A época chegou ao fim e a Belenenses SAD enfrentou o destino que procurava evitar desde o início da época: a descida de divisão. A situação entre a Belenenses SAD e o CF Os Belenenses é do conhecimento público, mas esse não é, pelo menos por agora, o principal problema que o clube que até aqui militava na Primeira Liga tem de enfrentar nos próximos meses, nas próximas semanas e até nos próximos dias.
A situação financeira da Belenenses SAD já estava longe de ser das melhores da Liga Portugal Bwin e a descida de divisão obriga à reformulação de tudo o que está à volta do clube. Plantel e orçamento salarial, sim, mas não só. A próxima época promete ser de mudança drástica para a Belenenses SAD e essas alterações não passarão apenas pela equipa principal.
Segundo apurou o zerozero, a Belenenses SAD prepara-se para voltar a pegar nas malas (algo que foi acontecendo nos últimos anos) e deixar o Jamor em definitivo. Ficam os votos de «boa sorte» ao Casa Pia, que vai enfrentar dificuldades idênticas na próxima época, no Estádio Nacional. Tal como já tínhamos avançado em tempo oportuno, o futuro da Belenenses SAD vai passar pela Malveira, mas esse futuro não vai significar apenas uma mudança de localização.
Antes de dar os primeiros passos na época 2022/23, com o objetivo da subida de divisão já na mente dos dirigentes, a Belenenses SAD prepara-se para fazer cortes orçamentais, vendas e depois organizar as finanças para saber com o que pode contar na próxima temporada.
Para isso, a saída de Afonso Sousa (leia aqui) é tão fundamental como insuficiente. Luiz Felipe, Yaya Sithole e Alisson Safira são os outros nomes colocados no mercado pela Belenenses SAD, que procura fazer um encaixe que permita cumprir compromissos, ao mesmo tempo que vai formando um plantel para competir na II Liga.
Parte desse plantel vai ser composto por jogadores da atual equipa sub-23, que, ao que tudo indica, será extinta no fim da temporada, e orientado por Franclim Carvalho, que vai continuar na próxima época. Os custos da equipa sub-23 (cerca de um milhão de euros) pesavam no orçamento da Belenenses SAD, que, por outro lado, vai poupar uma fatia significativa ao deixar o Estádio Nacional do Jamor. Segue-se o passo dois.
Ainda nada está fechado, mas fontes da Belenenses SAD e o próprio presidente do Atlético da Malveira, Nélson Alves, reveleram ao zerozero que as conversas para que a Belenenses SAD se mudasse para a Malveira começaram há três meses e chegaram a bom porto.
Depois de falhar a mudança para Grândola por pormenores técnicos - é obrigatório ter um estádio alternativo preparado para a Primeira Liga a, no máximo, 100 km do estádio principal, algo que não acontecia em Grândola (o Bonfim era o estádio mais próximo, a 102 km) -, a alternativa foi a Malveira, por vários motivos.
A zona (concelho de Mafra, distrito de Lisboa) foi determinante, desde logo pela maior facilidade em convencer jogadores a jogar perto da capital portuguesa, algo que não acontecia com tanta facilidade em Grândola, mas não só. O facto de o Atlético da Malveira contar com escalões de formação acabou por ser decisivo para que a Belenenses SAD e o Atlético da Malveira chegassem a um acordo que está perto de ser selado, mas que ainda pode sofrer alterações.
Além do estádio, onde a Belenenses SAD vai jogar, desde que consiga pagar as necessárias obras, sobretudo de iluminação, com um custo avaliado entre os 200 e os 300 mil euros, pode haver uma espécie de fusão entre Belenenses SAD e Atlético da Malveira.
A situação foi avançada pelo jornal Record e o zerozero está em condições de confirmar que há em cima da mesa um acordo entre a Belenenses SAD e o Atlético da Malveira.
Para que fique desde já claro: não vai acontecer ao Atlético da Malveira o que aconteceu ao Sintra Football quando se fundou com o Estrela. Para competir nas Ligas profissionais, os clubes necessitam de equipas de formação e é com esse intuito que a Belenenses SAD vai estabelecer um acordo de colaboração com o Atlético da Malveira, que passará a ter, de forma oficial, as equipas da formação como representantes da Belenenses SAD.
Para que tal aconteça, não é necessário existir qualquer alteração de nome do clube. Para já, esse não é um cenário em cima da mesa, embora não esteja totalmente posto de lado. No entanto, o Atlético da Malveira vai receber uma contrapartida pelo acordo com a Belenenses SAD.
Caso os dois clubes avancem com esta «fusão», o Atlético da Malveira vai passar a ser detentor de uma percentagem do capital social da SAD da Belenenses SAD, que, por outro lado, passa a usufruir das instalações e das equipas de formação do Atlético da Malveira. Ao zerozero, o presidente do Atlético da Malveira não confirmou a existência de um acordo para a fusão com a Belenenses SAD.