Foi preciso cerrar os dentes! Pode ser esta a descrição curta da vitória (0-1) do FC Porto em Vizela, este domingo. A equipa de Sérgio Conceição teve uma partida complicada, perante um Vizela que roçou a perfeição e que só foi traído numa bola parada, onde Marcano apareceu a marcar pela segunda jornada seguida.
Respondendo a Benfica e Sporting, o FC Porto mostrou neste jogo que as tranquilas vitórias contra Tondela e Marítimo não contavam a história toda sobre o que ainda falta fazer para melhorar este plantel e este novo sistema. Por outro lado, podemos dizer que este tipo de vitórias (quando não se é brilhante) são aquelas que lançam as equipas.
Essa facilidade em ter bola da equipa do Vizela e a falta de capacidade criativa dos dragões, fez com que a primeira parte tenha sido de grande discussão a meio-campo, mas onde as oportunidades foram quase nulas. O FC Porto criou perigo nas bolas paradas e o Vizela em alguns rasgos individuais em velocidade.
Podemos até dizer que a equipa da casa estava estranhamente confortável no jogo. Fosse a anular o jogo entrelinhas (Danny Loader nunca conseguiu aparecer), fosse a cortar o jogo em profundidade e pelos flancos.
A segunda parte parecia trazer outras ideias para o FC Porto, com as entradas de Otávio e Véron, mas o jogo, na realidade, pouco mudou. É verdade que a equipa de Conceição ficou mais agressiva, mas nem por isso ficou mais criativa.
Tudo isto mudou com a entrada de Galeno. O extremo trouxe o que faltava ao FC Porto, algo que, na realidade, era bem fácil de perceber. Galeno trouxe a capacidade de criar desequilíbrios. Simples, mas foi algo que o FC Porto não conseguiu fazer o jogo quase todo. O antigo jogador do Braga teve o condão de desposicionar a defesa do Vizela, uma vez que era o único a conseguir ultrapassar o seu marcador direto.
Este sistema do FC Porto tem mesmo esse «problema». Cria dinâmicas bonitas, com combinações entrelinhas e ao primeiro toque, mas, quando isso não funciona, pode notar-se a falta de espaço para os criativos, já que muitas vezes estão metidos por dentro, onde há mais densidade de pernas.
Galeno ficou mesmo ligado ao jogo de todas as formas, já que é dele a assistência para o único golo do jogo. Numa bola parada marcada curta, o extremo cruzou de forma perfeita para Marcano, que voltou a marcar e desta vez valeu mesmo a vitória aos campeões nacionais.
Antes de se avançar para a conclusão, é importante deixar aqui um parágrafo ao Vizela. Como disse em cima, a equipa de Álvaro Pacheco roçou a perfeição neste jogo e dizemos roçou porque Marcano estava sozinho na área para marcar. Os minhotos leram de forma perfeita a estratégia do FC Porto e anularam praticamente tudo, sendo que a forma como estavam a sair para o ataque (nos primeiros 65 minutos) era uma das razões pelo qual o adversário não estava confortável.
O FC Porto saiu de Vizela com três pontos e com a certeza que o campeonato não ia ser tão «fácil» como parecia nos dois primeiros jogos. Agora...segue-se o clássico!
Usamos este espaço para voltar a destacar a postura e o plano do Vizela nesta partida. Ainda assim, o destaque vai para esta força área do FC Porto. Como dois centrais fortes no ar, com Taremi, Evanílson, Grujic etc etc, cada bola parada é um perigo para os adversários. O golo surgiu assim e
Cedo se percebeu que o jogo não ia ser fácil para o FC Porto, perante a organização do Viela. Por isso, pedia-se que a criatividade dos jogadores mais ofensivos dos dragões fosse evidenciada. Isso não aconteceu até à entrada de Galeno.