Em todos os mercados de transferências, para além dos alvos a contratar e dos jogadores cobiçados para sair, as equipas têm também de encontrar colocação para os jogadores que não entram nas contas. As razões são variadas, mas o certo é que não há mercado sem casos por resolver e nem todos podem ser vistos como excedentários, sendo que alguns podem até ter uma palavra a dizer em 2022/23.
No zerozero, decidimos reunir os casos de cada um dos três grandes e o resultado foi uma lista de mais de 10 nomes em cada uma das equipas. O plantel do Benfica é talvez o caso mais complicado, uma vez que os encarnados vêm de uma época aquém das expetativas e mudaram recentemente de treinador, pelo que não é fácil perceber nesta fase quem entra e quem não entra nas contas. Ainda assim, são, pelo menos, 14 os casos a resolver pela SAD das águias.
Uma das categorias na qual se inserem vários dos casos a resolver do Benfica é a de jovens jogadores que foram emprestados e que estão agora de regresso. São essas as situações de Florentino, João Ferreira, Jota e Tomás Tavares, ainda que com nuances distintas.
Florentino perdeu espaço depois de ter entrado em grande forma na equipa principal, ainda com Bruno Lage, e passou a última época emprestado ao Getafe. No entanto, o jovem médio apresentou-se aos trabalhos e pode beneficiar da falta de opções para a sua posição para ter uma nova oportunidade na Luz. Outro jogador que chegou a ser aposta foi Tomás Tavares, mas aqui a situação é bem diferente, uma vez que o lateral sofreu uma lesão grave na reta final do empréstimo ao Basileia e está em reabilitação.
Restam dois nomes. Jota foi um dos que, provavelmente, mais animou os adeptos encarnados com as suas exibições ao serviço do Celtic, mas é praticamente certo que continue na Escócia, uma vez que o clube escocês tem uma opção de compra de 7,5 milhões de euros [negócio foi oficializado na manhã desta sexta-feira]. Quanto a João Ferreira, o lateral não se apresentou aos trabalhos e o mais provável é que não faça parte do plantel, depois de uma época de empréstimo ao Vitória SC.
Este exercício está longe de ser factual, mas há jogadores que levantam ainda mais dúvidas do que outros, principalmente no caso do Benfica. André Almeida e Pizzi são dois exemplos perfeitos disso mesmo. Ainda recentemente eram titulares na Luz, mas o passado recente afastou-os dessa posição e vão entrar no último ano de contrato.
André Almeida esteve a contas com uma lesão grave na última época, que limitou a sua utilização, e viu agora chegar Alexander Bah para uma posição que já contava com Gilberto. Quanto a Pizzi, depois de um empréstimo em que não deu nas vistas, o médio apresentou-se aos trabalhos, mas também tem o futuro incerto e até já recebeu uma sondagem do Braga.
As dúvidas continuam com Adel Taarabt e Soualiho Meité, duas das alternativas para o miolo encarnado na última época, mas que nem sempre convenceram e que podem, por isso, estar de saída. O marroquino está no último ano de contrato e já foi apontado a emblemas turcos, sendo que a situação de Meité é mais delicada, uma vez que tem contrato até 2026 e houve um investimento de sete milhões de euros na sua contratação.
Por fim, dois avançados que já não tinham muito espaço e que ainda viram chegar Petar Musa para a sua posição. Haris Seferovic, de resto, é um clássico nestas listas, resta saber se vai resistir mais uma vez, depois de uma época em que participou em apenas 15 jogos e marcou cinco golos. Já Rodrigo Pinho esteve a contas com uma lesão grave e praticamente não jogou, sendo uma incógnita aquilo que pode ou não acrescentar nesta altura.
Analisados os casos que mais dúvidas levantam, é altura de abordar três situações que parecem destinadas à saída. Tyronne Ebuehi está de regresso após um empréstimo ao Venezia, mas nada indica que o lateral de 26 anos passe a entrar nas contas pela primeira vez desde que chegou à Luz, ainda por cima estando a entrar no último ano de contrato.
Depois há ainda três casos distintos de Ebuehi. Gabriel e Chiquinho implicaram investimentos bem diferentes, mas chegaram ambos a ser aposta nos encarnados. No entanto, na última época estiveram emprestados a Al-Gharafa e Giresunspor, respetivamente, por não terem espaço no plantel e dificilmente vão entrar nas contas de Roger Schmidt. Dos dois, apenas Chiquinho se apresentou no regresso aos trabalhos.
Por fim, temos Ferro. O defesa-central chegou a fazer parte da dupla titular de uma equipa encarnada que conquistou o título, mas baixou muito o nível nos últimos anos e nem sequer se apresentou aos trabalhos depois do empréstimo de meia temporada ao Hajduk Split. Parece quase certo que não vai continuar na Luz, resta saber o destino, seja através de um novo empréstimo ou a título definitivo.