamos ficar a conhecer o melhor jogador do mundo em 2022 e há um português entre os três nomeados para o prémio.

Trata-se de Bê Martins, uma das estrelas maiores da seleção portuguesa e que vai tentar tornar-se no terceiro português a conquistar a mais alta distinção individual da modalidade. E foi com ele mesmo que o zerozero falou esta manhã.

Já depois do passeio pelo Dubai e do almoço, Bê Martins partilhou connosco os seus sentimentos a horas de saber se foi ou não o melhor jogador do mundo em 2022. Vai ser entre ele, Noel Ott (Suíça) e Chiky Ardil (Espanha). Um deles vai suceder a Ozu Moreira!

«Se o Léo aqui estivesse subia ao palco comigo»

zerozero (ZZ): Muito nervoso para logo?

Bê Martins (BM): Não, sinceramente não. Estou muito tranquilo. Tive a oportunidade de estar aqui com o meu irmão no ano passado, mas para mim é a primeira vez. Estou mais feliz que nervoso. Consigo estar controlado, acredito que mais próximo da hora vou ficar bem mais ansioso. Vim com a minha esposa e estamos a aproveitar bem, a desfrutar do momento que é muito importante.

ZZ: Como costuma ser um dia destes para vocês?

BM: Estava mesmo a dizer isso à minha esposa: tentar ter o dia muito cheio para pensar o menos possível e adiar o nervosismo. Fui com ela [esposa] ao shopping, fomos dar um passeio pelo Dubai para conhecer um pouco e agora estou a almoçar, aqui com o Madjer [coordenador da FPF] e o Mário Narciso [selecionador nacional]. Depois ainda vou tentar ir até à piscina... Tentar desfrutar o máximo possível.

Bê Martins ganhou tudo em Portugal ao serviço do SC Braga �SC Braga

ZZ: Foi uma época muito longa para ti: cinco países, muitos jogos, muitos golos, muitos títulos coletivos e individuais. Acredito que sintas que é uma nomeação justa e que reflete o teu trabalho.

BM: Sim, foi um ano bastante cheio. O futebol praia dá-nos essa oportunidade, de viajar muito, jogar em muitos países e tivemos bons resultados em todos. Cheguei a 12 finais! Cinco perdidas e sete ganhas. Ganhei mais do que perdi [risos]. É uma resposta e reconhecimento do trabalho deste ano, que foi muito desgastante, mas muito satisfatório também.

Nós tentamos manter o nível, a consistência. Não é fácil porque o futebol praia pára muito tempo, mas temos feito um grande trabalho no inverno para depois tentarmos estar num nível alto nestes 50, 55 jogos do verão. 

ZZ: Achas que esta foi a tua melhor época da carreira?

BM: Se não foi a melhor... foi uma das melhores. Em termos de coletivo, nas várias equipas em que joguei, chegámos a todas as finais e isso ajuda, claro. O prémio é individual, mas o trabalho coletivo é que impulsiona, que ajuda a estar lá. Estes resultados fizeram com que esteja neste nível.

ZZ: Por fazer em coletivo... Foi sempre lado a lado com o teu irmão [Léo Martins]. Este ano vai estar ele a torcer.

BM: Se ele estivesse aqui comigo e se eu ganhasse ele subia ao palco também. Ia dividir o prémio com ele. Esteve em quase todos os clubes comigo, só não esteve em Itália. O prémio não é só meu e ele tem grande parte. 

ZZ: Ele não viajou contigo?

BM: Não, não... Ficou em casa a tomar conta dos meus filhos para eu poder viajar com a minha esposa! Ficou a fazer de babá dos meus filhos [risos]!

Léo Martins foi terceiro em 2021 �FPF

ZZ: E qual é a sensação de estar entre os três melhores do mundo?

BM: É muito emocionante. Eu tenho um sentimento de gratidão muito grande. Primeiramente a Deus, que nos tem dado a oportunidade de viver coisas que nem nunca tinha sonhado. Há muitas pessoas... se falar que o prémio é individual eu vou parecer egoísta.

É claro que é o reconhecimento do trabalho e isso é satisfatório, motiva para manter o nível, mas tem muita gente envolvida. É um sentimento de dever cumprido e a felicidade de poder partilhar o prémio, se ganhar, é muito grande.

ZZ: Ganhaste o prémio de Rising Star em 2015, estiveste na equipa do ano em 2021... Tem sido sempre em crescendo.

BM: Sem dúvida. A mim estas coisas só me motivam. Em vez de me trazer para uma zona de conforto, obriga-me a ir atrás, a querer sempre mais. E tem dado certo! Em 2015 ganhei o Rising Star, depois tive entre os melhores cinco, agora entre os melhores três... E se não ganhar este ano, vou voltar a tentar para o ano. Sempre em alto nível e a conquistar títulos.

ZZ: E o discurso para o primeiro lugar já está preparado?

BM: Não, não está. Vai sair no momento. Claro que passam muitas coisas pela cabeça, mas não quero preparar nada. Quero que seja a emoção a falar.